Um dos destaques na conquista do tricampeonato brasileiro do São Paulo em 2006, 2007 e 2008, além de também estar no time que conquistou o terceiro título mundial do clube, em 2005, Richarlyson não se queixa de em alguns momentos não ser lembrado como ídolo pelos títulos que conseguiu por parte da instituição e ressalta que sua preocupação é com o reconhecimento por parte dos torcedores.

Em entrevista ao programa Os Canalhas, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, Richarlyson fala sobre o carinho dos torcedores, seu período vencedor no São Paulo, sua saída após cinco anos para jogar no Atlético-MG e ser campeão da Liberadores, as dificuldades no início da carreira, sua transição para quando parar de jogar e o pré-julgamento que sofreu das pessoas em alguns momentos.

Ainda em atividade aos 37 anos, embora sem clube desde o encerramento de seu contrato com o Noroeste, de Bauru, durante a pandemia do novo coronavírus, Richarlyson ainda não foi incluído na Calçada da Fama do São Paulo, mesmo com os títulos importantes que conquistou, mas diz não sentir mágoa e destaca a recompensa com o carinho da torcida e o momento em que teve o nome gritado quando participou do jogo de lendas do clube.

“Eu acho que o maior reconhecimento do ser humano é quando pessoas próximas, que não têm nenhum vínculo político ou institucional, elas te mandam mensagem diariamente, elas te encontram na rua, te demonstram um carinho, a reciprocidade, te agradecem, então é claro que existe uma história muito grande, principalmente a minha pelo São Paulo, mas que eu acho que independente de estar ou não sendo reconhecido por essa instituição, eu já fico feliz de estar sendo reconhecido pelos torcedores”, afirma Richarlyson.

“Minha reciprocidade para o torcedor são-paulino é eu estar recebendo o carinho sempre deles, dos verdadeiros, daqueles que vão no estádio, que muitas vezes são pais de família que não têm dinheiro para comprar o leite do filho no outro dia, mas foram me acompanhar no jogo no domingo e vibraram quando eu ganhei e ficaram tristes quando eu perdi, então essas pessoas que eu tenho que devolver o meu carinho, as demais, que me julgam sem me conhecer ou que falam da minha pessoa sem me conhecer, eu acho que não merecem nem o mínimo de respeito”, completa.

Richarlyson se diz grato aos ex-presidentes são-paulinos Marcelo Portugal Gouveia e Juvenal Juvêncio, dirigentes responsáveis pela sua contratação em 2005, além do técnico Muricy Ramalho, e diz que as pessoas que trabalham na direção do clube são passageiras, mas seus títulos conquistados com a camisa do São Paulo não serão apagados.

“Às vezes tentam manchar uma história tão bacana de uma pessoa tão vitoriosa e essa pessoa sou eu, a minha história dentro do São Paulo, mas isso com certeza não vai acontecer jamais, porque vão passar anos e anos, vão passar diretores, conselheiros, presidentes, mas a história vai estar lá, o São Paulo vai fazer 300 anos e em 2005 vai estar lá campeão mundial Richarlyson, em 2006-07-08 campeão brasileiro consecutivo o Richarlyson, então isso ninguém pode apagar”, declara o jogador que foi polivalente e atuou em diversas posições, mas se destacou como volante e lateral esquerdo.

UOL