Raí, se vira nos trinta

Aqui vai uma “carta” de um torcedor Raí. Não da dona Lúcia, infelizmente pra você, mas de um torcedor que você ignora, infelizmente pra mim. Não porque este é um mero mortal, desconhecido que nem rede social tem. Mesmo porque este desconhecido ecoa, possivelmente, a voz de outros milhares de desconhecidos. Sim, milhares. Sim, talvez milhões. Cansados, apaixonados e que unidos sustentam a posição de terceira maior torcida do país.

Simplesmente porque vocês ignoram a voz da torcida (ou, às vezes, joga pra ela descaradamente), os anseios, as dores e os vexames que passam esses torcedores. Vivem numa redoma ou, mais precisamente, uma bolha na qual tudo está bem e o mundinho de Bob é um mundo à parte à realidade de 99% dos torcedores do tricolor paulista.

Raí, anota aí (a rima pobre que vem seguida de revolta):

Eu não estou nem aí como você fará pra melhorar a situação do SP. Sinceramente, se assumiu a bucha de ser diretor nessa zona, com um presidente pífio, ultrapassado e perdedor nato (apesar de não sabermos se está na verdade ganhando né, como ontem contra quem parece ser o verdadeiro time do Leco), você tem que ser homem de assumir a culpa e aprender a trabalhar. Pra ontem, pois não temos todo tempo do mundo.

Então Raí,

  1. Chega de contratar bando de jogadores que não se dedicam aqui Raí e quando saem jogam bem em outros times, sua função é fazer eles darem certo no SP.
  2. Chega de um DM ridículo em que jogadores demoram mil anos pra se recuperar e vive lotado
  3. Chega de agir como amiguinho de jogador que faz seu trabalho escolhendo técnico. (=cof cof, chega de ser frouxo).
  4. Chega de gastar um monte em um monte de porcaria. Se é pra nunca ganhar nada, que pelo menos abaixe a dívida.
  5. Chega de vender um monte de jogador da base sem baixar dívida ou trazer alguém que resolva. Sua função é conhecer cada jogador desse Brasil, ou pelo menos conseguir a informação sobre tais. Inclusive desconhecidos que podem dar certo aqui.
  6. Chega de contratar e mandar embora sem critério algum. Defina o tipo de elenco e técnico que deseja e aposte na ideia até o fim. Crie uma cultura de futebol.
  7. Chega de cotas adiantadas de uma emissora de TV que quer que o SP se lasque. Se quer se endividar, arrume um mecenas sãopaulino ou ache alguma outra solução. Se outros times conseguem, você fundador do “Gol de letra” e com a aparente reputação que possui, pode pelo menos tentar né?
  8. Chega de compactuar com a falta de transparência que o presidente tem demonstrado.
  9. Chega de sermos o saco de pancadas de “Arenas”. Se não é pra ganhar, tem que ter personalidade e culhōes pelo menos pra não perder.

Raí, eu poderia continuar e escrever um livro, mas deixo pros torcedores escreverem aqui suas listas. Resumindo, faça acontecer, FAÇA O QUE FOI CONTRATADO PRA REALIZAR: Levar o time a algum lugar. Chega de brincar de ser diretor. O SP não tem tempo pra te dar pra, eventualmente, dar certo como diretor. Como teve quando era jogador. Hoje sua função não tem um reserva pra entrar no seu lugar, enquanto treina pra um dia se tornar um diretor de verdade, UM VERDADEIRO GESTOR. Ou resumindo melhor: SE VIRA NOS TRINTA RAÍ, ou pede pra sair (terminando em mais uma pobre quase rima).

OBS: para o autor, o jogador jamais será o maior culpado. Culpado é quem contrata, quem coloca para jogar e quem gerencia um time. Fazer gestão não é simplesmente contratar e esquecer da vida. É acompanhar desempenho, extrair o máximo do contratado e criar um ambiente favorável ao desenvolvimento pessoal de cada jogador, funcionário e etc. Com cobranças e uma identificação entre funcionário e a agremiação.