Marcelo Baseggio

A análise do São Paulo nos últimos jogos pode ser dividida em duas: ofensiva e defensiva. No ataque o time de Rogério Ceni vai muito bem obrigado, somando seis gols nos últimos dois jogos. O problema é que na defesa, a equipe não vem nada bem, amargando os mesmos seis gols nas duas partidas mais recentes.

Neste sábado, contra o Goiás, diante de mais de 39 mil pessoas no Morumbi, o Tricolor saiu atrás no placar graças a um gol de Dadá Belmonte, que teve total liberdade para receber dentro da área, dominar e bater sem chances para Thiago Couto, mas virou o jogo ainda no primeiro tempo. Porém, pouco antes do intervalo, o São Paulo sofreu o empate em novo lance em que a defesa deu total liberdade para Danilo Cardoso arrematar de cabeça. No último lance do jogo, Luciano ainda desperdiçou um pênalti que poderia dar a vantagem parcial aos donos da casa.

Mas, logo aos dois minutos da etapa complementar, Patrick, de cabeça, recolocou o São Paulo na frente, indicando que os donos da casa poderiam evitar mais um jogo de fortes emoções no Campeonato Brasileiro. Só que enquanto o ataque ia fazendo sua parte, a defesa tricolor não conseguiu acompanhar. E, depois de tanto insistir, o Goiás, já nos acréscimos, com Pedro Raul, também com certa liberdade dentro da área, chegou ao terceiro gol, jogando um balde de água fria nos quase 40 mil são-paulinos presentes nas arquibancadas do Morumbi.

Depois do empate com o Inter no meio de semana, o técnico Rogério Ceni não teve tempo para corrigir as falhas no sistema defensivo do São Paulo, uma vez que teve apenas uma atividade com todos os atletas à disposição antes de encarar o Goiás. Mesmo trabalhando da forma que pôde, o comandante tricolor viu muitos erros se repetirem neste sábado, motivo suficiente para deixar o Morumbi com cara de poucos amigos.

Mas, não é apenas a falta de tempo para trabalhar que vem bagunçando a defesa tricolor. Os diversos desfalques também contribuem para um desempenho aquém das expectativas. Arboleda, Léo e Miranda estão fora por lesão. Com isso, Ceni vem tendo de abrir mão do esquema 3-5-2 em algumas oportunidades ou apostar em improvisações, como Rafinha atuando como zagueiro.

O desempenho defensivo dos últimos jogos deixa o torcedor receoso sobretudo pelo fato de o próximo compromisso do São Paulo ser uma verdadeira decisão. Na quinta-feira, o time receberá o América-MG, no Morumbi, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil, e qualquer deslize em um mata-mata pode ser fatal para o futuro da equipe na competição.

Ao menos o técnico Rogério Ceni terá quatro dias, um de descanso – o elenco folga neste domingo – e outros três de treinamento antes do duelo com o América-MG para promover ajustes. Até lá o comandante tricolor espera que Miranda e Léo estejam recuperados de seus respectivos problemas musculares para subirem o nível do combalido sistema defensivo tricolor.

Gazeta Esportiva