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O Corinthians reforçou na 6ª feira (17.nov.2023) a intenção de renegociar as dívidas da Arena Neo Química com a Caixa Econômica Federal. O presidente do banco estatal, Carlos Vieira, e o dirigente corintiano, Duílio Monteiro, reuniram-se para tratar da proposta de quitação dos débitos. A Caixa emprestou R$ 400 milhões para o financiamento do estádio em 2013, mas o valor não foi integralmente ressarcido. Com juros e correção monetária acrescidos, a mídia esportiva brasileira diz que a dívida atual gira em torno de R$ 600 milhões.

O estádio do Corinthians fica no bairro de Itaquera, em São Paulo, e foi construído com dinheiro público. A confirmação da obra se deu em setembro de 2010 e o início, no ano seguinte. A arena foi um projeto para a Copa do Mundo de Futebol de 2014. O orçamento estimado para a construção foi de R$ 958 milhões, segundo o Corinthians.

O presidente do clube à época, o ex-deputado Andrés Sanchez (PT-SP), disse em 2011 que o petista serviu como uma ponte com a Odebrecht (hoje Novonor), responsável por levantar a estrutura. “Quem fez o estádio fui eu e o Lula. Garanto que vai custar mais de R$ 1 bilhão. Ponto. A parte financeira nin­guém mexeu. Só eu, o Lula e o Emílio Odebrecht [então presidente do Conselho de Administração da empresa]”, declarou Sanchez em entrevista à revista Época em 2011.

A Odebrecht foi uma das empresas envolvidas no esquema de corrupção desvendado pela operação Lava Jato. Executivos da empreiteira pagaram propina a políticos e funcionários públicos para obter vantagens em contratos de licitação. Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora, disse que a ajuda de Lula foi quase uma questão pessoal. “É meio que um pedido de Lula para o meu pai [Emílio Odebrecht]: ‘Ajude o Corinthians a construir um estádio privado’. Só isso. Nesse assunto eu não me envolvi, mas começamos a tentar ajudar o Corinthians a fazer o estádio”, disse Marcelo em depoimento à Justiça.

No dia da celebração do acordo com a Odebrecht, Lula comemorou a parceria. “É um dia histórico, tão histórico quanto o gol do Basílio contra a Ponte Preta em 1977”, declarou em referência à final do campeonato paulista daquele ano que encerrou um jejum de 23 anos do alvinegro paulistano sem títulos. A arena terminou de ser construída em 2014, quando a presidente da República era Dilma Rousseff (PT). O local foi sede do jogo de abertura da Copa do Mundo daquele ano, um embate da seleção do Brasil com a da Croácia que terminou com placar de 3 a 1 para o time brasileiro.

Poder360