Imagine você chegar no cofre do clube e ver zero.

Agora imagine sua mesa cheia de despesas do dia a dia, plantel, credores e custos com bancos vencendo no curto prazo.

De onde vem o dinheiro para se pagar?

É assim, que uma dívida que era grande aumenta. Você efetua a troca de juros curtos e altos, por amortização menor e de longo prazo fazendo com que seu faturamento comece a absorver e ela seja administrada sem te afogar.

Assim fez Bandeira de Mello no Flamengo. Isso aconteceu no 1o ano? Não.

Isso aconteceu no 2o ano? Não.

Este é um processo que precisa atingir seu ponto de equilíbrio e mudar o perfil completo. Demanda tempo e não imediatismos. Serenidade e profissionalismo e não exaltações e bravatas.

Tanto é que no Conselho Fiscal, apenas um voto foi contra o Balanço. No Deliberativo, aprovado de forma maciça pela maioria. Quem estudou, quem se aprofundou e quem analisou, entendeu e concordou.

E que fique claro, os planos e oposicionistas para 1o ano era igual antes das eleições em 2020. Ou seja, não tem milagre sem Leila ou Menin, tem que trabalhar e ter foco.

ANÁLISE

Em uma análise mais rasa e superficial, os números do balanço do São Paulo apresentam em um primeiro momento uma visão talvez não tão boa ou positiva.

Porém, é necessário um olhar mais aprofundado para entender os números e assim, opinar. Assim, percebemos que há uma perspectiva positiva para o futuro. Por ser o primeiro ano da gestão, era um período de adaptação e recuperação, pagamentos de passivos e estruturação dos próximos anos.

MARKETING

O marketing, por exemplo, aumentou a sua receita: – R$ 16 milhões em geral em 2020 para R$ 33 milhões em 2021; Para os próximos três anos já tem garantido R$ 146 milhões, quando antes tinha apenas 1,2 milhão garantido; sócio torcedor, de R$ 7,2 milhões de 2020 para R$ 9,5 milhões em 2021.

MUDANÇA DE PERFIL DE DÍVIDA

A dívida passou por um processo de reformulação de perfil. O clube tinha R$ 339 milhões em obrigações para pagar em 2021, sendo R$ 155 milhões com instituições financeiras e mútuos (curto prazo). No fim do ano já havia R$ 274 milhões, sendo R$ 92 milhões com instituições financeiras e mútuos (curto prazo).

Ou seja, aumentou o longo prazo, que era de R$ 235 milhões e passou para R$ 367 milhões. Dessa maneira, o clube tem uma dívida com mais tempo para pagar e fôlego para investir.

TRANSFER BAN FIFA E DEMAIS SANÇÕES

Vale se destacar ainda que havia uma dívida de R$ 82 milhões de curtíssimo prazo a ser paga – se o clube não arcasse com esses débitos poderia sofrer punições na Fifa.

ACORDOS JUDICIAIS

O São Paulo precisou também arcar com acordos judiciais e, sem dinheiro em caixa, foi necessário ir para bancos. No entanto, a maior parte dos acordos acaba em 2022.

PLANTEL – RENOVAÇÕES E INVESTIMENTOS

Para o processo de reformulação do elenco e, de quebra, sair da fila, o São Paulo precisou fazer investimentos. Para a base, por exemplo, foram contratados 12 atletas. O Tricolor ainda reformulou o contrato de diversos jogadores que eram apostas oriundas das categorias de base, como Talles, Wellington, Nestor, Sara, Igor Gomes e Luan.

ESCOLHA DE MANUTENÇÃO DE ATLETAS

Caso o clube tivesse negociado Sara, Nestor e Wellington – que receberam propostas – o clube teria apresentado um superávit, e não déficit. No entanto, optou-se por manter esses atletas, projetando um ganho esportivo com o desempenho deles e ascensão no time principal para, depois disso, com mais visibilidade e com ainda mais valor de mercado, ter os valores de eventuais novas propostas potencializados.

RIGONI

Segundo as informações obtidas, o valor da compra de Rigoni em reais para a data do fechamento do Balanço em Dezembro, sofreu variação cambial, teve inclusão de numeros de mecanismos de participação e solidariedade FIFA e tributos. Estes somatórios incidiram no acréscimo dos números pagos e despendidos gerando a distorção.

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