No último domingo, após vitória do São Paulo sobre o Sport, o técnico Hernán Crespo relacionou a série de lesões em jogadores que atrapalha o time nesta temporada com uma suposta defasagem na estrutura do clube. Em entrevista, ele pediu melhorias e foi respaldado pelo diretor de futebol, Carlos Belmonte.
Em seu perfil numa rede social, Belmonte afirmou na última segunda-feira que se reuniu com o treinador e outros membros da diretoria na última semana para tratar do assunto.
– Modernizar o Reffis (Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica) e todo o CT da Barra Funda é nossa prioridade. Na última sexta fizemos uma reunião com o Crespo e o Muricy. Sábado, já aqui em Recife, com os departamentos médico e de preparação física. Estamos há muito tempo sem investir em estrutura. Vamos voltar a ser referência – escreveu o dirigente.
O ge conversou com cinco profissionais que passaram pelo São Paulo nos últimos anos – antigos dirigentes e membros do departamento médico – e, se eles admitem a necessidade de modernização do CT da Barra Funda, todos isentam essa estrutura atual de culpa nas recorrentes contusões que desfalcam o time de Crespo.
As pessoas ouvidas pela reportagem repetiram, quase que da mesma forma: lesões são causadas no campo – em treinos e jogos, onde é possível dosar o volume de esforço –, e não no Reffis – que atua na prevenção e tratamento.
Só na temporada 2021, o São Paulo já registrou 33 lesões em diferentes atletas. O último foi Arboleda, que não pôde enfrentar o Sport, situação que gerou a pergunta em que Crespo apontou o dedo para a estrutura tricolor.
Para esses profissionais, as causas de tantos problemas médicos no São Paulo neste ano passam, principalmente, pela falta de um período de férias aos atletas – que emendaram a temporada 2020 na atual – e numa mudança de metodologia de trabalho na troca de comissão técnica – Crespo sucedeu Fernando Diniz, com um período curto entre eles de interinidade de Marcos Vizolli.
É um diagnóstico semelhante ao que o clube fez recentemente, como publicou o ge. No clube, uma dificuldade de adaptação da equipe de Crespo ao calendário brasileiro foi citada. Antes de chegar ao Morumbi, o treinador comandou o Defensa y Justicia, da Argentina, com 32 jogos entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021 – a partir daí, no São Paulo, foram 47 jogos em seis meses.
Houve dificuldades semelhantes em 2019, sob o comando de Cuca, situação que arrefeceu no ano seguinte, quando Diniz levou o time à disputa do título brasileiro com poucas lesões mesmo com a maratona de jogos na retomada do futebol após a paralisação causada pela pandemia de Covid-19.
Apesar disso, uma reforma no CT da Barra Funda está nos planos. Se ainda mantém uma estrutura de considerada de ponta, o São Paulo já não é mais citado como o que oferece as melhores condições a atletas e treinadores – clubes como o vizinho Palmeiras, o Corinthians, Flamengo, Atlético-MG e Atlhetico-PR aparecem à frente do Tricolor paulista para os profissionais ouvidos.
Segundo uma dessas pessoas, há cerca de três anos o ex-executivo de futebol Raí apresentou um projeto desenvolvido por um escritório de arquitetura francês para a reforma do CT, inaugurado em 1988. O custo seria de R$ 15 a R$ 20 milhões, mas a proposta não avançou.
É no CT da Barra Funda onde foi instalada a primeira unidade do Reffis, núcleo de recuperação de atletas criado em 2003 e que tornou o São Paulo referência no início do século.
A expectativa na inauguração era de que o Reffis se mantivesse em boas condições de atendimento aos atletas pelos 15 anos seguintes.
Nesse período, o São Paulo acolheu jogadores importantes em recuperação, como foi o caso de Kaká, então melhor do mundo, em 2008, após uma artroscopia no joelho. O clube também se aproveitou do Reffis para atrair astros para o time, que usaram o local para tratamento e depois acertaram com a equipe, casos como o de Luizão, em 2005, Adriano, em 2007 e Ricardo Oliveira, em 2010.
Em 2011, uma segunda unidade do Reffis foi criada no CT das categorias de base, em Cotia, e uma terceira foi planejada para o Morumbi, mas a ideia acabou abandonada.
A estrutura hoje é classificada como muito boa ainda, mesmo que se admita que outros clubes do país tenham instalações mais modernas. É uma percepção semelhante à de Carlos Belmonte em entrevista ao jornalista Luis Simon, do UOL, há uma semana.
Nessa entrevista, o cartola afirmou que não há dinheiro para uma reforma completa do Reffis. No Twitter, após a reclamação de Crespo, Belmonte disse que busca parceiros para essa modernização.
Ao ge, em julho, o presidente Julio Casares também admitiu essa necessidade de renovação. À época, prometeu apresentar um projeto em 40 dias. O dirigente, porém, contraiu Covid-19 e permanece internado desde 31 de julho.
– Vamos avançar na parte tecnologia para trazer mais estrutura para o departamento médico do São Paulo. Um centro de excelência. Tudo que a ciência e tecnologia da saúde oferece está sendo delineado e logo mais vamos lançar um grande projeto na área de saúde e performance esportiva. Talvez em 40 dias vamos apresentar esse projeto para aperfeiçoar seus profissionais e equipamentos.
Em meio a essa discussão, o São Paulo se prepara para encarar o Fortaleza, quarta-feira, às 21h30, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
As lesões ocorrem por vários fatores alguns elencados a seguir:
1 – Falta de pré temporada;
2 – Carga excessiva de treinos;
3 – pouco tempo de repouso entre jogos;
4 – fadiga muscular;
5 – Sem férias, temporadas emendas;
O REFIS, assim como o DM se entrasse nessa lista….seria o último item
6 – Muitos jovens em aprimoramento físico ou veteranos em decadência física.
7 – Ilusão de que jogadores com histórico de lesões resolvem (Luciano, Benitez, Éder).
Estrutura defasada faz com que os dados coletados em treinos e jogos não sejam tão precisos… assim mesmo com a adaptação de equipe médica, equipe de preparação, direção… as coisas tem margem maior para erros.
Melhorar a estrutura favorece profissionais a desenvolverem um trabalho melhor.
Essa reportagem tenta jogar a culpa na comissão do crespo e não é isso, ou melhor não é só isso é o conjunto de coisas.
Faz parte da recuperação do clube e dos ajustes da equipe.
2021 está sendo um ano de superação em vários pontos. A perspectiva para 2022 e muito boa, com as ações tomadas pela direção do clube tentando salvar o clube.
Matéria boa para a torcida parar de achismos com tanta certeza de nada.
É o que também acho, não é só problemas de aparelho, pois são os mesmos que recuperavam os atletas em pouco tempo. Concordo que as lesãoes vem do campo e treinamento, porém a recuperação é feita no Refis e leva muito tempo, portanto é problema de competência dos especialistas acima de tudo.
Será que não há exames para diagnosticar a fisiologia do jogador para saber a carga que ele é capaz de suportar e não existe troca de informações em o depto. fisiologia e preparação fisica ?
A principal reestruturação á meu ver não é só de aparelhos mas sim de metodologias e analises fisicas e biologicas. Os aparelhos ajudam muito mas se não tiver pessoas capacitados para tirar o melhor proveito que oferece pouco ajudará, e aí culpará como sempre o calendário como desculpa.
Se o Pablo tivesse esse olhar no gol que perdeu contra o palmeiras…
assim como perdeu em outros 599 jogos.
vejo alguns defendendo o Pablo, que ele é voluntarioso, que não sei o que.
Precisamos ser frios para analisar, cara que ganha 600 pilas por mês, joga em um dos maiores clubes do mundo, foi e é a maior contratação da história do clube, não podemos nos contentar com isso.
torço para que ele vá muito bem, e seja vendido.
Faltou um zagueiro, um atacante e um volante para fechar o elenco, isso é fato. Zagueiro no meu ponto de vista era essencial mas tbm não se pode dizer que o Crespo não rodiziou o elenco pois em alguns jogos o time foi praticamente inteiro reserva e também porque os caras tem um planejamento interessante pensando em formar jogadores, tem o Walce, enfim. Tem que avaliar as causas de lesões de alguns jogadores, se não é descuido do atleta tbm, tipo entornar demais e dormir pouco, que pode ser agravante para inflamação. Espeque quem esteja no dia a dia consiga resolver esses problemas. Bola esse elenco tem, mas precisa estar em campo.
Problema nem é o número de lesões e sim o tempo que eles demoram pra retornar, quer dizer que o Arboleda se recuperou e por azar teve a mesma lesão em menos de um mês sendo que o DM do Equador já criticou os métodos de tratamentos utilizados pelos profissionais do SP
Quando se fala estrutura, entendo que fala-se não apenas de equipamentos e modernização.
A lesão se dá em campo ou treino, ok. Tivemos um execsso mosntruoso de jogos no retorno, ok. A comissão técnica não alivia, ok.
Mas prevenção, identificação de fadigas e tratamento para mitigação só pode ser feito com uma equipe e departamento capacitados.
No SPFC o que tem incomodado são as reincidências e elevado tempo de recuperação. Neste ponto, o campo tem menor influência. Exemplos?
. Liziero, Walce e Rojas. Luciano, Eder, Benitez e Arboleda. Quem será o próximo?
Na minha opinião alguns jogadores como Luciano, Eder , Benítez são jogadores que independente de estrutura sempre iram exigir cuidados especificos e terão lesões.
No caso do Miranda e Luan a carga de jogos pra mim foi o fator determinante , são jogadores importantes e por um período indispensável ao time, tiveram um período que não tiveram reserva, agora Crespo firmou o Nestor e na zaga adotou formação com dois zagueiros.
Nessa temporada além da quantidade de jogos em um curto período os jogos tem cada vez se tornado mais intenso , marcação alta , e só disputamos competições duras de bastante exigência, pra mim faltou uma logística maior na montagem do elenco, se pretendia jogar com tres zagueiros, tinha que ter seis no elenco em condições de jogar , não tivemos condições idéias de rodar o elenco no momento em que se pedia , que foi entre as finais do paulistão, início do brasileiro e fase decisiva da libertadores.
Arboleda desde que está no são paulo ele tem pelo menos duas lesões por temporada e teve uma sequência de jogos pesada finais do paulistão, copa América e jogos decisivos.
Tirando a garotada quase todos os jogadores que pegaram uma sequência de mais de quatro jogos seguidos tiveram queda de rendimento ou tiveram lesão quando jogadores mais velhos pois não há tempo necessário de recuperação.
Só agora depois de mais dois jogos importantes teremos uma semana livre , pra mim a estrutura é necessário melhorar ainda que tenhamos uma estrutura boa , mais ainda assim com melhorias o elenco bom e em número suficiente é o principal fator para aguentar a temporada no futebol brasileiro e SulAméricano , não é só sair contratando é contratar bem, Eder , William e Orejuela vieram sem condições imediata de jogar .
Pra mim a falhas no elenco estão a frente da causa do problema porque ainda que nossa estrutura não seja a ultra moderna ela ainda é boa .
Um elenco que permita rodar o time mantendo o nível do time sem trazer o prejuízo que trouxe a disputa do Brasileirão.
A “tia do choquinho” vai entrar na lista de dispensas por (quase) invalidez junto com o Dr. Sanchez? Porque o que não falta no São Paulo são cargos por “mazelas”, “gratidão” ou nítido nepotismo mesmo… Certeza que não devem faltar parentes de conselheiros com vínculo empregatício na instituição.
Brincadeiras à parte, de repente podia chamar aquele médico da seleção do Equador, que ficou indignado com a maneira que uma lesão antiga (dentre muitas) do Arboleda vinha sendo tratada (2018 ou 2019, se não me falha a memória…). Ele muito provavelmente tem mais conhecimento da área do que qualquer profissional atuante no clube.
Vergonha.
E como você sabe que o médico equatoriano sabe mais do que os médicos do clube?
Boa pergunta, né.
Bom, ele cantou a bola que a recuperação do jogador tava sendo feita de forma errada, e já fazem um ou dois anos. E tá aí, o jogador contundido pela vigésima vez.
Mas certo mesmo deve estar você.
A cada dia que passa fica muito clara, que o responsável dos números elevados de contusões, e o preparador físico. O responsável por isto na comissão técnica é muito renomado na Argentina, mas aqui é muito diferente. Lá tem dois campeonatos, abertura e clausura, aqui o calendário é muito louco. A defasada do REFFIS atrasa a recuperação dos nossos jogadores. Só isso. Lembro que quando nosso REFFIS era referência nacional, conseguiu recuperar jogadores com muitos problemas físicos.
Já disse isso muito tempo atrás.
A preparação física na Argentina é diferente por conta da dinâmica de jogos.
Mas ” blindaram” a equipe do Crespo leia-se , Kohan e demais.
Agora parece que terão de rever isso pois é enorme a quantidade de lesões em tão pouco tempo.
DM deve ser atualizado ? Claro !.
Mas equipe de preparadores tem de ser questionada . Já deviam ter feito faz tempo.
Não tem que rever nada. Com uma temporada normal e adaptação dos jogadores aos novos métodos isso vai diminuir.
Foi com essa preparação que fomos campeões e não com os cinco da matéria.
Se os 5 da matéria são de 2008, isso faz mais de 10 anos. Vão ficar vivendo daquele época até quando? Temos uma nova referência agora e não vão acabar com isso.
Só para ilustrar que o problema não é novo:
Em 2019 foram 48 lesões
https://ge.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/sao-paulo-prioriza-diminuir-lesoes-em-2020-time-teve-48-problemas-medicos-na-temporada-passada.ghtml
Em 2017 foram 55, em 2018 foram 44.
https://ge.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/sao-paulo-reduz-lesoes-em-20-em-2018-mas-tres-casos-com-everton-comprometem-resultados-do-time.ghtml
Sempre diziam que o time treinava pouco, aí coloca um cara formado na Europa como treinador, que treina no nível e quantidade de lá e vão dizer que é excesso de treinamento?
O excesso é de jogos, escassez de descanso, ainda você citou os casos anteriores.
O problema é mais antigo.
Pois é, Ccft. Coisa de gente que quer continuar no fracasso.
Falaram com 5 pessoas que passaram por lá. O Crespo não inventou os surtos de lesões que aconteciam no São Paulo.
O que algumas dinizetes esquecem é que a pausa do ano passado foi muito maior. Tiveram tempo de descanso maior que as férias pq ninguém podia viajar e tiveram que ficar em casa.
Por isso, no tempo do Diniz não teve muitas lesões.
A paralisação desse ano foi menor e ainda teve um período de treino decente, já que aquele vagabundo não treinava o time.
Treino para aquele Zé Ruela era repetir jogada de lateral e dar dar rachão.
O resultado está aí no santos. Eliminado outra vez por um time inexpressivo. Aqui, perdeu para time juntado com descanso, tempo para treinar e com tempo para mostrar serviço.
Alguns não querem aceitar, mas o Fracassado não deu certo aqui. Vão continuar mordendo a mão de raiva.
Acho que centralizar a culpa em um ou outro é caça as bruxas. Tem um problema crônico no DM do SP, não é de hoje que temos problemas com lesões. Porém, de fato, o cara se machuca no campo.
O que eu acho, aí é olhando de longe, falta uma coordenação melhor entre DM e campo. A fisiologia é importante pra entender quando vc pode ou não forçar um treino, quando vc recupera, quando vc força. Sabemos disso, fomos referência no passado. A impressão é que isso falta, essa integração dos departamentos de forma a preservar o atleta. Então fica claro que a culpa está na estrutura, e não necessariamente no profissional X ou y, ou somente em equipamento. Se tem uma coisa que gostei de ver nessa reportagem é que o SP está atrás de um profissional pra coordenar essa integração das áreas físicas e médicas. Acho que isso por si só vai melhorar muito essa questão do número excessivo de lesões.
Que boa matéria.
Legal, entendi, mas por que um jogador recupera e volta para o DM após treinos e um ou dois jogos?
Explicação incompleta.
Marquinhos, rigoni, dentre outros que chegaram depois como miranda, TODOS se machucaram… a culpa passa longe do refis e sim do treinamento pesado que deveria ser mais leve pra uma temporada tão puxada…
ano passado com o diniz ninguem se machucava e a temporada foi pior e sem a pre-temporada que teve ali no paulistao… ta na conta do Crespo que nao quer admitir, aqui nao é argentina, la ele pode fazer isso os times nao jogam tanto aqui nao!
“conversou com cinco profissionais que passaram pelo São Paulo nos últimos anos – antigos dirigentes e membros do departamento médico”
Últimos anos? Então são pessoas que contribuíram para o jejum e para os vários surtos de lesões que já tivemos.
Não devem ser levados em conta.
Eu também achei que essa matéria tenta jogar a culpa na comissão técnica, o que discordo.
Com o Fernando Diniz diminuiu pq a pausa foi maior e pq o sistema de jogo era um lixo. Quase não tinha esforço e o time jogava inteiro na frente dando espaço para contra-ataques. Quando saia com a bola todo mundo ia para trás e tomava gol em saída de bola.
Estamos melhores agora. Com a intensidade exigida, voltamos a ser campeões. Quando o elenco acostumar a isso, ficaremos mais fortes.