O São Paulo vai iniciar o seu mais midiático ano de sub-20 neste domingo, dia 27, contra o Athletico-PR, na estreia da equipe no Brasileirão da categoria. Apesar do grande objetivo de formar atletas, as atenções estarão todas voltadas para o banco de reservas, onde Alex, ídolo do Coritiba, do Palmeiras, do Cruzeiro e do Fenerbahce-TUR, inicia a sua carreira como treinador sub-20 do tricolor paulista.

Além dos desafios da jornada na nova carreira, na qual vai contar com o auxílio de Paulo César de Oliveira, treinador multicampeão no futsal mundial, por clubes e pela Seleção Brasileira e que no futebol de campo conquistou a Copa Paulista com a Ferroviária, Alex vai enfrentar os desafios da reformulação da base do São Paulo.

Não é segredo, o São Paulo esvaziou a sua geração sub-20 há algum tempo e quase não tem mais jogadores em último ano na categoria.

Entre os nascidos em 2001, o meia-atacante Gustavo Maia foi vendido para o Barcelona e zagueiro Felipe Morato para o Benfica, o outro zagueiro da equipe, Lucas Fasson, está no La Serena, depois de se desvincular judicialmente e Lucas Sena, lateral-direito, não renovou o contrato que se encerra no final do mês.

O atacante Ricardinho foi dispensado e está no Grêmio, onde já integra o profissional e fez oito gols, enquanto Paulinho, artilheiro do time no Paulista sub-15 de 2016 e vice-artilheiro nos Paulistas sub-17 de 2017 e 2018, também foi dispensado e está no Cruzeiro. O zagueiro Rodolfo Moisés foi para o América-MG e o goleiro Matheus Cunha para o Flamengo, Danilinho foi para o Coritiba, além de David Elias, que está no Desportivo Brasil.

O caso mais recente é do meia Ed Carlos, uma das principais promessas da geração 2001, o jovem rescindiu com o São Paulo na última semana. Ed apareceu muito bem no sub-15, se destacando no título da Copa Votorantim e depois sendo melhor jogador da conquista da FAM Cup, no sub-17. No entanto, uma série de lesões atrapalhou o andamento da carreira do jovem, que não teve grandes sequências no sub-20 e em comum acordo deixou o tricolor nesta última semana.

É curioso notar que entre os citados estão os três artilheiros do time no Paulista sub-17 de 2018, quando o São Paulo foi vice-campeão contra o Palmeiras: Gustavo Maia (21 gols), Paulinho (17 gols) e Ricardinho (14 gols).

E claro, há aqueles jogadores já promovidos, casos do ponta Vitinho (que também fez 14 gols no Paulista sub-17), dos laterais-esquerdos Welington e Gabriel Rodrigues (esse 2002), do meio-campista Talles Costa (também 2002) e do lateral-direito Nathan (outro 2002).

Vitinho, no entanto, é caso a ser destacado. Grande destaque do sub-17, teve participação razoável no sub-20 e está nos planos de Hernán Crespo. É uma posição carente do time, onde disputa com um jogador nascido em 2003, Marquinhos. Velocista, Vitinho pode ser peça importante dos plano de Alex, mas também uma peça que com algum destaque, não ficará muito nas categorias de base.

Alex tem o desafio com o qual Orlando Ribeiro teve que lidar no ano passado e não conseguiu bom desempenho: encontrar o time de uma geração que está no limite do que pode oferecer. Orlando também teve que lidar com um calendário totalmente diferente, que não permitia falhas na preparação e o desempenho do time não agradou, tanto no Brasileiro como no Paulista sub-20. As campanhas ruins vieram junto com desempenhos abaixo da média de jogadores acostumados a vencer e a artilharia de Antônio Galeano.

Isso não quer dizer que não existam talentos para serem lapidados nas gerações 2001 e 2002 do São Paulo e também será missão de Alex desenvolver o último e o penúltimo ano desses jogadores.