Os clubes do futebol brasileiro aproveitam jogadores formados na base bem menos do que times de outros países da América Latina, como Argentina e Chile. A exceção foi o Fluminense, que ficou no top 10 de equipes que mais usam pratas da casa. É o que diz um estudo produzido pelo “CIES Football Observatory”, braço do Centro Internacional de Estudo do Esporte, uma organização independente criada em uma parceria da Fifa com a Universidade de Neuchâtel, na Suíça.
O estudo analisou as características de quatro ligas latino-americanas: o Campeonato Brasileiro, a Superliga Argentina, o Campeonato Chileno e a Liga MX, primeira divisão do México. A análise levou em conta as partidas jogadas no segundo semestre de 2019 e classificou como jogadores “formados em casa” os atletas que jogaram pelo menos três temporadas no clube entre os 15 e 21 anos.
Em comparação com os sul-americanos, o Brasil é o que menos dá chances aos garotos. Os times do país deram apenas 14,7% dos minutos em campo para jogadores formados na base, contra 17,8% do Chile e 22,6% da Argentina. Já os times do México, que jogam em uma liga com alto percentual de contratações estrangeiras, usam ainda menos os jovens: apenas 13,3% dos minutos são dos pratas-da-casa.
Tricolores são exceção
Nesse cenário de pouco uso dos garotos, o São Paulo é um brasileiro que se destaca na formação. O problema? Não é necessariamente para aproveitamento próprio. O Tricolor paulista lidera o país em número de atletas formados em sua base espalhados pelos campeonatos estudados, com 31, sendo 13 no próprio clube. Abrindo a comparação, fica em quinto geral no estudo, atrás de Boca Juniors (46), Vélez Sarsfield e River Plate (39) e Newell’s Old Boys (33) estão à frente.
Também aparecem nessa lista o Botafogo, com 29 (13 no clube), o Internacional, com 27 (oito no clube), o Santos, com 25 (cinco no clube), o Grêmio, com 22 (12 no clube) e o Flamengo, também com 22 (oito no clube). No top 10 das equipes que menos utilizaram jogadores da base, quatro são brasileiras: o CSA, com zero minutos para pratas da casa; o Ceará, com 0,2% dos minutos; o Palmeiras, com 1,3%; e o Bahia, com 2,1%. Já entre os times que mais aproveitaram os jovens, o único brasileiro é o Fluminense, na décima colocação, com 31,1% dos minutos para esses atletas.
O alto percentual de jovens da base em equipes argentinas foi atribuído ao fato de as equipes do país, na média, enfatizarem mais a formação de jogadores e ao menor poder financeiro das equipes em comparação com as brasileiras. A idade média do Campeonato Argentino, aliás, é a menor entre as ligas estudadas: 27,5 anos, contra 28 do Brasil, 28,1 do México e 28,2 do Chile. O número, ainda assim, é relativamente alto, já que a maioria dos jovens promissores costuma deixar o mercado sul-americano ainda cedo.
UOL
A Argentina nao vale,não existe uma formula esdruxula que conta desempenho de temporadas anteriores pra rebaixar o clube.
Com isso alguns investem na base em alguns anos pra fazer boas vendas, terminam em ultimo lugar e não caem.
Nosso trabalho de base é muito bom. É uma das poucas coisas desse clube que ainda funciona a contento, dá orgulho do CT de Cotia.
Todo ano subimos 3 ou 4 pro profissional, este é um excelente índice comparado a outras equipes. Poucos se tornam estrelas, mas no mínimo atendem as necessidades do clube seja compondo elenco, seja revertendo em dinheiro no caixa.
Se tem um time brasileiro com potencial pra fazer algo semelhante ao que fez o Ajax nos últimos anos, que inclusive foi o time sensação da Champions League passada, com boa parte dos jogadores forjados no clube, este é o SPFC. Mas infelizmente não existe planejamento nem de médio, muito menos de longo prazo.