O técnico Rogério Ceni completou um ano de sua segunda passagem pelo São Paulo como treinador nesta quinta-feira. No dia 13 de outubro de 2021 o ídolo tricolor foi anunciado como novo comandante da equipe após a demissão de Hernán Crespo, retornando ao Morumbi após mais de quatro anos.

Em 2017, Rogério Ceni já havia treinado o São Paulo por um curto período. Foi o primeiro trabalho do ídolo tricolor como técnico, sendo demitido após cinco meses.

Correndo um grande risco de rebaixamento no Brasileirão após a conquista do Campeonato Paulista de 2021, a diretoria são-paulina decidiu apostar em Rogério Ceni para ser o sucessor de Hernán Crespo com uma missão: escapar do tão temido descenso e sonhar com um 2022 mais tranquilo.

O objetivo foi cumprido. Rogério Ceni terminou a temporada passada levando o São Paulo para a Copa Sul-Americana e logo nos primeiros meses de 2022 chegou à final do Campeonato Paulista, vencendo o Palmeiras de maneira convincente no jogo de ida, por 3 a 1, mas participando de uma derrota vexatória na volta, no Allianz Parque, por 4 a 0, perdendo o título de forma trágica.

A queda foi grande após deixar escapar uma conquista tida como bastante encaminhada, mas Rogério Ceni e seus comandados deram a volta por cima e chegaram longe em outras duas competições neste ano.

Na Sul-Americana, o São Paulo previa chegar até a final e confirmou essa expectativa, mesmo aos trancos e barrancos, com classificações nos pênaltis nas quartas de final, contra o Ceará, e na semifinal, contra o Atlético-GO. Na decisão, porém, o Tricolor novamente desperdiçou a oportunidade de levantar uma taça, sendo derrotado pelo Independiente Del Valle, do Equador, por 2 a 0, em Córdoba, na Argentina.

Já na Copa do Brasil o São Paulo chegou até a semifinal, eliminando o Palmeiras nas oitavas de final, em pleno Allianz Parque, se vingando da derrota na decisão do Paulista. Mas, contra o Flamengo, o Tricolor não conseguiu evitar a eliminação, ainda que tenha sido superior no jogo de ida, no Morumbi.

Restando poucos jogos para o fim da temporada, é justo afirmar que Rogério Ceni transformou o São Paulo em um time competitivo, apesar da falta de títulos. No Brasileirão o Tricolor não vem bem, é verdade, mas, mesmo disputando boa parte do torneio com uma equipe alternativa, já que priorizou as Copas, ainda há chance de se classificar para a Pré-Libertadores.

Diferentemente do Flamengo, seu último trabalho antes de assumir o São Paulo, Rogério Ceni tem de lidar com uma série de limitações, sobretudo financeiras, à frente do clube do Morumbi. A tarefa não é nada fácil para um profissional que se acostumou a levantar títulos importantes ao longo de sua carreira como jogador e também nessa curta trajetória à beira do campo.

Justamente por todos os obstáculos que fazem parte da rotina de trabalho do São Paulo, Rogério Ceni chegou a colocar em dúvida seu futuro no clube em entrevistas recentes, apesar de ter assinado uma renovação de vínculo até o fim de 2023 em julho. Entretanto, nos últimos dias o comandante tricolor tem dado indícios de que deseja seguir e fazer parte do grande desafio que é participar da reconstrução de um gigante.

Nesta semana Rogério Ceni participou de uma reunião com a diretoria no CT da Barra Funda para falar sobre os jogos que restam no Campeonato Brasileiro e também sobre o planejamento para 2023, ano em que as adversidades deverão continuar fazendo parte da rotina tricolor, mas que, com a manutenção do trabalho de toda comissão técnica, pode render frutos ao clube.

Gazeta Esportiva