Em entrevista no Programa Tricolaços, Lucas Silveste, Auxiliar técnico do São Paulo e filho de Dorival Jr, comentou sobre a mudança de posição de Alisson no Tricolor:

“O Alisson vinha muitas vezes jogando como ponta com a gente e a carreira dele inteira, ele fez ponta pelo lado esquerdo. E em alguns jogos, colocamos ele como ponta pelo lado direito porque era uma função que nos faltava naquele momento. E nós precisávamos de alguém com as características dele.

Logo depois, veio o Rato que tem uma característica defensiva parecida com a do Alisson. Até que um dia, ele encostou em mim e temos uma relação muito próxima porque trabalhamos juntos em 2013 no Vasco e ele me disse:

“Pelo amor de Deus, não quero questionar nada que vocês fazem mas eu não me sinto confortável de jogar como ponta pelo lado direito. Se vocês me colocarem, vou fazer mas eu tenho uma limitação mas tenho dificuldade, foge do meu jogo. Sinto que não terei meu melhor.”

O Alisson tem características que são fundamentais, ele ataca bem o espaço, ele pressiona muito bem a bola e ele acelera o jogo, quando ele tem a bola, ele não segura muito, ele dá velocidade ao jogo. E a partir deste momento que ele conversou comigo, a gente para foi para a sala, troquei uma ideia com o Professor e falei de de repente encontrarmos uma posição para ele.

Quando a gente jogava no 4-3-3, ele fazendo o tripé por dentro, ele fazia muito bem essa função, ele além de combater, ele chegava na área do adversário. E pensando como poderíamos fazer já que ele queria alterar essa posição, decidimos trabalhar com ele como um volante porque naquele momento, já não tínhamos mais um tripé, estávamos no 4-2-3-1.

Ele de ponta não queria, de meia também ficaria um pouco mais complicado, na esquerda já tínhamos o Nestor, o Michel, outros jogadores que já jogavam por ali, pensamos em trazer ele para dentro e trabalhar com ele nesta função. Nos primeiros treinos, ele teve muita dificuldade neste posicionamento de volante. O Pablo saía para combater, o Alisson abria e ficava o miolo todo aberto na defesa.

Então, fomos orientando no campo, explicando a ele com vídeos na sala para que ele no momento que fosse jogar nesta função, estivesse mais adaptado a tudo aquilo. E aí, acontece aquela situação com o pai do Pablo, ele tem que viajar, até o pessoal colocou a disposição tentar trazer o Pablo para cá, mas ele não tinha condições emocionais de jogar naquele momento e ficamos pensando quem jogaria.

Para casar com as características do Gabi, precisávamos de alguém que pressionasse bem a bola, que imputasse a marcação e tanto marcasse quanto jogasse e veio na nossa cabeça colocar o Alisson. E quem viu de fora, entendeu como loucura, você ir jogar no Allianz, contra o Palmeiras, somente 1×0 de placar, o Alisson, um jogador bem contestado e de volante ainda, e você confia nele, ele entra e faz aquela baita partida, e a partir daí, ele vai se firmando cada vez mais.

O Alisson é um menino muito bom, muito grato, ele ficava agradecendo por confiar nele, dar a oportunidade. Mas, fizemos o que ele produzia nos treinamentos, o que ele nos mostrava. O Gabriel ainda não tinha machucado, e depois, com ele machucado, o Alisson se firmou de vez.”

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