Passados quatro jogos de Dorival Júnior no comando do São Paulo neste seu retorno ao clube do Morumbi, é possível ver que, pelo menos na matemática, seu trabalho mantém o mesmo padrão do que o antecessor Rogério Ceni vinha apresentando. Pelo menos usando como parâmetro os primeiros quatro compromissos do ex-goleiro neste ano.

É evidente, contudo, que o objetivo prioritário da diretoria foi alcançado. A principal motivação para substituir Ceni por Dorival se deveu, principalmente, por melhorar o ambiente interno entre comissão técnica e elenco.

Desde a eliminação no Campeonato Paulista os dirigentes ouviam ponderações sobre o trabalho de Ceni, principalmente de setores específicos do plantel. Apoio, o ex-goleiro só tinha dos veteranos. Que aprovaram o nome de Dorival quando levado à pauta para discussão interna.

De imediato, Dorival entregou o que dele se esperava: conceitos mais simples, facilmente adaptáveis e digeridos pelo fraco e desfalcado elenco são-paulino. Ponto onde Ceni já não vinha obtendo muito sucesso.

Mas e na comparação prática? Bem, em seus primeiros quatro jogos no ano, Ceni também ostentou uma invencibilidade, com dois empates e duas vitórias. No rol de resultados está o 0 a 0 diante do poderoso rival Palmeias. E uma goleada impetuosa ante a Portuguesa por 4 a 1.

Dorival tem os mesmos resultados, incluindo uma boa vitória sobre o América-MG em sua estreia.

As semelhanças continuam quando o assunto é a utilização do elenco. Nos quatro primeiros jogos do ano, Ceni utilizou 22 atletas ao todo. Dorival até aqui mandou a campo 21 nomes.

Se nomes tidos como primordiais como Ferraresi e Galoppo integravam aquele início de Ceni e hoje estão se recuperando de cirurgia, atualmente Dorival pode contar com reforços como Michel Araujo.

A diferença primordial estpa na forma de jogo. Naquele início de Estaadual, Ceni apostava suas fichas em um 4-2-4, com dois pontas abertos, Calleri de centroavante, Luciano de ponta-de-lança e Nestor atuando como armador com um só volante na cobertura defensiva.

Dorival é fã do tradicional 4-4-2 com um losango no meio-campo. Ou seja, um cabeça-de-área fixo, dois volante à frente e o meia-armador abastecendo os dois atacantes.

Assim largou no Tricolor ante o América, mas logo os problemas de contusão atrapalharam seus planos. Não só isso. O treinador vem se queixando da dificuldade em adaptar os volantes disponíveis no elenco para essa função na linha de dois à frente do ‘camisa 5’. Acabou voltando ao 4-3-3, também prejudicado pela ausência dos dois centroavantes do plantel.

É um caminho oposto ao que Ceni pensava para esse segundo semestre, quando esboçou o retorno do esquema com três zagueiros que o levou à final da Copa Sul-Americana e semifinal da Copa do Brasil no ano passado. Se daria certo? Não sabemos. Para Dorival, entretanto, o tempo será o senhor de suas intenções.

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