Marcelo Baseggio

O São Paulo entrou em campo nesta quarta-feira para enfrentar o Internacional, no Beira-Rio, com 12 desfalques. O técnico Rogério Ceni teve de armar sua equipe lidando com dez por problemas físicos e duas suspensões por acúmulo de cartões amarelos, mas novamente viu um espírito aguerrido por parte de seus atletas, que estiveram atrás no placar três vezes, mas não mediram esforços para buscar o empate em 3 a 3 em Porto Alegre.

O Tricolor começou o jogo com três jogadores com 20 anos ou menos: Luizão (20), Talles Costa (19) e Lucas Beraldo (18). Haviam outros cinco sub-20 no banco de reservas: Patryck (19), Moreira (18), Juan (20), Rodriguinho (18), Young (20).

O Internacional, por sua vez, também teve de lidar com desfalques importantes, como Taison e Alan Patrick, mas nada que se comparasse à situação do São Paulo, que não sucumbiu nem mesmo ao primeiro tempo ruim do goleiro Thiago Couto, que falhou no primeiro gol e cometeu pênalti em cima de Alemão, originando o terceiro tento colorado, no seu quinto jogo como atleta profissional.

“A gente vem trocando demais, e são muitos garotos. É um time que tem muitos jogadores de 18, 19, 20 anos. Mas eles têm desejo, alma. Hoje eles têm uma visão diferente da vida”, comentou Rogério Ceni após a partida.

Essa alma, como relatou o treinador do São Paulo, já havia sido notada há duas semanas, no empate sem gols com o Atlético-MG. Na ocasião, o Tricolor enfrentou Hulk, Nacho e companhia com 14 desfalques, mas conseguiu segurar o poderoso adversário diante de mais de 50 mil torcedores no Mineirão.

Atravessando grave crise financeira, o São Paulo não poderá dar a Rogério Ceni peças que tornem o elenco compatível aos das potências do País, como Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG. Por isso, o treinador vem sendo obrigado a buscar nas categorias de base do clube as soluções para muitos de seus problemas.

Entre erros e acertos, boas e más atuações, o comandante tricolor vem mantendo a competitividade de sua equipe e vivo nas três competições que disputa. Mas, é fato que o calendário insano do futebol brasileiro vem fazendo o São Paulo pagar um preço alto por ainda brigar em todas as frentes. Alma, entretanto, não falta aos atletas de Rogério Ceni.

Gazeta Esportiva