Edgol chegou em 2006 numa época que só tínhamos Chulapa no ataque para centroavante. O jogador, veio da Série C numa daqueles movimentações de JJ. Jovem, chegou como homem gol e saiu rapidamente. Mas, foi campeão, rumou para Europa e Ásia onde virou ídolo.

Em um podcast, Edgol contou uma história de sua passagem pelo SPFC, veja:

“Thiago Riveiro comprou um carrão, Muricy perguntou a ele por que ele queria comprar o carro: ‘Você já não tem carro? Vai morar dentro do carro? Vende isso e compra algo para a sua família, vá investir dinheiro em outro lugar’, isso no meio de todo mundo. Antes de começar o treino“

Saiba mais do jogador:

“Eu estava muito bem e era um dos artilheiros da competição e veio um representante do Saint-Ettiénne [da França], que queria me comprar. O Joinville precisava de dinheiro e fui para lá, mas por questões burocráticas não deu certo. Esse cara tinha levado o [zagueiro] Miranda ao São Paulo, que também estava precisando de um atacante”

Virada Radical

“A gente no Joinville via a Série A do Brasileiro pela TV no alojamento. Duas semanas depois, eles estavam me vendo. É uma sensação que não tem o que falar. Só quem passou sabe o que é isso! Foi uma mudança muito rápida que o futebol pode nos proporcionar”

Oportunidades

“O São Paulo era o líder do Campeonato Brasileiro e uma grande vitrine para minha carreira. Sabia que eu não seria uma das primeiras opções, mas só de estar naquela equipe para mim seria muito bom. Não hesitei em escolher. Não joguei muito, mas abriu muitas portas para mim e fui muito feliz pelas experiências que passei por lá”

Muricy

“Ele meu deu muitos conselhos, não somente para aquele momento, mas para que a minha vida futura melhorasse. Eu não tinha como jogar porque os outros jogadores estavam em um momento melhor. Eu vinha de uma realidade totalmente diferente”

Europa

“Veio uma oferta de um grupo de investidores que tinham comprado o Beira-Mar, de Portugal. Naquela época eu não queria sair do São Paulo porque tinha o sonho de estar em um time grande do Brasil. Mas o Joinville precisava de grana e me vendeu. Na época, o time estava mal no Português”, recordou.

“Ia sair do campeão brasileiro para um dos últimos colocados do Português? Eles me disseram que seria bom e iria abrir as portas na Europa: ‘Calma, se você fizer isso lá em seis meses aparece algo legal, nós garantimos’. E foi o que ocorreu”, bradou.

“O Beira-Mar infelizmente caiu, mas eu fui bem e o Porto me comprou. O que me disseram deu certo”

“O Porto era um timaço e tinha vários jogadores top de seleção mundial. Aprendi muito, mas não tive oportunidades. Mesmo assim, abriu meu mercado por estar por lá”

“Eu cresci como pessoa porque é uma cultura diferente. Mas no futebol não foi uma experiência tão boa. Lembro que perdemos um clássico para o Partizan e fomos eliminados da Liga Europa na mesma semana. Foi horrível. Os torcedores fizeram uma reunião com a gente e nos xingarem e bateram no nosso capitão e em outro atleta. Eles eram fanáticos até demais”, lamentou.

“Para piorar, o presidente tinha sido preso por ser da máfia e eu não recebia salários. Fiquei um pouco bravo e resolvi voltar ao Brasil para recomeçar”

Ásia

“Lá foi um dos melhores momentos na minha carreira. Fui campeão do Golfo e da Copa dos Emirados. Foi um lugar que fiz boas amizades e a minha família gostou de lá. É muito bom quando as coisas também estão legais fora de campo porque você se desenvolve da melhor forma possível”

“Nos primeiros dias eu não estava acostumado com a situação dos muçulmanos. O treino era umas 22h ou 23h por causa do calor. No meio da atividade tocava a música das mesquitas e só sobravam os estrangeiros no campo. Os árabes entravam no vestiário e faziam a oração deles antes de voltarem para o campo. Depois, me acostumei e eles queriam que nós também virássemos muçulmanos (risos)”, afirmou.

Artilheiro

“Eu estava jogando bem, era vice-artilheiro do Campeonato Tailandês, mas eles gostam de mudar os estrangeiros do time. Só podem jogar três. Trouxeram mais um jogador e como eu era o último a ter chegado fui embora”

“O time estava em momento difícil, mas por ter alguns brasileiros no elenco e um treinador brasileiro [André Gaspar] eu sabia que dava para superar isso. E foi o que aconteceu. Fomos campeões do Copa da Coreia e foi um feito inédito pra o clube. Só tenho que agradecer”

“O começo foi um pouco difícil na adaptação, mas a minha família está acostumada com mudanças. A cultura é diferente e o país não é tão aberto aos estrangeiros. É um pais legal, seguro e o respeito é pelas pessoas muito grande. As crianças pequenas vão para a escola sozinhas”