Tão logo o São Paulo bateu o Atlético-GO nos pênaltis e garantiu sua vaga na decisão da Copa Sul-Americana, os tricolores iniciaram uma corrida que se mostrou mais difícil do que esperado: como viajar para a Argentina para ver o duelo ante o Independiente del Valle, do Equador, dia 1º de outubro.
Pelo que se acompanha em fóruns e redes sociais, até o momento, são poucos os torcedores que conseguiram encontrar hospedagem em Córdoba, para poder acompanhar a partida decisiva. O motivo é simples: com uma rede hoteleira não tão bem servida, a cidade argentina mal consegue atender a Conmebol, que fez reservas com antecedência.
Ou seja, se houve surpreendente facilidade para a compra dos ingressos pela internet e até do transporte aéreo para o país vizinho, a dificuldade dos tricolores reside em arrumar cama e chuveiro para poder aproveitar, com conforto e higiene, a odisseia são-paulina em busca do único título possível no ano.
– Córdoba é uma cidade relativamente pequena e sem tanto atrativo turístico. Não tem uma rede hoteleira preparada para um jogo das dimensões que envolvem o São Paulo, ainda mais pelo jejum de títulos e sede da torcida em ver uma conquista ao vivo – disse ao LANCE! o agente de viagem Lucas Espaletti Menezes, especializado em transporte de torcedores, em viagens internacionais.
E a ‘torcida que conduz’, como se autointitulam os são-paulinos, vive um êxtase descomunal. De três agências de viagens consultadas pela reportagem, apenas uma ainda tinha vaga de hotel, na tarde de sábado (17). E a hospedagem, mesmo assim, será feita em um resort a quase 30 quilômetros de distância do centro da cidade argentina.
– Foi uma solução. Distância enorme e vaga em um spa, literalmente. Era o que deu para fazer – disse ao L! o são-paulino Jorge da Silva Ribeiro, 42 anos, administrador de empresas, que mora no Tatuapé (zona leste paulistana), e que comprou o pacote disponível para ele e o filho de 13 anos.
Opções mais baratas, com hospedagem no centro de Córdoba, se esgotaram com menos de três dias da classificação do Tricolor à decisão.
Todas as fontes consultadas pelo L! apontam que o motivo é a reserva feita com antecedência pela Conmebol para abrigar as delegações, jornalistas e convidados da entidade para a partida. Ao todo, nada menos que seis hotéis inteiros estão reservados para uso deles, segundo o apurado.
O desespero em ver o jogo – com carga ainda grande de ingressos disponíveis – faz com que o estudante de medicina Matheus Henrique Brancarese, 21 anos, vá para Córdoba sem hospedagem. Ele ficará, ao todo, dois dias e 18 horas sem tomar banho. As necessidades que envolvem o uso de privada serão feitas onde der, nos banheiros de aeroporto, restaurante e do próprio estádio.
– Estou levando umas cinco camisas para ir trocando e muito, mas muito desodorante – brincou.
A mesma tática é adotada por quem preferiu economizar e encarar a viagem com as torcidas organizadas do Tricolor. Independente e Dragões da Real sairão de São Paulo (SP) na madrugada do próximo dia 28. Viagem bate e volta, sem estadia na cidade argentina, com preços de no mínimo R$ 900, que podem ser parcelados no cartão de crédito.
As 30 horas de estrada, para cruzar os 2.384 quilômetros de distância entre São Paulo e Córdoba, não desanimam grupos que vêm se organizando por Facebook e fóruns, em esquemas de carona solidária, mas sem hospedagem garantida. Entre as ‘vantagens’ oferecidas por alguns, está até mesmo a crise financeira argentina. ‘Galera, certeza que lá a gasolina e comida deve estar bem mais baratos’, propaga um morador do Butantã (zona oeste paulistana) que organiza uma excursão.
Há também um grupo que ficará em Buenos Aires, capital argentina, e tentará carro ou ônibus para ir a Córdoba no dia da partida. Opção também desgastante, afinal são 696 quilômetros de distância e mais de sete horas de estrada.
Mas o mundo é para todos, diz o ditado. E também há são-paulinos com maior poder aquisitivo que, na dificuldade de encontrarem hotel e pouco dispostos a ficarem em spas, prometem ousar: estão procurando agências para negociar o aluguel de um voo fretado.
– Estou com uma lista de 27 torcedores dispostos. Mais uns 16 e fecho esse pacote – disse Menezes, que mantém sigilo sobre os valores. O L! descobriu, contudo, que uma empreitada do tipo pode custar até R$ 15 mil, por cabeça. Mais do que os cerca de R$ 9 mil cobrados nos pacotes comuns.
É o ‘se vira nos 30’ dos tricolores para ver, quem sabe, o fim de um jejum de dez anos sem conquistas internacionais, do maior vencedor fora das fronteiras do futebol brasileiro.
Lance!
Amadorismo da organização do torneio.
Eu procurei passagem aérea para Córdoba.
Custa apenas: UM OLHO E UM RIM.
Palhaçada levar um jogo desse tamanho para um local que não tem estrutura para isso.
Novamente, valores de passagens aéreas = ASSALTO.
Disse ontem sobre os 3 pontos que serviriam para tranquilizar, time teve um pouco de sorte em alguns momentos, o Ceni precisa corrigir a marcação inexistente no meio campo.
Contra o Avaí será necessário poupar alguns jogadores como o Calleri.
Tantas cidades com infraestrutura pra receber o jogo e os sábios escolhem Córdoba, brincadeira…porque não Buenos Aires por ex.?
Conmebol pisou na bola!! Nossa torcida não merecia sofrer tanto para ir ver uma final…
Porque não marcou para o Morumbi! Conmebol amadora demais.
Se a Conmbel queria estádio cheio, em vez de Brasília, agora Córdoba, porque não marcou para o Morumbi!
O lugar da final é decidido no início da temporada. Não importam os finalistas, ate pq quando escolhe nem sabe quem vai ser, e procuram fazer um rodízio entre os países. Ano passado se não me engano foi Uruguai e já teve no Brazil.
Mas deveriam ter escolhido uma cidade capaz de suportar toda a logística de uma final com times de grande forcida.
Um absurdo. Competição de segunda linha, organização pífia. Estão nem aí para os torcedores. Poderiam ter colocado o jogo em Buenos Aires.
Conmebol é um lixo de instituição.
Essa ideia de jogo único foi um tiro no pé para a Conmebol, no ano passado, a final da Sula já foi um fracasso de público, nem metade do Estádio Centenário estava ocupado e neste ano, eles capricharam, mandando as duas finais para cidades sem a menor estrutura para eventos deste porte (Córdoba e Guayaquil)!!!
Em Brasília, com certeza, só daria a torcida do São Paulo no estádio, fora a melhor estrutura hoteleira e geral, mas por causa das malditas eleições, eles mudaram a sede da final…