A goleada sobre a Portuguesa de Desportos na última quinta-feira (26) foi apenas o quinto jogo do São Paulo na temporada de 2023. O elenco curto e o excesso de estrangeiros ainda são os maiores e mais constantes problemas do Tricolor Paulista, mas é bom ver Ceni encontrando dentro do grupo possíveis soluções para situações eventuais como lesões, suspensões ou até mesmo falta de alternativas. O grande nome do jogo foi o argentino Galoppo. O meio-campista de origem jogou mais avançado na função que é do compatriota Calleri e se saiu muito bem no confronto contra a Lusa. Além dos dois gols, o camisa 14 deu mais uma opção interessante para Rogério Ceni no São Paulo.

Este que escreve entende bem que o momento ainda é de mais calma e paciência por conta do recorte muito curto para análises mais profundas. Por outro lado, memso com os pedidos públicos por mais reforços e mais alternativas no elenco, Rogério Ceni vem conseguindo fazer do São Paulo um time bastante competitivo com as peças que tem à disposição. O execesso de estrangeiros obriga o treinador do Tricolor Paulista a fazer rodízios e escolhas que nenhum outro treinador gostaria de fazer justamente por conta da qualidade dos “gringos” contratados em 2023.

O problema do elenco curto se confunde com a falta de planejamento da diretoria ainda vão permanecer por muito tempo. Dentro de campo, Rogério Ceni precisa é buscar soluções. E o técnico tricolor encontrou em Galoppo a opção mais certeira para substituir Calleri (poupado da partida contra a Portuguesa de Desportos). O 4-4-2/4-2-4 foi mantido com David e Wellington Rato pelas pontas, Rodrigo Nestor e Pablo Maia na proteção da zaga e Luciano como camisa 10 de fato e de direito jogando ao lado de um Galoppo muito participativo no comando de ataque.

Galoppo jogou ao lado de Luciano no 4-4-2/4-2-4 preferido de Rogério Ceni. O argentino teve boa atuação jogando mais adiantado. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

Notem que a escolha por Galoppo se deu num momento em que Rogério Ceni precisou poupar seu principal atacante, mas ainda não havia encontrado o nome certo para exercer a função no setor ofensivo do São Paulo. A forma como o time se comportou em campo, mesmo diante da fragilidade do seu adversário, deixou boa impressão pela desenvoltura, pelo bom uso dos espaços no lado do campo e pela dinâmica colocada na movimentação e no jogo mais direto preferido do treinador do time do Morumbi. Mas é muito difícil não ver em Galoppo uma espécie de “décimo segundo jogador” disponível para exercer as mais diferentes funções dentro de campo conforme a necessidade. Baita acerto de Ceni.

Mesmo com as mexidas no segundo tempo, o São Paulo manteve a pegada e a intensidade tão desejadas por Rogério Ceni. O time foi vertical quando teve necessidade e rodou a bola quando o jogo pedia uma pausa ou uma cadência maior do jogo. Além de Galoppo (e do bom entendimento com Luciano) e da boa atuação dos pontas Wellington Rato e David, os volantes Rodrigo Nestor e Pablo Maia também merecem destaque pela boa atuação no sistema defensivo e por ajudarem a empurrar a defesa da Portuguesa para trás nos contra-ataques. O time ficou mais compacto e passou a ganhar mais as chamadas “segundas bolas”. É ir fazendo os ajustes e encontrar a melhor formação para continuar vencendo.

Galoppo e Luciano se entendiam muito bem no ataque. Mas os volantes Rodrigo Nestor e Pablo Maia também foram importantes no ataque. Foto: Reprodução / YouTube / Paulistão

É verdade que Galoppo pode sim ser uma ótima opção para Rogério Ceni, uma espécie de “coringa” que todo treinador gostaria de ter no elenco para resolver os problemas dentro de campo de maneira rápida e eficaz. Por outro lado, ainda é muito prematuro afirmar que isso pode funcionar contra adversários mais fortes e mais qualificados. O clássico contra o Corinthians, marcado para o próximo domingo (29) pode ser a chance perfeita para Ceni observar melhor seu time num contexto mais desfavorável. Ao mesmo tempo, nomes como Calleri, Pedrinho, Wellington Rato, Luciano e o já mencionado Galoppo serão importantíssimos. Tudo para que o São Paulo atinja o patamar desejado pelo seu treinador.

Mas é bom que se diga que Rogério Ceni está certo. O São Paulo precisa sim de reforços e peças de reposição se quiser ir longe nessa temporada e brigar por títulos. Por mais que os resultados estejam sendo satisfatórios e que o técnico tricolor venha encontrando soluções dentro do elenco, a grande verdade é que uma equipe precisa de muito mais material humano se quiser levantar taças. Ainda mais nesse insano, competitivo e altamente disputado futebol brasileiro.

Luiz Ferreira – Papo Tático