O título da coluna publicada no Uol, na quarta-feira (8) era este. O texto dizia que, apesar da rivalidade na época da Segunda Guerra Mundial, o Palmeiras jogar no Morumbi e o São Paulo no Allianz não agride a alma de nenhum dos dois clubes.

Os Estados Unidos bombardearam o Japão na Segunda Guerra e hoje têm relações diplomáticas e comerciais.

Defendi que o São Paulo deve jogar no Allianz Parque, contrastando nota de torcida uniformizada.

Fui surpreendido pela repercussão na comunidade são-paulina pelo fato de a primeira frase do texto ser “O São Paulo tentou tomar o Parque Antarctica do Palmeiras durante a Segunda Guerra Mundial.”

Ora, era óbvio o contexto.

Ainda que tenha havido o episódio das barricadas, de palmeirenses defendendo seu estádio contra uma suposta invasão são-paulina, a relação deve ser cordial hoje, como entre Japão e Estados Unidos, Alemanha e França, invadida pelos alemães no mesmo período.

O São Paulo tentou tomar o Parque Antarctica do Palmeiras?

Não há evidências.

Há depoimentos de palmeirenses, como Oberdan Cattani, que juram ter dormido noites à frente do estádio, para impedir a invasão. Isto não dá culpa ao São Paulo. É possível que palestrinos antigos tenham se sentido ameaçados e feito barricadas sem que houvesse nenhum risco real.

Está na história do clássico Choque-Rei. Oberdan Cattani morreu dizendo: “O Corinthians é adversário, o São Paulo é inimigo.”

Oberdan podia até estar equivocado. A versão ficou na história a ponto de ser citada na nota de repúdio à decisão de Leila Pereira.

Minha intenção foi só dizer que sim, o São Paulo pode jogar no Allianz Parque. Jogou 52 vezes como mandante no Parque Antarctica.

O São Paulo amplia a grandeza do Palmeiras, assim como o Palmeiras aumenta a grandeza do São Paulo.

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