Imagina você ser uma criança que sonha em ser campeão olímpico e consegue. Afinal, a medalha de ouro no peito faz com que voltemos ao passado e a partir de lá, agradecemos a todos os que corroboraram. Imagine-se atleta profissional de futebol e que, portanto, vive do salário do clube. No mundo real (escrevi mundo real para separar do mundo do Daniel Alves), os times de futebol não precisam liberar seus atletas para a disputa dos jogos. Então, se você foi campeão, é porque o seu time te liberou né? Assim, na comemoração e na hora de dar entrevista, você agradeceria ao clube ou cobraria pelos salários atrasados?

A cada movimento, a situação do Daniel Alves dentro do São Paulo se torna insustentável. Além de deselegante, Daniel agiu intencionalmente para denegrir a imagem do São Paulo Futebol Clube quando ao invés de dizer os nomes dos dirigentes, atacou a instituição. Portanto, cabe inclusive judicializar a reclamação. Daniel acredita, no seu mundo, que faz favor ao jogar no SPFC. Desde que chegou, as únicas boas partidas foram, contra o Flamengo (quando marcou o volante Gérson) e algumas sob o comando do Crespo, na ala direita. Tirando isso, foi medíocre e em alguns momentos, atrapalhou a evolução do time por ambições pessoais. Vale a pena ter no seu elenco um atleta de esporte coletivo que é motivado apenas por ambições pessoais?

Daniel construiu um ego maior do que o que ele joga. É claro que os números são reais! É o maior vencedor da história do futebol, mas é um lateral que teve a sorte de estar no momento certo, nos lugares certos. Nunca foi protagonista em nenhum clube. Não foi no Sevilla, Barcelona, PSG, Juventus e muito menos no São Paulo. Tanto, que nas finais contra o Palmeiras, jogamos sem ele. Buscamos o título inédito na Copa do Brasil contra o Fortaleza e o quarto título na Libertadores contra o Palmeiras e respondam mais uma vez, qual a participação do Daniel Alves nessas trajetórias? O que escrevo aqui, é que o Daniel é um jogador importante para o São Paulo, como são Léo Pelé, Luan, Gabriel Sara, Igor Gomes, Wellington, Lizieiro e tantos outros, mas não é imprescindível como são Rigoni, Benitez, Arboleda e Miranda.

O lateral que pensa que é Pelé precisa ser confrontado pela diretoria. A sua clara indisposição internacional rachou de vez a relação com a torcida e colocou o São Paulo numa posição nunca antes posta na sua história quase centenária: subserviente a um atleta.  E o cenário só piora com o passar das horas. A última é a fala do agente, Fransergio Bastos, que declarou pela assessoria de imprensa que o que motivou a fala agressiva do Daniel foi a não quitação da dívida até julho, como tinha sido prometido. Isso só confirma que tudo foi premeditado e com clara intenção de atingir clube e torcedores, mas com a covardia de não se indispor com os dirigentes que falharam com a palavra.

Como torcedor do SPFC desde os anos de 1990 e com família são paulina, peço ao clube que trate o caso respeitando a sua nação e não um jogador que além de não ser patrimônio do clube é mimado, egocêntrico e motivado apenas por dinheiro.

Rodrigo C. Vargas (Insta @rodrigovargasss) é jornalista e psicólogo. É também são paulino assim como todos na família, desde o avô.