Amigos tricolores,

Na última 4a feira, 21 de Abril, além do feriado que o Brasil comemorou, tivemos um outro momento importante. Para o futebol a data é emblemática, pois marca o falecimento do maior técnico da história, o mestre Telê Santana.

Em 21 de Abril de 2006, o mundo acordou com a triste notícia com a perda do mestre. Infelizmente não foi algo que nos pegou de surpresa, todos sabiam que a saúde do grande Telê Santana estava cada dia mais debilitada. A cada aparição sua na TV víamos ser questão de tempo para o mundo perder aquele que foi o maior técnico de todos.

Telê Santana da Silva, nasceu em Itabirito, 26 de julho de e faleceu em Belo Horizonte, 21 de abril de 2006. Antes de se tornar um grande técnico, Telê foi um grande jogador, ponta direita clássico. Seu estilo de jogo e seu corpo magro, deu a ele o apelido de Fio de Esperança. Telê era tão preciso no chute, que esse era conhecido como “chute do Telê”, ele conseguia, como poucos, colocar a bola onde queria. Desde cedo, sabia da importancia do treinamento, por isso, para chegar a essa precisão, ele treinava muito antes e depois dos treinos.

Telê começou em 1949 no Fluminense a sua carreira como jogador amador. Jogou em 1950 no Botafogo, mas voltou no mesmo ano para seu time do coração, onde em 1951 se tornou profissional e jogou até 1960, sendo vendido ao Guarani de Campinas, onde ficou até 1962, ano em que voltou ao Rio de Janeiro, no Madureira. No mesmo ano, se transferiu para o Vasco, onde ficou até 1963 quando se aposentou do futebol.

O mestre!

Entre 1963 e 1968, Telê se dedicou aos negócios fora do futebol, empreendeu, foi cuidar dos investimentos que tinha feito com o salário de jogador, porém em 1968 o seu Fluminense pediu a sua volta, para comandar a base do time. Nesse ano, seu primeiro ano como treinador, foi campeão da base, o que chamou a atenção da diretoria que o promoveu a técnico do time principal, onde foi campeão carioca de 1969.

Em 1970 foi para o Atlético-MG onde se sagrou campeão estadual pelo Galo e chegou a disputar a final do Brasileiro com o Fluminense, antigo time treinado e montado pelo mestre, que acabou se sagrando campeão.

A carreira de Telê já começou com títulos logo cedo. Ele nunca treinou times de menor expressão. Em 1973 teve sua primeira passagem pelo São Paulo, mas uma briga com o então craque do time, Pedro Rocha afastou o técnico do tricolor que voltou para Minas Gerais no Galo. De lá foi para o Botafogo, Grêmio, Palmeiras – onde depois de um show em cima do poderoso Flamengo de Zico – chamou a atenção da CBD, atual CBF, para comandar a seleção na Copa de 82, até hoje considerada a maior seleção de todos os tempos!

Com a derrota na Espanha, Telê saiu da seleção e foi tentar a sorte no mundo Árabe, treinando o Al-Ahli até 1985, quando a CBD chamou novamente ele para comandar a seleção na Copa de 1986, outra frustração com outro timáço, derrubou o mestre que voltou pela, 3a vez, ao Atlético Mineiro, no mesmo ano, onde ficou até 1988 quando foi treinar o Flamengo.

Em 1989 voltou para o Fluminense e em 1990 para o Palmeiras, onde foi demitido e decidiu largar o futebol, mas em seu caminho havia uma pessoa chamada Sr. Carlos Caboclo, que conto na sequencia, como ele é o elo entre o mestre e o nosso tricolor.

Em 2019, Telê figurou na 35ª posição da lista de 50 maiores treinadores de futebol de todos os tempos, publicada pela revista francesa France Football sendo o único brasileiro, entretanto, para os brasileiros, principalmente para os São Paulinos, ele estará sempre em primeiro lugar!

Em pesquisa realizada pela revista esportiva Placar, em 1990, ele foi eleito por jornalistas, jogadores e ex-atletas o maior treinador da história da Seleção Brasileira, mesmo perdendo duas edições da Copa do Mundo e amargando por muito tempo a fama de “pé-frio”.

De pé frio a maior de todos

Como disse acima, em 1990 Telê desistiu de ser treinador. A imprensa pegava muito no seu pé com a fama de pé frio devido as 2 Copas do Mundo perdidas, principalmente pela Copa de 1982 quando tínhamos a melhor seleção da história das Copas, mas não vencemos.

Entre 2008 e 2010 eu era gerente de marketing de uma empresa, a qual tínhamos a honra de ter o “Dr. Sócrates” como cliente. Durante quase 2 anos, todas as 3as, e as vezes as 5as, eu almoçava com o doutor. Olha que honra! Ele sempre me dizia “Felipe, se estivéssemos jogando até hoje, não venceríamos, aquele jogo não tem explicação, coisas do Futebol” palavras de um dos protagonistas daqueles times de 82 e 86.

Telê queria parar, mas desempregado estava preocupado com o dinheiro. Ele tinha alguns investimentos, economias, mas não era suficiente, então, entrou na jogada Sr. Carlos Caboclo, diretor do São Paulo e um dos mais influentes até hoje no comando do tricolor. Ele era amigo de longa data do mestre, desde a sua primeira passagem pelo Morumbi em 1973, foi ele que convenceu Telê, depois de 2 meses de negociação a assinar com o São Paulo, o que coube ao Sr. Caboclo, também, convencer os conselheiros do SPFC a aceitar o “pé-frio”.

Bem, esse casamento deu mais certo que o do Tarcísio Meira e Glória Menezes. No livro “Ao Mestre Com Carinho, o São Paulo da Era Telê”, que tive a honra de escrever, até hoje acho que fui escolhido pelo mestre, eu conto mais essa – e outras histórias – dessa brilhante passagem do mestre, que nos deu 32 títulos, entre eles 2 mundiais, 2 Libertadores, 1 Brasileiro e 2 Paulistas além de outros menores. Telê revolucionou o futebol brasileiro e mundial.

Os 15 anos sem Telê Santana

Na ultima 4a feira lembramos dele. Foram homenagens emocionantes, inclusive do que eu chamo de maior legado do Telê no São Paulo: Muricy Ramalho, o grande técnico que tivemos depois dele.

Telê foi mais técnico, ganhou mais, mas Muricy é muito mais identificado com a torcida, mesmo com todo o respeito que temos com o mestre, cantando seu nome até hoje no Morumbi.

#TeleEterno