A direção do São Paulo anunciou a renovação do contrato de Rogério Ceni em 12 de julho, dois dias antes de enfrentar o Palmeiras no jogo de volta da Copa do Brasil. Ninguém na diretoria condicionou sua permanência a se classificar contra um rival quase centenário, diferentemente do que acontece na maior parte dos times brasileiros.
Mesmo assim, há oito dias, Rogério Ceni disse não saber se continuaria no Morumbi no ano que vem. Disse que ama o São Paulo, mas que precisa ser campeão.
Na segunda-feira, 12 de setembro, Carlos Belmonte, deu entrevista afirmando que Rogério será o treinador do ano que vem. Seis dias depois, o São Paulo venceu o Ceará, e Rogério condicionou sua permanência a ser campeão. “Não sei se o clube está preparado para jogar a Libertadores no ano que vem.”
Ora, o técnico é parte dessa preparação.
Ao condicionar sua permanência ao título, Rogério aumenta a pressão sobre seus jogadores. Fica tudo em cima de um único jogo. Se ganhar, o sucesso é do técnico. Se perder, erros do clube.
“Eu vi hoje, outra vez, o Independiente del Valle.”
Dizem no Flamengo, até hoje, que uma parte do elenco se incomodava por saber que Rogério estudava muito os adversários, mérito, mas quase sempre apontava os riscos impostos pelo adversário, mais do que as qualidades que seu time poderia usar para explorar falhas do rival.
Era assim até no Flamengo, dono do melhor elenco do país. Rogério Ceni é um dos treinadores mais promissores do país. Se olhar para suas qualidades e desenvolver outras características, vai ser técnico do São Paulo pelo tempo que quiser, só sairá para a seleção brasileira ou para um clube europeu. Mas pode olhar para onde pode melhorar. Liderar é desenvolver seus liderados.
O São Paulo precisa se impor ao Independiente del Valle. Vencer. Se não conseguir, continuar o trabalho de reconstrução do clube. Longo trabalho, que precisa das pessoas que o conhecem e o amam.
Rogério faz parte disso e a diretoria já garantiu que confiará nele para seguir o processo de fortalecimento. A não ser que Rogério não queira. Nesse caso, ele dirá que não acredita neste São Paulo. Não é o São Paulo que não acredita nele.

Eu concordo com a análise do PVC, contudo todos treinadores do SPFC nessa altura já tavam entregue à panela, e o Rogério não. Talvez ser arrogante e babaca e ferrar com alguns jogadores seja a chave pra manter os paneleiros quietos.
Não acho que PVC tenha falado de jogadores e sim instituição.
Foquei mais na parte da pressão extra sobre os jogadores, mas você tem razão se perde vai jogar no planejamento (e não nos jogadores) e livrar o dele.
Eu não acho tão legal da parte dele fazer isso o tempo todo, mas também entendo, no SPFC ou o treinador é meio malandro ou é engolido por baixo ou por cima, ou é queimado pelas panelas ou fritado pela direção.
O PVC disse com todas as letras que o cara se coloca acima da instituição. Tá óbvio no texto. Só não vê quem não quer.
E tem gente que ainda compra a ideia.
Falou mesmo.
O PVC citou um ponto importante sobre a forma do Rogério estudar e ver as coisas do ponto de vista apenas das qualidades dos adversários e que isso incomodou o elenco do flamengo quando ele esteve por lá.
Isso me trouxe a recordação da entrevista pós vitória contra o Palmeiras no Morumbi por 3 a 1 no Paulistão e desde então tenho criticado esse tipo de declaração dele e me parece que dentro do CT na preparação para os jogos é a forma de trabalho dele que acaba por enfatizar as qualidades do adversário buscando neutralizar elas e acaba não trabalhando nas potencialidades do time.
Quanto a planejamento ele nem pode reclamar da diretoria, pois fez parte do planejamento para esse ano e mesmo não considerando um trabalho de excelência, tanto da diretoria, quanto da comissão técnica, estou procurando ver o copo meio cheio, aonde o time apesar de jogos que não me empolgam, consegue colocar adversários em dificuldades, independente do nível dos rivais, vide a eliminatória contra o Palmeiras e até mesmo contra o flamengo que se a pontaria fosse melhor poderia ter complicado mais a eliminatória.
Caso conquiste a Sulamericana e consiga melhorar no BR, terminando em uma posição do meio para cima na tabela, teria um caminho mais tranquilo para o próximo ano, com menos incêndio para apagar e com possibilidade de uma qualificada bem pontual no elenco.
Ganhar a Sula para garantir Libertadores 2023 e melhorar de posição no Br22 para garantir mais $.
É só o que queremos… mais nadica de nada.
Aliás, depois agente fala sobre o clube, time, treinador, diretores…
“Liderar é desenvolver seus liderados”
E também aprender com eles. Se o material humano não se encaixa na convicção e não tem condição de reformular tudo do zero então é preciso se adaptar à realidade. Senão até na seleção é capaz de lamentar o fato do Messi e do Cristiano Ronaldo não serem brasileiros.
pra mim ficou claro que o Ceni está manobrando para monopolizar os holofotes do possível titulo. Se for campeão, todos os méritos dele. e se perder, foi uma falha do planejamento como um todo e ta na hora de mudar… isso , segundo ele, claro…
O outro erro é ele botar essa pressão toda no time sabendo que só sai do clube se quiser, pois a Diretoria fará o possível e o impossível para que ele cumpra o contrato dele até o final de 2023…
Achei muito interessante o comentário de que o Ceni pensa o time de acordo com os pontos fortes dos adversários.
Acho que isso explica em parte o “bumba meu boi” que é tão falado pelos colegas deste blog (e com razão).
Quando só pensamos em neutralizar os pontos fortes do outro, via de regra sacrificamos os pontos fortes da nossa equipe (no caso, o Time da Fé).
Ou seja, temos jogadores desempenhando papéis fora das suas qualidades (Igor Gomes…), esquemas táticos que tem dificuldade de impor um jogo mais propositivo que não seja o famoso abafa e tudo o que já foi comentado várias vezes aqui.
Uma coisa que não está na matéria mas que me incomoda bastante é a questão do elenco.
Se o Crespo supostamente foi demitido porque “não sabia como é jogar o Brasileiro” e o Muricy sempre bateu muito na tecla da necessidade de ter elenco para disputar um campeonato tão longo e desgastante quanto o Brasileiro, por que contrataram um técnico que declarou publicamente que preferia trabalhar com um elenco mais enxuto?
O segundo ponto é: se já era conhecido que haveria uma maratona mais intensa de jogos este ano por conta da Copa no Qatar, por que não foram preparadas duas equipes para disputar as partidas? As partidas que foram jogadas com elenco “misto” ou “reserva” mostraram um baixo nível de entrosamento, indicando falta de treinamento. Se o Ceni tem o costume de fazer coletivos, por que ele não aproveita/aproveitou para ter dois times competitivos, até para facilitar a rodagem do elenco e preservar a integridade física dos jogadores?
Além de todas as questões financeiras, médicas/fisiológicas etc., acho que o planejamento para 2023, em se mantendo o Ceni como técnico, deveria revisar e corrigir vários pontos que se mostraram muito deficientes este ano.
Tchau, Rogério, vai pro time do PVC!