Formado em psicologia, o técnico Fernando Diniz, do São Paulo, tenta transformar o meio do futebol em um ambiente mais saudável em relação ao ambiente em que ele avalia que o lado competitivo faz com que não haja preocupação com a formação humana do jogador de futebol e que isso acaba fazendo diferença quando o atleta se vê sob pressão.
Em entrevista ao programa Os Canalhas, com João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, Diniz lembra sua origem e como as injustiças que presenciou no futebol influenciaram em sua formação para brigar por um esporte mais humano e faz um paralelo com a sociedade.
“A estruturação da minha família é muito parecida com o jogador padrão do Brasil. Eu sou um cara oriundo da periferia, órfão de pai com 8 anos, uma família muito grande, eu e mais sete irmãos, minha mãe batalhadora para caramba e então eu passei por todo esse processo que os jogadores de futebol passaram”, afirma o treinador são-paulino.
“Eu fui um cara interessado por algumas coisas e quando ingressei no mundo do futebol, as injustiças que eu fui vendo, me deparando, elas foram mexendo muito comigo. O futebol, de fato, não é um lugar onde as pessoas estão num primeiro plano, às vezes nem no segundo plano, é uma maquininha de moer gente, de causar sofrimento para quem joga principalmente”, completa Diniz.
Capitalismo e o resultadismo do futebol
A história do futebol brasileiro é repleta de casos de jogadores que foram consagrados, mas que se perderam ao final da carreira e que passaram dificuldades quando abandonaram os gramados e essa é uma preocupação do técnico. Diniz afirma que no futebol existe a pressão por resultados já na infância e que isso cria um ambiente que não é saudável, ele faz um paralelo com o que é considerado sucesso na sociedade.
“Acaba ocorrendo uma distorção muito grande da realidade que mesmo as crianças, para poderem ser legitimadas, elas precisam jogar bem. Para as crianças isso é muito ruim e isso é ruim para todo mundo, então você é definido pelo resultado que você entrega, você não é definido por aquilo que você é para as pessoas”, diz o técnico.
O técnico do São Paulo acredita que se fala muito em técnica e tática, mas se ignora a importância do lado humano no futebol e o desenvolvimento como cidadão dos jogadores, que desde cedo precisam mostrar resultados num meio em que há muita concorrência e poucos alcançam o sucesso.
“Quando você não entrega o resultado, você praticamente não vale nada para quem te cerca. Esse tipo de comportamento que o futebol deixa muito agudo e tem na sociedade também, principalmente na sociedade do capital, onde sucesso é sinônimo de ter dinheiro, de ter algum status social e essa forma de sucesso que a gente acaba transportando para o futebol, ela é muito nociva para a gente conseguir viver bem e ter uma vida mais saudável, e eu acho que o futebol pode ser diferente”, conclui.
“Todo mundo precisa ganhar dinheiro, precisa ganhar título, todo mundo precisa ser bem-sucedido nesse sentido, mas a base principal para mim é que as pessoas precisam viver de uma maneira ética e moral e se conhecer para poder viver melhor”, conclui.
UOL

O Cara é diferenciado!
Sociedade do Capital? Ele esta falando de investidores? Ele esta fazendo cursos com o Tite? Ele agora também usa treinabilidade?
Se formou em psicologia mesmo porque de Capitalismo e Capital ele não deve entender muita coisa.Se um asno relinchar perto de uma empresa de comunicação com certeza vão transcrever as “palavras” do asno.
Zanqueta,
No PC está normal, mas quando acessa no Smartphone o accesso ao blog fica impossivel. Toda vez fica atualizando saindo uma tela escura. Se puder arrumar isso seria bom.
No Telefone fica escuro?