Em entrevista ao GE, Vélber contou sobre sua passagem no São Paulo e um atrito com Ceni, veja:

Cuidados

“Foi fera demais, tanto que fui campeão da Libertadores pelo São Paulo. A perna não tremia. A torcida me cobrava e perguntava o motivo de não ir comemorar com eles quando fazia gol. Eu tinha uma concentração tão grande, pois eu vim de uma família muito humilde. A ponte da minha casa era dois açaízeiros, no bairro do Guamá (em Belém). Hoje, graças a Deus, moramos bem. Eu botei na minha cabeça que o futebol podia mudar a minha vida, da minha família e podia dar um lugar melhor para a minha mãe. Eu levei a sério tudo que diziam que fazia mal no futebol. Nunca bebi nem fumei. Eu me cuido, frequento academia. Levei muito a sério.”

Lesões

“Tive contusões que muitas pessoas nem sabem. Em um treino, eu dei um carrinho no Luis Fabiano e fiquei sujo de tinta, só que nessa tinta tinha um bichinho que fica na grama e ele acabou entrando na minha perna e comeu ela. Se eu demoro mais 30 minutos para ir ao médico, eu teria que amputar minha perna. Por conta disso, passei seis meses fazendo uma câmara hiperbárica, pois eu estava com foliculite. Tive que fazer um trabalho para recuperar e colocar esse bicho para fora. Depois, eu tive que fazer um trabalho para recuperar a minha forma física. Só que o Danilo estava fazendo gol até de tiro de meta quando voltei.

CENI

‘Eu ainda joguei bastante, mas foi aí que veio a situação com o Rogério. Antes de conquistarmos a Libertadores (em 2005), nós viajamos para jogar contra o Once Caldas, na Colômbia (em 2004). Nós tomamos um gol aos 50 minutos do segundo tempo. O jogo seguinte seria com o Paysandu, em Belém, pelo Campeonato Brasileiro. Eu estava feliz por ver a família, os meus filhos. Eu não sabia que ele estava puto e perguntei: “Rogério, em quantas horas vamos chegar em Belém?”. Ele respondeu: “Velbinho, o c… do mundo é longe”. Perguntei: “como o c… do mundo é longe?”, e ele respondeu que Belém é o c.. do mundo. Cara, falou em Belém o bicho pega. Apesar desse tamanho, eu mandei ele para longe.”

“Eu estava como titular na equipe. Discutimos dentro do avião, mandei ele para longe e falei que se ele não me respeitasse, eu iria dar uma entrevista dizendo o que ele tinha falado. Acabou que ele ficou calado e acabei não comentando. Ele pegou um frango aqui. Chutaram no gol, ele foi pegar e passou por baixo das pernas dele.”

Saída do SPFC

“Depois (da discussão com Rogério Ceni), queriam me afastar do time titular, só que eu ganhava R$ 125 mil, tinha uma multa rescisória de R$ 68 milhões, a multa do Rogério era de R$ 50 milhões. Eu ainda tinha um ano de contrato e disse que eles iriam ter que me engolir até o término do meu contrato, que eu não sou doido de pedir para ir embora. Disse que se eles quisessem me emprestar para qualquer lugar eu iria, só que o São Paulo iria pagar.”

“Palmeiras, Cruzeiro e Santos queriam me contratar. Joguei contra o Santos e fiquei na reserva mesmo com um time misto. A torcida santista me perguntou o que eu estava fazendo lá e pediu para assinar com o Peixe, pois era reserva do reserva. Tive uma proposta do Kashima Antlers, mas eles não liberaram. Mandaram um outro moleque e só depois que descobri. Eles estavam fazendo de tudo para pedir para ir embora. Me colocaram até para treinar separado e disseram que eu estava com um problema de cabeça. A imprensa pegou no pé deles e me colocaram para jogar. Entrei em um jogo contra o Fortaleza, fui o melhor em campo e não tinha mais desculpa. Fiquei até o término do meu contrato e vim para o Remo.”