Há 25 anos o SP de Telê igualava o Santos de Pelé e se tornava bicampeão mundial. Gostaria de fazer um texto falando apenas daquele momento histórico, mas face a mais um ano de fracassos, é impossível.                   

 Infelizmente, o SP que aprendi a torcer e a amar existe apenas no YouTube ou nas revistas Placar do passado. Naquela época tínhamos uma gestão de vanguarda, com liderança e respeito a hierarquia. Em dado momento, alguns jogadores quiseram derrubar Telê. Esses jogadores foram negociados, Telê ficou e o resto é história.    

No gol, tínhamos o reserva da Seleção Zetti e o promissor Rogerio Ceni. Hoje em dia temos o inexpressivo Sidão e o comum Jean, que demonstrou nos poucos jogos em que atuou não ter estabilidade emocional. Cafu era o nosso LD e André Luiz era o LE, ambos formados na base. Hoje temos Bruno Peres e Reinaldo, um jogador folclórico nas laterais, com sérios problemas pra acertar um simples cruzamento.            

Na zaga, havia a mescla do clássico Válber e do sério Ronaldão. A nossa dupla atual é boa, mas o zagueiro que há mais tempo está no clube é o mimado Rodrigo Caio. Nossos volantes, Doriva e Dinho marcavam forte, não davam moleza para os  adversários. Hoje temos um volante pesado e um que marca com os olhos e se preocupa em não desmanchar o cabelo, caso de Hudson.       

Quando Raí foi negociado, Telê adaptou Leonardo na meia e adiantou Cerezo. Hoje, o meia do time, o experiente Nene, fica fazendo biquinho quando é substituído. No ataque tínhamos Palhinha mais adiantado e o craque Muller. Hoje temos um pesado e nem sempre decisivo Diego Souza.              

Infelizmente parte do fracasso do SP passa por parte da torcida. O nível de exigência é baixíssimo. Se conformam com atacante que não sabe chutar no gol e com gastos altos em jogadores medíocres. Além disso, criticam torcedores com senso critico,que cobram transparência, apontam conflitos de interesse entre dirigentes e agentes de atletas.                

O SP que aprendi a amar e a torcer era ousado, criativo. Perdia Raí, trazia Leonardo e apostava em Juninho. O SP que aprendia amar e torcer tinha dirigentes competentes. Hoje, mesmo com um bom estatuto, temos um conselho omisso e o pior presidente dahistória, o péssimo Leco.            

Ao contrário do que dizem, a dívida não diminuiu tanto assim e a maneira que fazem pra diminuir é a mesma usada desde sempre, a venda de jogadores da base. Dessa forma, venderam  preço de banana o maior talento revelado desde Kaká, David Neres. Venderam o jovem talento, a dívida permaneceu e torraram a grana com Aderllan, Trellez, Edimar e outra nulidades.             

Infelizmente os dias do SP são iguais desde 2010. Contratam treinadores sem definir o estilo de jogo que quer implantar,contratam jogadores sem qualidade técnica, jogam pra debaixo do tapete qualquer escândalo administrativo, desviam o focoda péssima gestão contratando ídolos do passado , tornando-os escudos.                

Comemoramos vitórias efêmeras, celebramos conquistas laterais, como recordes de público, aumento de seguidores do clube em redes sociais, tornam jogadores engraçados em ídolos, alguns se acostumaram com a mediocridade.                           Mais um dezembro chegou e pra lembrar a razão de ser são-paulino terei que recorrer aos pôsteres amarelados e aos vídeos de conquistas cada vez mais remotas  no youtube. 
                          SP, até quando as tuas glórias ”virão” do passado?
                         Rafael de Albuquerque                         https://twitter.com/rafa_sjc1930