Em 2014, enquanto vestia a camisa do Figueirense, corria a notícia de que o São Paulo negociava com o Volpi. Era o que o time precisava. Um goleiro jovem, para a reserva do Ceni e aos poucos ser formado pelo tricolor. Como acabaram fazendo com o Denis. Só que o Volpi era bem melhor.

Uma das características que mais me incomodava no Denis era a falta de humildade. Apesar de erros escabrosos, jamais assumia. Era sempre culpa de alguém. E isso foi queimando o goleiro a ponto de ser intragável! A torcida não o suportava mais. Pois bem, parece que o Volpi nunca foi o Volpi que eu pensava. Na verdade, o Volpi tá muito mais para Dênis do que para Zetti ou Ceni.

Arrogante, pretencioso e muitas vezes displicente, prefere um drible a queima roupa, colocando o time em risco, do que um chutão para frente. Suas saídas são espalhafatosas. O braço parece estar sempre dobrado. Não posso negar as tantas vezes que fomos salvos pelos seus bloqueios e defesas, mas também preciso aceitar que nele, não dá para confiar. Errou nos dois principais jogos do ano até então contra o Palmeiras na Libertadores e erra feio no terceiro jogo mais importante do ano contra o Fortaleza. São erros técnicos, de quem está mal preparado, ou simplesmente não está qualificado para ser o titular de um time de elite do futebol pentacampeão do mundo.

Volpi vive da mesma maldição do Pablo! Se você olhar os números do centroavante, é possível dizer que é um bom centroavante, mas basta assistir um jogo para perceber que não tem habilidade nem para ser titular do XV de Piracicaba. O goleiro do São Paulo é sempre decisivo, o problema é que ultimamente decide para o adversário.

Aquela frase, um bom time começa por um bom goleiro, precisa ser levada em consideração no São Paulo. Se o nosso time é limitado e estamos no meio de uma crise financeira orçada em mais de 600 milhões, ter goleiros irregulares e centroavantes que não decidem só alimentam a dívida e nos pressionam cada vez mais.

É preciso parar de olhar apenas para a gestão passada para justificar os erros de agora. Leco, Raí e Pássaro são os piores da história, mas a vida continua e se o São Paulo tem alguma pretensão para 2022, precisa começar a sua mudança a partir da camisa 1.  

Rodrigo C. Vargas (Insta @rodrigovargasss) é jornalista e psicólogo. É também são paulino assim como todos na família, desde o avô.