Há menos de um ano no comando da equipe sub-20 do São Paulo, o ex-meia Alex ainda tem pouco mais de um ano de contrato com o time paulista. Ao fim do tempo assinado com o clube, o treinador faz planos para treinar uma equipe profissional, como era a meta desde quando decidiu atuar na área. Ao Lance!, o técnico falou sobre o que pretende para o futuro.
– Quando eu vim para o São Paulo, acertei por dois anos. Eu não imaginava dirigir o futebol de base, e sim dirigir equipes principais. Quando surgiu o contato do São Paulo e falei com o Muricy (Ramalho), eu gostei muito do que nós conversamos, e fico muito feliz em ver que foi a escolha certa. Minha ideia é cumprir meu contrato com o São Paulo e, depois, seguir como treinador de times principais.
Craque na época em que atuava como meio-campista, Alex é ídolo do Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe, e pretende passar sua experiência como jogador aos seus comandados. Segundo o treinador, é muito importante auxiliar os atletas na parte pessoal, coisa que sentia falta na época em que defendia grandes clubes.
– Relação pessoal. Atrás de um jogador de futebol existe um ser humano que é filho, é neto, é irmão, é namorado. Infelizmente, o futebol profissional é uma máquina de moer gente. Isso eu senti na pele, eu fui criticado várias vezes e muitas delas de maneira pejorativa. Eu vi companheiros meus sendo massacrados por gente que não tem ideia do que acontece no futebol e muitas vezes gente do próprio futebol ajudava nesse massacre – desabafou Alex.
Para Alex, esse é um assunto muito importante, principalmente por estar dirigindo atletas abaixo dos 20 anos de idade. O treinador diz que aos longos de seus 20 anos de carreira foi desrespeitado por treinadores, dirigentes, torcedores e imprensa, mas que quer “devolver de outra forma” aos mais jovens.
– Eu passo para eles que é um mundo difícil de se trabalhar, mas é um mundo gratificante desde que se faça as coisas bem feitas. Nossa relação pessoal é algo que quando eu decidi ser treinador, eu traria comigo que antes de um jogador tem uma pessoa e essa pessoa seria bem tratada por mim sempre. Muitas vezes fui desrespeitado. É algo que me fortaleceu, mas me fazia mal e eu quero devolver de outra forma – completou o técnico.
Lance!

Não dá pra dizer que já é um treinador vitorioso como foram Jardine, Gordiola, Rogério Micalle. Também não chegará ao nível desses (lá na base) só com mais 1 ano de contrato. E mesmo assim isso não quer dizer nada, pois os nomes que citei, não conseguiram sucesso no profissional (apesar do Gordiola ter feito alguns bons trabalhos).
Acho que o melhor caminho para ele depois de 2022 vai depender dos convites que receber. Se receber convite para treinar um time pequeno e organizado como Fortaleza ou até Atlético-GO, vale a pena se lançar treinador profissional. Mas ele não deveria descartar ser auxiliar de algum bom treinador mais experiente (caso receba convite) ou até mesmo fazer parte de uma comissão técnica fixa em time grande como tem no São Paulo.
Alex, não dá um passo maior que suas pernas. A profissão do treinador é muito diferente do jogador. Se sair da base, abaixa a bola, começa, no futebol profissional, com Auxiliar, ou treina um time, tipo série B.
Os treinadores no Brasil são muito desumildes, eles não querem saber de virar auxiliar para aprender mais com outras mentes antes de se tornarem tecnicos principais.
Isso é totalmente diferente do que acontece no Japão, lá antes de alguem assumir um time, eles trabalham como auxiliares de diferentes técnicos para aprenderem ao maximo, e se depois de terem se tornado tecnico tiverem vários fracassos, eles voltam a ser auxiliares para aprenderem mais. Já no Brasil mesmo se o cara tiver tido vários fracassos, ele não tem humildade para se tornar um auxiliar, a unica exceção que eu conheço é o Doriva, que após muitos fracassos foi se tornar auxiliar do Sylvinho para aprender coisas novas.