O São Paulo é semifinalista da Copa Sul-Americana. Disputará a vaga para a decisão diante do Atlético-GO. Faz nesta quinta-feira (18) o confronto de volta das quartas de final da Copa do Brasil ante o América-MG, em Belo Horizonte (MG), com a vantagem da vitória por 1 a 0 obtida na ida, no Morumbi.

A sequência de decisões do Tricolor em busca do sonho de um título de copa na temporada é grande. E, se outras preocupações parecem que deram um sossego ao técnico Rogério Ceni (como o departamento médico, mais vazio a cada dia), por outro o treinador se mostra ciente da importância de blindar o elenco são-paulino das críticas aos atletas do plantel em um momento tão crucial do ano.

Se a cada semana o time do Morumbi supera expectativas, arranca classificações e avança aumentando a expectativa dos são-paulinos por um título. Por outro lado a exigência aumenta. E as críticas tem endereço certo. Crias da base, como Igor Gomes e Rodrigo Nestor já saíram de campo vaiados. Mas para Ceni o foco principal de desestabilização está na internet, onde a dupla, quase sempre titular nas partidas decisivas com o comandante, convive com ofensas e perseguição.

– Com relação ao torcedor que está aqui no estádio sempre, eu sempre fui super bem tratado. Vi (críticas em) um final de jogo que nós empatamos ou perdemos. Não lembro exatamente qual. Hoje (domingo), mais de 30 mil pessoas. Bacana, pela sequência de jogos que estamos tendo. O torcedor tem sido peça fundamental para nós. Mas, na internet, você não pode dar muita bola para isso, porque ali as pessoas falam o que querem. Tem gente que fica mais homem do que é… eu não levo isso muito em referência. Nós vemos o dia a dia, a rua, o estádio… acho que é a referência. É gratificante ver o torcedor incentivando o nosso time até o fim em todas as competições, tendo a oportunidade de ver o São Paulo jogar todas as competições – disse Ceni no último domingo (14), após a vitória por 3 a 0 sobre o Bragantino.

O caso mais emblemático é o de Igor Gomes. O meia vive o dilema do fim do contrato com o Tricolor em março e tem convivido com uma série de informações sobre seu futuro, a maioria delas desmentida pela cúpula são-paulina. Seja como for, a extensão do vínculo não foi confirmada até o momento e o Botafogo declara publicamente o interesse no jogador. Segundo Ceni, fatores que ajudam na antipatia da torcida.

– Acho que o Igor Gomes também é muito em função do negócio do contrato, de notícias extracampo que influenciam um pouco mais o torcedor. Ele é um jogador de muita utilidade. Quando for preciso jogar, vai jogar. Não é uma ‘teimosia’. É um ativo do clube, um jogador importante que desempenha funções dentro de campo perfeitamente. Talvez, se tivesse feito um gol nos últimos jogos, as pessoas teriam uma empatia maior por ele. Mas é importante, assim como o Nestor.

– O Igor Gomes é um menino muito injustiçado pela torcida do São Paulo. Muitas vezes ele, em prol do time, abre a mão da sua posição, fazendo diversas funções, ajudando os demais atletas da equipe. E ele nunca comparou seu salário com os demais – pontuou Carlos Belmonte, diretor de futebol tricolor.

Sobre o camisa 25, a situação é mais complexa. Nestor tem sete gols e sete assistências neste ano. É o líder de passes a gol do elenco. Os números já são superiores aos de 2021.

– Vocês mesmos (jornalistas) perguntaram : ‘O Nestor está oscilando?’. ‘Hoje (domingo), ele fez um gol e participou bem do jogo. Faz parte. São mais ou menos 29 jogadores com que nós estamos trabalhando, 28 com possibilidade de jogo. Temos mais alguns lesionados. Nós temos que saber administrar as pessoas e os jogos, mas todos são importantes. Eu entendo o conceito da ‘teimosia’. Agora, eu vejo o jogo da maneira como esses caras podem desempenhar para mim as funções que eu peço – pontuou Ceni.

Lance!