Amigos tricolores.

Com a desistência do São Paulo em ter Benedetto no elenco – e com a volta de todos os titulares – seja da seleção ou contusão, vejo uma vaga em aberto no time titular. Quem seria o 5o elemento do meio de campo, do esquema montado por Crespo?

Falarei, no próximo parágrafo, sobre o caso Benedetto. A minha visão, por tudo o que eu apurei nos últimos dias. Não digo que será a verdade absoluta, mas sim, a minha visão sobre o caso, aliás, como sempre gosto de enfatizar, artigo é um texto com a opinião do autor.

Comecemos, esse artigo, falando sobre a nossa oscilação, principalmente pela má campanha no Brasileirão. Inegável que isso é fruto de não termos um time titular em campo jogando junto o tempo todo, assim como não termos um elenco para disputar 3 competições ao mesmo tempo. No futebol é importantíssimo que haja regularidade do time, sendo sempre o mesmo mantido, mas a sequencia de contusões é alarmante e a sequencia não vem.

Não vou aqui ficar questionando os departamentos, não sou analista de sofá, que mal sabe fazer um curativo em um pequeno corte no dedo e já sai dando palpite na medicina esportiva. Não tenho competência para falar sobre o trabalho de um médico; do departamento de marketing eu até arrisco falar, uma vez que desde 2001 atuo na área, mas medicina, nada sei.

O que espero é que o time do Dr. Sanchez possa rever os procedimentos e ajustar o quanto antes, afinal, são 30 contusões apenas esse ano, sendo a última, na 4ª do William, que comoveu a torcida. Ele não é um grande craque que está fazendo falta, mas se mostrou um jogador a fim de jogar e ajudar, as vezes, isso é mais importante do que aquele craque que não está mais afim de nada, como tem tantos ai pelo futebol brasileiro.

Negociação no futebol

Voltemos ao caso Benedetto: negociação no futebol acredito ser das mais complexas, comparando com todos o setores. Na minha área, por exemplo, para contratar uma agência, há concorrência, ou seja, as agências fazem de graça um trabalho e o cliente escolhe o melhor.

Se você comparou isso quase a escravidão (apesar que esse péssimo período da história mundial seja muito pior), está quase certo, pois é um trabalho árduo e sem remuneração. Eu vivo batendo na tecla que tem que acabar, mas é cômodo para muita gente.

Quando se falar de negociação no futebol, é complexo e chega a ser tão desumano como as concorrências nas agências. Há muita gente envolvida. Tem os diretores do time em que o jogado está e que querem ganhar o máximo possível; as vezes, tem o time a qual o jogador pertence, que quer ganhar o máximo possível.

Tem os empresários do jogador, que querem ganhar mais do que todos os envolvidos. Tem os representantes dos times, que indicaram o negócio e querem ganhar o máximo possível. Por fim, tem a opinião do jogador, que não vale de nada, mas se esquecem que ele e ele é o único que vai trabalhar. Todos querem ganhar um pedaço e o jogador é o mais prejudicado com isso.

Alguns casos, onde não há donos, os jogadores conseguem negociar e as coisas acontecem mais rápido, Miranda, por exemplo, demorou 3 dias para negociar, mas há casos mais complexos como foi de Calleri e Benedetto.

Claro, que a culpa ia cair no Casares, Belmonte e Rui, entretanto, o que não se analisa, no calor da emoção, é que tudo o que esses puderam fazer, foi feito, mas se o empresário, que eu chamo de dono, não quis, não tem como reverter, além disso, para quem ouviu a entrevista do Muricy ao canal do Nilson César (Rádio Jovem Pan) na 2ª feira passada ouviu da boca do grande Muricy:

“Se eu abrir aqui os valores de Calleri e Benedetto vocês vão cair para trás. A gente não perdeu a negociação, a gente livrou o São Paulo…” no Muricy, eu confio!

Os modelos do 3-5-2

Sem Benedetto, o São Paulo precisa se organizar com um time base. Crespo faz milagres com o que tem a disposição mediante a tanta contusão. Para mim, resta apenas uma vaga, ainda aberta, que está entre: Rodrigo Nestor, Sara ou Igor Gomes. Quem fica com a vaga? Essa é a minha grande dúvida.

Cada um tem a sua característica, cada um exerce uma função, porém, entrar com Nestor é ter um estilo de jogo e com Igor/Sara outro, sendo esse mais próximo ao que Crespo pensa como filosofia de jogo, um ponto fundamental para a sua contratação. E ainda tem Lizieiro correndo por fora, mas dele falo um pouco mais a frente.

Vamos lembrar um pouco da nossa história mais recente. Nos esquemas 3-5-2 de Leão, Paulo Autuori e Muricy, entre os anos de 2005 e 2008, o tricolor jogava com 2 volantes de marcação e um meia. Entre 2005 e 2006, Mineiro e Josue formavam a dupla de volantes, tendo a ligação, sendo feita pelo meia Danilo.

Em 2007, Muricy escalou o time com Hernanes e Richarlysson tendo Jorge Wagner como o meia; em 2008 Jorge Wagner foi para a ala esquerda e Hugo para o meio, Richarlysson e Hernanes se mantiveram no meio, sendo Hernanes um pouco mais a frente, e naquele ano o grande comandante do time rumo ao tri.

Mudavam as peças, mas sempre se mantinha 2 volantes, sendo um mais de marcação, como Mineiro, e outro com mais qualidade na saída de bola, como Josué, Hernanes e Richarlysson.

A vantagem desses times, frente ao de Crespo, era o poder ofensivo dos laterais, algo que hoje não temos. Por um tempo, Cicinho e Junior eram os titulares. Faz tempo que não temos essa qualidade em nosso time, eram 2 laterais espetaculares!

Depois veio Ilsinho e Jorge Wagner foi para a ala esquerda, manteve o bom nível, mas sem a qualidade de Cicinho e Junior; veja bem, manteve a qualidade, mas Cicinho era mais jogador que Ilsinho e Junior nem se fala em relação ao Jorge Wagner.

Rodrigo Nestor, Sara e Igor Gomes. Quem fica com a vaga?

Crespo não tem talentos nas laterais, como os times de 2005 a 2008, mas também opta pelo esquema 3-5-2, entretanto, um pouco mais ofensivo, com dois meias e um volante. Até acho que o São Paulo joga mais no 3-3-2-2.

Com Nestor, o São Paulo jogaria mais próximo aos times de 2005/2008, A dupla com Luan, titular absoluto do meio campo, tem tudo para reviver a dupla Mineiro e Josué, ainda cedo, mas o entrosamento e as características parecidas, com Luan mais marcador e Nestor mais na saída lembra a dupla de muito sucesso da Libertadores e Mundial de 2005.

Com Nestor no time fica mais defensivo, mesmo ele tendo uma excelente saída de jogo e ser ousado, entretanto, a sua essência é de marcador, ele é um segundo volante. Esse esquema colocaria Lizieiro no banco, pois, nesse momento, acredito que Nestor esteja melhor que ele.

Mas Luan e Lizieiro estão jogando…

Estão jogando, mas na minha visão o São Paulo não está com seu time titular. Crespo gosta de um time mais ofensivo; não que ter 2 volantes seja retranca, mas o time fica menos ofensivo, mesmo Nestor sendo um cara forte no ataque, até mais que Lizieiro, por exemplo (não desmerecendo o Lizieiro).

Já colocando Sara ou Igor, o São Paulo fica mais ofensivo, pois Luan se mataria para ajudar na marcação, mas o São Paulo teria mais poder ofensivo com 2 meias chegando ao ataque, lembrando que um dos meias é Benítez.

Para mim, Crespo, sendo mais ofensivo – e tendo todos os jogadores a disposição – deve pensar o São Paulo da seguinte forma:

Volpi

Arboleda
Miranda
Léo

Daniel Alves

Luan
Reinaldo/Wellington
(Rodrigo Nestor, Sara ou Igor Gomes)

Benítez

Luciano
Rigoni

E para vocês?