As palavras fortes de Rogério Ceni ainda ecoam nos corredores do Morumbi e do Centro de Treinamento da Barra Funda. Logo após a vitória do São Paulo sobre o Santo André, a primeira em 2022, o técnico criticou e apontou problemas estruturais que o clube enfrenta, ao responder uma pergunta sobre relacionamento entre ele, jogadores e funcionários.

Mas como esse discurso na entrevista coletiva chegou até os principais dirigentes do Tricolor? A ESPN ouviu fontes ligadas à diretoria do São Paulo sobre dois assuntos citados por Ceni: a piscina que ele encontrou vazia ao voltar ao clube, em outubro do ano passado, e o fato de alguns funcionários trabalharem meio período no CT.

Não houve incômodo sobre a fala de Rogério, mas fontes próximas à direção do São Paulo dizem que a situação carece de uma explicação. A piscina, por exemplo, estava vazia porque a comissão técnica anterior, chefiada pelo argentino Hernán Crespo, não utilizava tal espaço para atividades com o grupo de atletas.

Com a anuência de Crespo e seus auxiliares, o São Paulo esvaziou a piscina, que não era usada no dia a dia, e estava a caminho de fazer dela um reservatório de água de chuva, para diminuir o gasto com caminhões de água contratados para irrigar os gramados do centro de treinamento. O espaço também abrigaria uma espécie de extensão do Reffis.

A ideia foi abortada assim que Crespo deu lugar a Ceni. Em seu primeiro dia no CT da Barra Funda, o ex-goleiro avisou que gostaria de usar o espaço. O São Paulo, então, consertou um vazamento no espaço e o encheu de água, para servir como parte do trabalho de recuperação e recreação de jogadores.

Com relação à fisioterapia, fontes ouvidas pela ESPN garantem que a reclamação de Ceni sobre a falta de profissionais além do período da manhã é antiga, já que o problema foi resolvido ao fim da temporada passada.

De acordo com o São Paulo, em 2021, os fisioterapeutas trabalhavam no clube até às 14h, pois se dividiam em outros empregos. Assim, os jogadores só podiam fazer recuperação em um período completo do dia, usualmente pela manhã, e no início da tarde. A intenção era mexer com isso, o que aconteceu assim que acabou o ano.

A demissão de Ricardo Sasaki faz parte desse pacote. O São Paulo desejava ter profissionais exclusivos, mas o fisioterapeuta, com muitos anos de casa, também integrava a comissão técnica da seleção brasileira. Assim, ele foi desligado do cargo e deu lugar a Felipe Marques, ex-Grêmio e que estava no futebol chinês.

A partir da chegada de Marques, o novo chefe da fisioterapia do São Paulo, o setor voltou a funcionar em dois horários, pela manhã e também à tarde. Então, o desabafo de Rogério Ceni era, de acordo com fontes ouvidas pela ESPN, de algo que acontecia no fim de 2021, não mais agora.

É convivendo com este tipo de situação e com 4 pontos em 12 disputados até aqui no Campeonato Paulista que o São Paulo voltará a campo no próximo domingo (13), contra Ponte Preta às 18h30 (horário de Brasília), no Moisés Lucarelli, em Campinas, pela sexta rodada.

ESPN