A minha percepção em relação ao trabalho do Crespo vem mudando a minha opinião, que sempre foi contrária a demissão de um treinador no meio de um campeonato. O técnico argentino treina mal e por isso escala mal e mexe mal. O time tem ambição, é fácil notar. Tem a bola no pé, mas muitas vezes não saber o que fazer com ela ou repete as mesmas jogadas de lado, tocando para trás, opções mecânicas de quem parece não ter experiência alguma em campo. Só com o Crespo, percebo o que muitos técnicos ex-jogadores falam: não basta ter jogado, é preciso estudar. Acrescento, não basta ter jogado e estudar, é preciso ser inteligente. Não vejo essa virtude no técnico são paulino. Crespo sacou do time, Reinaldo, Benitez, Lizieiro, não dá chance para Orejuela e não oferece sequencia ao Éder. Tirando Miranda, 3 deles são os mais experientes do elenco. Com esses movimentos, perdeu as principais vozes do time. Perdeu porque saíram sem grandes mudanças na maneira de jogar, no caso, o time piorou. Ao colocar Benitez em campo contra o Cuiabá, Crespo desmente os próprios argumentos, de que o jogador não está em forma. Benitez corre o tempo todo. As escolhas não são técnicas. E quem perde com isso é o torcedor que tem que conviver com aberrações como Igor Gomes na lateral direita ou jogar com 3 volantes contra times da zona de rebaixamento. Lugar que por sinal, cada vez mais se aproxima.

O enredo dessa história já passou mil vezes. Se perder para o Corinthians cai, daí vem um outro técnico, que faz o simples. Reconduz Reinaldo a lateral, coloca Benitez na meia e Orejuela para jogar. Querem apostar como o time melhora? Já repararam que com o Crespo parece que o tempo não passa? O treinador não acrescenta nada ao time. Para falar a verdade, se tem uma semana cheia para treinar, volta pior.

Não precisa ser gênio para entender que as ideias mais brilhantes em qualquer área estão na simplicidade. Ouçam as músicas dos Beatles, leiam Suassuna, assistam Chico Anysio e observem o time de Telê jogar! São lições indiscutíveis! Como o Crespo não dá sinal de assumir o básico como filosofia, que saia antes de não termos mais como escapar da queda.

Rodrigo C. Vargas (Insta @rodrigovargasss) é jornalista e psicólogo. É também são paulino assim como todos na família, desde o avô.