Nos últimos dois jogos do São Paulo, contra o Atlético-GO e o Cuiabá, a equipe contou com duas expulsões consecutivas envolvendo jogadores formados na base Tricolor. No caso, Igor Gomes, pela Copa Sul-Americana, e Welington, pelo Campeonato Brasileiro, no último domingo (4).

Na última quinta-feira (1), no primeiro jogo válido pela semifinal da Copa Sul-Americana, Igor Gomes cravou sua expulsão aos 40 minutos do primeiro tempo, após uma falta em cima de Edson, que gerou seu segundo cartão amarelo. Assim, além de deixar a equipe com um a menos em campo, não poderá ser uma opção para o duelo de volta, que acontece no dia 9 de setembro, no estádio do Morumbi.

O jogador, que já estava sendo contestado pela torcida há algum tempo, deixou os gramados da Serra Dourada sob vaias. E esta não foi a primeira vez que algo parecido aconteceu nesta temporada. No começo de agosto, na derrota por 2 a 0 contra o Flamengo – desta vez pelo Campeonato Brasileiro – o jogador novamente deixou a partida mediante às ofensas por parte da torcida presente no estádio do Morumbi.

Muito pela pressão dos torcedores – e até mesmo por uma renovação de contrato que ainda não foi confirmada – Igor Gomes tem adotado uma postura ‘nervosa’ em campo. Além da pressa na tomada de decisões, que leva muitas vezes ao erro, parece bem nervoso em diversos momentos. Isto foi bastante visto contra o Atlético-GO, com os dois cartões que culminaram em sua expulsão.

Com todo esse contexto, algo quase raro nesta temporada aconteceu. No último domingo (4), o meia – formado em Cotia – começou o duelo com o Cuiabá no banco de reservas. Dos 49 jogos que disputou neste ano, só não foi titular em sete.

Contra o Dourado, novamente um erro evitável terminou em expulsão, desta vez com outro nome da base são-paulina – Welington, de 21 anos. Tudo isso porque o jovem atleta cedeu ao nervosismo e caiu na pilha de Deyverson, no segundo tempo, quando levou o segundo amarelo da partida e deixou o São Paulo com um a menos em campo. O primeiro cartão foi recebido justamente após um ‘bate-boca’ com o jogador do time adversário.

Estes dois acontecimentos somados ao momento complicado que o Tricolor vive abre debate para um certo ponto: a questão psicológica dos atletas – principalmente, dos mais jovens.

O São Paulo vive um período turbulento nesta temporada. Lidando com três competições, não ‘tem paz’ em nenhuma delas.

Na Copa do Brasil, onde disputa a semifinal e mira título inédito, perdeu para o Flamengo em casa por 3 a 1 no duelo de ida. Agora, lutará para recuperar a desvantagem no Maracanã.

Na Copa Sul-Americana, algo parecido. Na Serra Dourada, perdeu o primeiro encontro pela semifinal contra o Atlético-GO também por 3 a 1. Nesta semana, corre para reverter o placar no Morumbi e alcançar a próxima fase.

No Campeonato Brasileiro, a corda também está cada vez mais apertada no pescoço do elenco. Atualmente na 14ª colocação e com 30 pontos, está somente há cinco do Coritiba – localizado já na zona de rebaixamento. Além disso, com o empate recente por 1 a 1 com o Cuiabá, chega a marca de somente uma vitória nas últimas dez partidas válidas pela maior competição nacional.

Com esses percalços, somados a pressão da torcida, é eminente que a carga psicológica pesa no desempenho do elenco de Rogério Ceni – principalmente ao se pautar pelos resultados recentes da equipe, que não vence há seis jogos.

Ceni, por sua vez, falou durante a coletiva de imprensa do último domingo (4) que não encara que seu elenco esteja nervoso. Mas não deixou de ressaltar que quanto aos erros dos mais jovens, é tudo questão de amadurecimento.

– O Igor Gomes foi muito infeliz contra o Atlético-GO. As duas expulsões foram lances no meio-campo, sem necessidade de fazer falta. Mesmo erro. Erro em uma situação de jogo. Welington não poderia fazer aquela falta sabendo que já tinha cartão. Mas são jovens, que vão amadurecendo com o tempo. Nós não poderíamos ficar com dez jogadores, mas ainda conseguimos o empate e poderíamos ter virado. São jogadores jovens, de 21, 22, 23 anos, que vão amadurecer com o tempo. Um erro desses pode custar caro? Pode. Eu não vejo um time nervoso. Foi um time com, sei lá, 75%, 80% de controle de jogo, trabalhando e buscando um gol. Claro que tem um ou outro jogador que tem mais facilidade de irritar ou alguém que se irrita com mais facilidade – disse o treinador.

Nesta semana, mesmo que o São Paulo enfrente dois jogos complicados, é a chance de se reerguer e voltar a estabelecer sua moral. Na quinta-feira (8), volta a encontrar o Atlético-GO, no Morumbi, pela Copa Sul-Americana – a fim de garantir sua classificação na próxima fase. No domingo (11), joga com o Corinthians em clássico pelo Campeonato Brasileiro, também em casa.

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