No Podpah, Lucas contou como foi seu começo e mudança do Corinthians para o São Paulo:

“Meu pai viu que eu levava jeito e começou a apostar em mim. Eu jogava bola em todo lado, no quintal… Onde tinha peladinha, ele me levava. Com seis anos fui para a escolhinha do Marcelinho Carioca, em Diadema. Com cinco anos, eu jogava na rua com os moleques maiores. Fiquei seis meses na escolinha. Aí fui para um clube chamado Santa Maria, em São Caetano do Sul, para jogar futsal. Joguei dois anos de futsal e fui para Juventus da Mooca, quando passei a jogar campo também. Futsal e campo.

Fiquei 3 anos na Juventus e fui para o Corinthians, joguei no terrão lá, campo e no salão também. Isso em 2003, joguei até 2005 no Corinthians. Só que eu já tinha 12 anos. Começou a ficar mais puxado, era mais longe. O treino era de tarde, no Juventus e no Santa Maria era de noite. Meu pai me levava, mas meu pai e minha mãe trabalhavam. Meu primo e minha tia me levavam. Era um ônibus e dois metrôs, todos os dias. Estudava de manhã, chegava em casa, batia um rango rapidão, um ônibus, dois metrôs, 15 minutos de caminhada até o Parque São Jorge. Treinava de tarde e ficava para treinar salão de noite. Chegava arrebentado em casa.

Eu chamava atenção, os clubes me convidavam, era artilheiro dos campeonatos, eu já sabia que seria minha profissão. Aí chega o convite do São Paulo. Fui receber um prêmio pelo Corinthians e nessa premiação tinha vários diretores. ‘Você vai morar no CT de Cotia, vai ter ônibus para levar e trazer da escola, vai ficar muito fácil’. O salário era até pior no São Paulo. No Corinthians eu ganhava ajuda de custo de R$ 100, no São Paulo eu ganhava R$ 80, mas morava lá. Cheguei no São Paulo com 13 anos. É um paraíso o CT da base. É uma estrutura que talvez um time profissional no Brasil não tenha.

No começo era difícil, sentia saudade de casa. Só podia ir aos fins de semana. No começo chorava de saudade de casa, criança, saudade de brincar na rua. Mas depois aquilo ali vira família”.

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