Nikão chegou ao São Paulo com status de estrela. Jogador mais badalado trazido pelo Tricolor nesta janela, o meia-atacante foi até presenteado com a camisa 10, mas quem pensa que ele retribuirá a confiança em seu futebol imediatamente talvez precisará ter um pouco mais de paciência.

Depois de sete temporadas no Athletico-PR, Nikão aceitou o desafio de se provar em um clube de maior expressão. No Furacão, o meia-atacante ergueu diversos troféus, mas um dos segredos do clube era justamente a preparação para o longo calendário com o qual clubes brasileiros sofrem há anos.

Desde 2013 o Athletico-PR disputa o Campeonato Paranense com sua equipe sub-23 justamente para que o elenco profissional tenha mais tempo de pré-temporada, se preparando melhor para as principais competições do ano.

Nikão, acostumado com semanas de treinos físicos, táticos e técnicos antes da estreia oficial de sua equipe, agora teve de fazer parte de uma preparação de pouco mais de 15 dias, fato que influencia consideravelmente sua performance dentro das quatro linhas.

Titular nos dois primeiros jogos do São Paulo em 2022, Nikão pouco agregou à equipe de Rogério Ceni e mostrou dificuldades em termos físicos, sendo substituído em ambas as ocasiões no início do segundo tempo.

Na última quinta-feira, contra o Red Bull Bragantino, fora de casa, o camisa 10 entrou na etapa complementar, substituindo Rigoni, um dos destaques do São Paulo, e novamente não conseguiu se impor como se acostumou a fazer com a camisa do Athletico-PR.

Por isso, a comissão técnica já entendeu que precisará ser mais paciente com Nikão neste início de ano. As expectativas são altas, mas as condições de trabalho mudaram completamente. Resta saber se o camisa 10 tricolor conseguirá superar o implacável calendário do futebol brasileiro em um clube que valoriza muito mais seu Estadual.

“Temos que ter calma, fazer com que os jogadores evoluam fisicamente. Nikão estava um pouco cansado, não costuma jogar no mês de janeiro, fevereiro”, comentou Ceni após a partida contra o Red Bull Bragantino, admitindo que as condições físicas de seu camisa 10 realmente não são as ideias.

Gazeta Esportiva