Banner - Coluna do Paulo Martins

Sentiram saudades? Eu senti. Espero que tenham sentido também. Mas vamos ao que interessa: um pouco de opinião não faz mal, faz? Abster-se de opinar faz mal. Reter coisas dentro de si faz mal. E, pelo que soube, alguns gostam de textos mais opinativos. Que seja, então. De vez em quando farei, como hoje, por exemplo. E por partes, para facilitar a leitura. Haja opinião…

Outra eliminação…

É… De novo. Doeu, como todas doem. Uma menos, outras mais. Esta talvez um pouco menos. O time fez o que podia, ficou evidente que esforço não faltou. Não consegui dormir. O som da pelota acachapando o poste diversas vezes permeava meu sono como o som de um canteiro de obras. Aquele jogo não deveria ter ido para os pênaltis. Vi a eliminação no rosto de Michel Bastos, entregue, sentado no chão, esperando para o início das cobranças.

Ficou claro – de novo! – que Muricy e a fórmula de disputa por jogos eliminatórios não combinam. No primeiro tempo, apostou em três homens de ligação e apenas um no ataque. Fomos mal, muito mal. No seguindo, corrigiu a bobagem. Mexeu no posicionamento e Ganso foi o único armador. Encaixou e fez um segundo tempo soberbo de onde poderia ter saído do campo coroado, caso nos classificássemos. Kardec e Osvaldo tiveram chances. Não renderam o esperado. Com a entrada de Kardec, até concordo. Mas tendo Pato no banco, porque Osvaldo? Aliás, o que diabos Muricy tem contra o Pato? Poxa vida…

Os ecos da eliminação…

Deu pena ver, logo após o jogo, a resignação de Luís Fabiano, Ganso e principalmente Rogério Ceni. Extenuados, não procuraram desculpas. Apenas disseram que não deu, que fizeram o que podiam, que lutaram etc. Concordo com eles.  A tristeza no rosto de todos era indisfarçável, sobretudo em Rogério Ceni, que até fez elogios aos seus jogadores, dizendo-se honrado por fazer parte daquele grupo. Teve hombridade e encarou a realidade com serenidade. Gostei. Não sei se vai parar, mas como um dos maiores jogadores da história do São Paulo, merecia outra despedida em torneios internacionais. Se bem que ninguém ao certo sabe se ele irá, de fato, se aposentar.

Dias atrás, o discurso da direção: pontos positivos, porém alguma incoerência. E aí? Equívoco ou despiste?

Nessa semana o Blog do São Paulo postou uma entrevista do Sr. Ataíde Gil Guerreiro, feita pelo Blog do Menon. O diretor sempre me passou a imagem de uma pessoa séria e é nisso que acredito. Trabalhou em boas contratações, de nomes indiscutíveis, como Michel Bastos, Pato e Kaká. Citou um ponto positivo de apostar um pouco mais na base, dar mais espaço aos garotos, principalmente pela intenção de mesclar o time no Campeonato Paulista do ano que vem, com jogadores mais experientes e atletas da base. Gostei disso! É o caminho…

Mas achei a entrevista um tanto quanto contraditória, em alguns pontos. Não é segredo que a fragilidade deste time passa muito pelo setor defensivo, que até melhorou um pouco, recentemente. Quando questionado sobre isso, o Sr. Ataíde mencionou já haver jogadores em que ele confia para o setor, e citou que aposta em Lucão. Até aí, normal. Mas descartou a chegada de Lugano, segundo ele, por preferir apostar em alguém mais jovem. Certo, é uma “filosofia”, como gostam de dizer. E se contradisse logo em seguida quando mencionou que iria contratar alguém para o lugar do Kaká não especificamente com as mesmas características como jogador, e sim o mesmo perfil: experiente, líder, agregador… Ou seja, um jogador mais rodado, veterano talvez. Aí ficou minha dúvida: é incoerente ou está escondendo o jogo?

Aquela coisa do “será decidido no planejamento” também me encafifou um pouco. Porque imaginava que o planejamento do ano que vem, a pouco mais de 30 dias para o final de 2014, já estivesse em vias de ser colocado em prática, se já não estivesse em andamento, e não de ser “decidido” ou rascunhado. Espero que conste no planejamento uma maior atenção à preparação física dos atletas, porque na maioria dos jogos o que se vê são jogadores do São Paulo morrendo em campo. Sei lá, pareceu despiste. Espero que seja. Seguirei confiando e apoiando.

Rogério Ceni: aposentadoria em 2014 ou após a Libertadores de 2015?

Quem sabe disso é ele, óbvio. É algo muito íntimo, porque significa um marco na vida de um jogador de futebol. É aquela história que o ex-jogador Falcão relata: a primeira morte. Se fosse comigo, pararia. Ainda acho que Rogério, pela capacidade que tem, pode fazer sim bons jogos no futuro. Mas por quanto tempo mais, considerando o calendário massacrante? E há que se pensar no depois, na qualidade de vida depois da bola. Só que o homem é fominha e como tem feito bons jogos, como o de ontem, pode ser que fique. Se ficar, terá meu apoio, como sempre tem todo aquele que veste e honra o manto.

Agora, sinceridade: o que a Penalty fez, não se faz. Refiro-me ao “convite” para a entrevista coletiva de aposentadoria do jogador, que ainda não se decidiu.

E se ele parar, quem seria o goleiro? Denis?

Denis provavelmente terá oportunidades no Campeonato Paulista de 2015. Muitos apostam nele. Não acho um “pereba”, mas penso que não está a altura de atuar como titular no gol do São Paulo. Como comparação, acho que não está no nível de Roger e de Bosco, por exemplo. O Sr. Ataíde já negou, mas queria ver Jefferson no gol tricolor. Para mim, é o nome mais apropriado. Cavalieri estaria um degrau abaixo do atual arqueiro botafoguense.

E Breno?

Será que vem mesmo? Aposto minhas fichas que sim. Mas dizer que irá ser o Breno de antes, não arrisco. Foi um tremendo de um zagueiro com a camisa tricolor. Hoje, parado, provavelmente sem treinamento adequado, o nosso “approach”, como torcida, terá que ser outro. É bem-vindo e portanto que venha, coloque a cabeça no lugar, use a memória atlética que seu corpo tem, entre em forma e volte a jogar. Mas o caminho será longo. Torço para que dê tudo certo. Se voltar a jogar 60% do futebol que tinha, ajudará a resolver o problema da zaga.

Penalty x Adidas x Under Armour x Puma…

Para encerrar, a polêmica sobre as empresas de material esportivo. Minha opinião “leviana” sobre o assunto não poderia faltar. A impressão que dá é que a Penalty está se esforçando ao máximo para descontentar o São Paulo. Nem vou mencionar a camisa de Rogério Ceni porque ainda não vi. Me refiro mais aos atrasos relatados pela imprensa e, claro, a bola fora com a aposentadoria do jogador. Como torcedor e consumidor, não gosto da qualidade dos uniformes, que para mim valem mais do que custam, muito disso em função de ostentar o diamante que ri em cada peça. A linha Raízes achei sensacional, justiça seja feita. Para mim é o que se salva nesta parceria mais recente. Como há multa rescisória na jogada, resta-nos acompanhar como se desenrolará a história toda. Considerando a história que tinham com o tricolor, acho que a Penalty poderia ter caprichado mais!

A Adidas seria a minha preferida, mas parece que recuou. Entre Under Armour e Puma, que parecem ser as favoritas, vou na contramão: apesar de a escolha lógica ser a Puma, a marca norte-americana é muito forte no hemisfério norte. Tive a oportunidade de ter contato com essa realidade nos últimos dias e nos EUA visitei várias lojas da Under Armour. Roupas bacanas, material de boa qualidade e num preço bom, se comparados aos artigos correlatos da marca Puma, também a venda por lá (caríssimo por aquelas bandas, aliás!). Bastante popular, a Under Armour, portanto: vi muita gente usando as roupas da marca, bem como a veiculação de diversas propagandas em outdoors e na mídia televisiva, principalmente de futebol americano. Confesso que curti. Não comprei nada porque levei pouco dinheiro (pobre é f…!).

Só a título de comparação entre Under Armour e Adidas, como estive em Orlando, procurei incansavelmente por uma camisa do Orlando City com o nome de Kaká, que até aparece em alguns outdoors pela cidade, e não achei. E fui a lojas oficiais da Adidas, marca que patrocina o clube. Nem em outlets havia. Ou era desinteresse ou interesse demais! Se a marca Under Armour realmente vier para o Brasil e o São Paulo a escolher, desvantagem penso que não teremos.

Grande abraço a todos vocês, meus iguais e um ótimo início de final de semana.

Força e Fé! Vai São Paulo!

Por Paulo Martins