Em conversa com o Blog do São Paulo ontem, Julio Casares, membro do Conselho de Administração do São Paulo esclareceu pontos importantes sobre o atual pleito interno junto ao Presidente do Conselho Deliberativo de mudança estatutária e também sobre a relação com a oposição.

Julio, que fora citado na matéria pelo representante da oposição no que tange à solicitação de retirada de assinaturas do documento que solicita uma mudança estatutária, explicou que nunca fez qualquer solicitação a respeito e que estão invertendo a ordem dos fatores no clube conduzindo a torcida e opinião pública a pensamentos divergentes dos intentos reais.

ENTENDA: Newton do Chapéu, conselheiro, e Roberto Natel, vice presidente do clube, protocolaram um requerimento junto ao Conselho Deliberativo solicitando uma reunião extraordinária entre os Conselheiros. Dentro do pleito e da divulgação, constavam segundo os autores, 109 assinaturas para esta convocação que é prevista no clube por regra acima de 50 assinaturas. A solicitação se referia à discutir uma mudança estatutária visando impedir que Conselheiros em exercício pudessem ocupar cargos remunerados como Executivos no clube em cargos previstos no Novo Estatuto. Como sabemos, há muitos Diretores hoje que estão nesta situação. O pleito presente no requerimento tem aceitação gigante no clube e fora dele. A manobra visa impedir que conselheiros usem força política para se manterem no cargo mesmo em situações de incompetência e maus resultados e até mesmo, cargos serem negociados politicamente. Ao abrir mão do mandato como conselheiro, o profissional passa a ser um assalariado comum como em qualquer organização séria. Com a mudança, o gap fica encerrado e a questão finalizada.

PONTOS: Newton do Chapéu e Roberto Natel, pegaram a idealização da luta pela mudança estatutária de outro grupo, segundo nos informou uma fonte da situação e outra inclusive da oposição. Julio Casares inclusive, nos enviou o documento que pode-se ver na matéria de um requerimento protocolado quase 2 meses antes no Conselho solicitando a mesma mudança. Tanto um lado quanto outro, reclamou muito da “intitulação de autoria” pela dupla do processo de mudança, já que uma discussão longeva vinha sendo realizada sobre o assunto. Para muitos, a ação foi política e uma forma de pressionar Leco já que Natel e o presidente estão cada vez mais estremecidos. O momento inclusive, foi muito questionado já que foi às vésperas do clássico contra o Corinthians e na porta de serem votados os contratos de Adidas e Globo.

EFEITOS: Apesar de convocar a reunião, os conselheiros conversarão sobre o assunto, discutirão mas para efeito prático, as mudanças NÃO OCORRERÃO após o encontro do Conselho agendado para o dia 03/05. Para que isso fosse possível, Marcelo Pupo, deveria ter encaminhado à Comissão Legislativa do clube a análise do requerimento pedindo a mudança do estatuto para checar se haviam impedimentos legais. Somente após a validação e o parecer da Comissão, seria viável a marcação de uma reunião e uma votação a respeito. No pedido do requerimento, o pleito é de que se caia imediatamente a possibilidade de exercer cargo remunerado sendo conselheiro. No grupo da situação, discute-se que essa ação deva passar por Comissão para mudança do estatuto de um modo global em todos os seus âmbitos e defeitos e não somente ponto a ponto vez por vez. E, que por segurança do que está garantido no estatuto, só seja alterado na mudança de mandato. Do lado da oposição, acredita-se que até o final do ano essa votação ocorra e caia essa prerrogativa hoje existente. Do lado da situação, há muito a ser alterado e discutido e somente na virada de mandato isso ocorreria.

CONSEQUÊNCIAS: Politicamente se isto ocorrer, de ir para votação, o clube entrará em efervescência. Grupos se movimentarão e lados se formarão e racharão. O que se tem claro, é que será alterado mas a questão do quando é importante no momento. Do lado de não ser encaminhado e ser protelado, a oposição tem estratégias legais de derrubar barreiras do Conselho como apelar aos associados, atropelando o Conselho e colocando a pauta diretamente, derrubando a prerrogativa.

Na contramão de colocar o clube em guerra, dentro desse processo, há um movimento interno no qual nos referíamos acima que foi abordado junto a Julio Casares. Uma pacificação interna, uma trégua em prol da governabilidade e de permitir um alinhamento de governança e em prol do institucional.

“Não houve qualquer pedido de retirada de assinatura de outros requerimentos, o que nós fizemos foi esclarecer que já havia uma tramitação com o mesmo pleito no Conselho, protocolado e com um teor único de acertar as brechas do Estatuto do modo correto, sem procurar mídia e sim focando no crescimento e melhoria do clube, da instituição São Paulo FC. Para isto, longe de lados, conselheiros estão trabalhando em conjunto para conseguirem melhorar o São Paulo. Esta pacificação interna só trará benefícios ao clube. Não podemos afirmar que todos estão no mesmo caminho mas sabemos que hoje, há muito mais pessoas querendo o bem do clube do que o contrário. Todos queremos que o estatuto seja corrigido em sua plenitude mas de uma forma ponderada, assertiva e definitiva, sem banalização dos meios e com muita responsabilidade de modo que nos mantenha no caminho de recuperação do clube e de continuar nosso fortalecimento profissional com Compliance e processos muito sérios de administração. É o São Paulo FC que queremos”.

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