Desde sexta-feira, está proibido no São Paulo que conselheiros exerçam funções remuneradas no clube. Os cinco conselheiros que viviam tal situação optaram por abrir mão do cargo no CD e vão se manter apenas como funcionários do Tricolor: são eles Márcio Carlomagno (assessor da presidência), Mauro Castro (gerente do Morumbi), Eduardo Rebouças (diretor de infraestrutura), Elias Albarello (diretor financeiro) e Paulo Mutti (gerente jurídico).

Um dos maiores articuladores da mudança no estatuto tricolor, Olten Ayres de Abreu Júnior festejou a nova era no clube. “Esse movimento começou com uma reunião na minha casa contando com vários conselheiros. Foi lá que decidimos apresentar a emenda ao estatuto para que fosse excluída a possibilidade de conselheiro ser remunerado no clube”, relembra Olten, que é advogado, conselheiro vitalício e membro da Comissão de Acompanhamento da Execução Orçamentária.

“Precisamos fazer alianças políticas para que esse acordo fosse aprovado. E a sensação é de que temos que sempre trabalhar para melhorar a condição política do São Paulo. Até porque misturar política com profissionalização não é um bom caminho”, acrescenta Olten, que teve os apoios de Dorival Decoussau, Eduardo Alfano, Antonio Donizete, Roberto Natel, José Eduardo Mesquita Pimenta e Douglas Schwarzmann.

Como um dos integrantes da comissão que cuida do orçamento, Olten entende que o Flamengo é um modelo a ser seguido. “Precisamos fazer como o Flamengo destes últimos anos. É preciso ter primeiro o equilíbrio financeiro para depois partir para investimentos maiores em contratações”, analisa. “Precisamos melhorar nossa condição financeira”.

Mas a pergunta que não quer calar é: como sobreviver ao momento de paralisação nas competições? “O São Paulo vai precisar de medidas extraordinárias, corte de despesas de salários… Quem não fizer isso pode ter uma situação de sofrimento por muitos anos. Até o Barcelona cortou 70% dos salários dos atletas. Tenho certeza de que os jogadores do São Paulo vão responder de maneira importante e responsável, em nome do equilíbrio.”

Olten também se mostra contrário, neste momento, à ideia de os sócios elegerem o presidente do São Paulo, algo que vem sendo articulado por membros da oposição. “Cerca de 40% dos associados que frequentam o clube não são são-paulinos. De um grupo de seis mil associados aptos, uns 2.500 não torcem pelo São Paulo e aí a gente pode cair num problema que é eleger um presidente escolhido majoritariamente por pessoas não ligadas ao futebol ou a outros interesse. Essa eleição direta seria um passo futuro”, opina.

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