Fernando Diniz comandou o São Paulo em 17 partidas em 2019. Somou oito vitórias, quatro empates e cinco derrotas, com 54,9% de aproveitamento. Com os resultados, ele alcançou o objetivo de conquistar uma vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores da América. Para 2020, o treinador tem diversos desafios para melhorar o desempenho da equipe. Resgatar o meia Hernanes e o atacante Alexandre Pato, definir a posição de Daniel Alves e fazer o ataque ser mais produtivo são algumas das missões do treinador. Ele conta com o apoio do “vestiário” e tem a confiança da diretoria.

O técnico está satisfeito com o elenco que tem nas mãos e sabe que não terá grandes contratações. O São Paulo registrou déficit de R$ 180 milhões e tem as contas comprometidas com jogadores que já estavam no grupo em 2019. Neste fim do ano, o clube anunciou as compras de Tiago Volpi (R$ 20 milhões) e Igor Vinícius (R$ 2 milhões). Além disso, garantiu a permanência de Vitor Bueno, em negociação que envolveu a ida de Raniel para o Santos.

OS DESAFIOS DE DINIZ

Resgatar medalhões

Hernanes e Alexandre Pato “sumiram” no fim de 2019. O meia não foi utilizado nas últimas cinco partidas, uma a menos do que o atacante – sem contar o duelo com o CSA, na rodada final do Campeonato Brasileiro, quando os jogadores já estavam liberados para férias. Diniz afirmou que a dupla está “absolutamente nos planos” para 2020. Por outro lado, admitiu que eles deixaram a desejar quando receberam chances. “Quando entraram contra o Fluminense, vocês (jornalistas) criticaram porque entraram e não resolveram. Não é fácil você achar a equação, a gente tenta fazer o melhor. A gente fica tentando achar culpado, vilão, herói e é muito mais complexo do que isso”, afirmou o técnico. Hernanes realizou 39 jogos e anotou cinco gols em 2019. Alexandre Pato atuou em 22 partidas e também marcou cinco vezes.

Melhorar o ataque

O sistema ofensivo do São Paulo em 2019 não funcionou, tanto que terminou a temporada com o pior ataque da história do Campeonato Brasileiro. Ao todo, foram 59 gols em 62 jogos (média de 0,95). O número é inferior à média de um gol por partida obtida em 1973, antes a pior marca da equipe tricolor em um ano. Com Fernando Diniz, o São Paulo marcou 14 vezes em 17 jogos (média de 0,82). O treinador admitiu em diversas entrevistas que o sistema ofensivo precisava encaixar. Também chegou a culpar chances desperdiçadas pelos jogadores.

Daniel Alves: lateral ou meia?

Desde que foi contratado no meio de 2019, Daniel Alves tem alternado de posição dependendo da partida. Já foi lateral-direito, meia e até ponta. O jogador não escolhe lugar, mas chegou a dizer que no meio de campo pode ajudar mais os companheiros. Fernando Diniz afirmou que a escolha depende do adversário. “O Daniel Alves é um jogador muito intenso. Fez grandes partidas pela lateral e grandes partidas por dentro”, disse o treinador. Para a lateral-direita, Diniz ainda conta com Juanfran e Igor Vinícius. No meio de campo, Igor Gomes assumiu a posição de titular na reta final da temporada.

Fazer jovens deslancharem

Crias da base do São Paulo, Antony e Igor Gomes se consolidaram em 2019 e terminaram a temporada como titulares. Liziero também foi importante na equipe ao longo do ano, mas alternou entre titular e reserva. Também se machucou. Outros jovens, porém, receberam poucas chances com Fernando Diniz. Helinho e Toró são os principais exemplos e podem ganhar mais oportunidades principalmente durante o Paulistão. Terão de se provar mais uma vez. Outros dois jogadores formados na base retornam ao São Paulo em 2020: o atacante Brenner, emprestado ao Fluminense, e o meia Shaylon, vindo do Bahia. Eles também são vistos com potencial e devem integrar o elenco.

Estadão