Ontem, o blog publicou o caso de Tchê Tchê que admitiu jogar, treinar e viver com uma depressão profunda que afetava seu desempenho:
Parece que é incomum, mas um estudo da Premier League do fim de 2022 e brasileiros, comentam sobre o assunto, veja:
Uma pesquisa realizada pela Football Players Union of England (PFA, na sigla em inglês) revelou que 5% dos jogadores da Premier League tiveram pensamentos suicidas ao longo de sua carreira de jogador. Dos 843 entrevistados que passaram por este estudo, 40 pensaram em algum momento em tirar a própria vida.
A PFA é um sindicato da Inglaterra e do País de Gales. Fundado em 1907, é a entidade de futebolistas profissionais mais antiga do mundo, com mais de 5 mil membros. Sua missão é proteger, melhorar e negociar as condições, direitos e status de todos os jogadores profissionais desses dois países.
A pesquisa aponta ainda que quase 10% dos jogadores sofreram bullying ao longo da carreira; que 12% se sentiram compelidos a se vacinar contra a Covid e que quase 20% já vivenciaram ansiedade.
“Esses números destacam a importância dessas questões para o esporte”, disse Michael Bennett, diretor de bem-estar dos jogadores de futebol da PFA, à Associated Press.
O trabalho foi realizado entre jogadores da Premier League até a Quarta Divisão durante a temporada 2021/2022.
Sobre o ‘bullying’, Bennett explicou que pode vir dos próprios companheiros do jogador, da comissão técnica ou da diretoria.
“Estamos particularmente preocupados com os mercados de transferências, porque sabemos que os jogadores podem ser isolados por um clube quando tentam forçar uma transferência. Temos que lidar com esses casos com frequência. Os jogadores têm o direito de se sentirem protegidos em seus locais de trabalho”, acrescentou.
Depressão de brasileiros
Aqui no Brasil, há casos de jogadores que assumiram publicamente quadros de depressão, como o ex-flamenguista Michael. Em 2019, ele admitiu que teve uma conversa com o técnico Jorge Jesus para informar que iria desistir de jogar futebol.
O quadro depressivo foi superado, Michael teve sua melhor fase com Renato Gaúcho, até ser negociado com o futebol árabe. Mas recentemente o jogador voltou a se manifestar. Disse que se sente depressivo longe do Brasil: “Prefiro abrir mão do dinheiro que ganho aqui, mas quero ir embora”, afirmou.
Outra situação que serve como exemplo é a do atacante Zé Love, revelado no Santos, com passagem no Palmeiras, Fortaleza e Brasiliense.
No começo deste ano, Zé Love admitiu estar “vivendo numa escuridão. Depressão não é frescura , só Deus sabe que tô passando e lutando”, desabafou no Twitter
Marcondes Brito

O que chama muito a atenção é o fato de que muitos jogadores contratados pelo SPFC, simplesmente não conseguem jogar …, e são “doados” com os salários pagos pelo tricolor.
#Triste e deprimente SPFC.
#SPFC nossa alegria triste.
A depressão e outros transtornos de personalidade são doenças que atingem milhões de pessoas, independente de gênero, classe social e profissão.
E todos merecem apoio, tratamento e empatia.
Atividade de alto desempenho e com muita cobrança, é o preço.
Não quer jogar, não desce pro play. E como é um fator conhecido os clubes devem fazer exames periódicos nos jogadores e estar preparados para lidar com isso.
Até poucos anos atrás psicólogo no futebol era algo que treinador até tirava onda quando perguntavam nas entrevistas…. Para vc ver como a maioria e arrogante, fechada no seu mundo e desinformará.Não da pra levar no gogó, tem que levar isso a sério.
Exato. O clube precisa ter uma equipe para monitorar a saúde mental dos atletas. Mas alguns técnicos são contra.
No mundo moderno isso é mais comum do que imaginamos, mas embora seja comum não é uma coisa que deve ser levada de qualquer jeito pq sabemos que a consequência dessa doente é um fim trágico. Que os clubes possam entender essa lacuna e se precaver para que casos assim não volte a repetir com frequência.
Interessante a discussão aqui no blog. No São Paulo, quem cuida da questão é a Psicóloga Anahy Couto.
Existe muita desinformação sobre a saúde mental e a Psicologia de maneira geral. Quando se fala sobre Psicologia do Esporte então, a coisa só piora. Muitos confundem as coisas. Existem questões pessoais, como o caso citado, e existem trabalhos psicológicos relacionados ao desempenho do clube. O primeiro caso é da ordem de uma psicoterapia individual, um trabalho com o próprio individuo sozinho. Já falando sobre desempenho esportivo e questões coletivas do clube, é de responsabilidade do setor de Psicologia do clube.
Infelizmente quase nenhum dos clubes dá valor para essa área do conhecimento dentro do futebol. O palmeiras é um dos poucos que bate nessa tecla e valoriza a Psicóloga de lá. Muito embora isso não seja o motivo deles serem campeões. A parte psicológica não garante a vitória, mas com certeza ajuda muito a evitar problemas no desempenho.
A prevalência de transtornos mentais no futebol é maior que a média geral na população. Muitas pessoas falam que por ganhar salários altos os jogadores não podem ter reclamações, problemas psicológicos ou falta de motivação. É preciso lembrar que eles são, antes de jogadores, seres humanos. Tem famílias, problemas, dificuldades de outra natureza que não financeira, enfim…não são máquinas. Basta se atentar e ter um olhar menos julgador para entender que todos precisamos de algum auxilio em algum momento da vida.
Endosso. E acho que seria interessante se os clubes fizessem em conjunto alguma ação com relação à transtornos mentais diversos, não apenas depressão, da mesma forma que fizeram com a questão da violência contra a mulher.
Lembrei agora dos casos de jogadores que tiveram alguma treta feia com a mulher tipo o Dudu recentemente. Começa a chuva de rótulos de maria chuteira pra baixo…claro que infelizmente existem as espertas que querem dar o golpe mas e se a mulher fez aquilo porque tinha algum transtorno explosivo intermitente e acabou explodindo por um gatilho?
Existe muita gente ruim no mundo mas tem coisas que a gente vê por aí que é difícil acreditar que a pessoa fez de forma consciente, nada acontece à toa. Acho que isso precisa de uma conscientização muito maior que o mês do setembro amarelo, a minha esposa é professora e a quantidade de crianças com laudo psiquiátrico é inacreditável, e pra completar essa pandemia afetou psicologicamente todo mundo de uma forma muito ruim.
E se tiver mais jogadores no elenco ou colaboradores da instituição na situação do Tche Tche e a gente nem imagina que isso tá acontecendo? Acho que algo deveria ser feito pra encorajar essas pessoas a procurar ajuda, isso não é sinal de fraqueza, não é frescura, é doença.
O próprio Rogério que eu também malho aqui periodicamente, o cara é aquele tipo de pessoa obstinada fissurada em trabalho e vencer tudo na vida, imagina a quantidade de frustração que ele não carrega dentro de si. A personalidade dele não é das melhores mas isso não quer dizer que o cara não sofre.
Como eu disse no post de ontem, é só ver pelos surtos que os jogadores da Seleção Brasileira sofreram em 2014 e na última Copa, quando o Encantador de Serpentes convocou o Lateral Presidiário para ser um dos líderes do elenco e escolheu como capitão do time alguém que deveria urgentemente fazer terapia!!!
E os clubes são completamente negligentes com relação à saúde mental, num total oposto do que são como a fisiologia e a fisioterapia.
No caso do Tchê Tchê admito que o critiquei sem saber do seu estado psicológico, que foi anterior a história do “Perninha Mascarado” dito, pasmem, por um psicólogo formado!!!
Parte emocional dos atletas devia ser mais bem cuidada.