São Paulo chegou ao quinto jogo sem vitória neste Campeonato Brasileiro. Somando apenas dois dos 15 pontos em disputa na competição, o time comandado por Hernán Crespo chega para o duelo desta quarta-feira, contra o Cuiabá, bastante pressionado para, enfim, conquistar seu primeiro resultado positivo no torneio nacional.

Mas, por que um time recém-campeão paulista, com o melhor ataque e melhor campanha do Estadual, caiu tanto de desempenho após o título? Seria acomodação após o objetivo cumprido? As lesões sofridas por nomes importantes do elenco estariam sendo elementares para essa derrocada? A resposta não é nada simples e envolve muitos fatores.

De fato, o sentimento de dever cumprido pode ter causado um relaxamento coletivo no elenco. Depois de tantos anos sem erguer uma taça, o São Paulo se permitiu comemorar da maneira que podia, respeitando as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, mas é nítido que todo o “gás” foi deixado no Estadual.

Passado o Paulistão, o Tricolor se deparou com a missão de se classificar às oitavas de final da Copa Libertadores e da Copa do Brasil, além de ter de dividir as atenções com o início do Campeonato Brasileiro. O problema é que o desgaste físico do elenco já havia chegado, e a partir de então as lesões começaram a fazer parte da rotina do clube.

Desde a chegada de Hernán Crespo ao Morumbi, o time do São Paulo já sofreu 15 lesões musculares. O calendário do futebol brasileiro vem sendo implacável. No início da temporada o Tricolor chegou a jogar a cada 48 horas, maratona que certamente traria uma conta bastante cara a ser paga pelos jogadores e comissão técnica.

“Devemos falar da ciência, com números. Agora pega mais força o que eu falei do esforço físico que os jogadores fizeram durante o Paulistão. Chega um momento que o físico está dizendo que deve parar. É normal. A gestão dos jogadores é assim. Por isso devemos poupar, mudar situações. Quando eu cheguei aqui, todos falavam de folga, férias. A gente acreditou no trabalho, continuamos, mas adverti a situação de jogar assim, a cada 48 horas, 72 horas. Agora temos uma situação difícil, conseguimos uma coisa muito grande para o São Paulo, e agora temos que ter paciência para recuperar jogadores, energia física, para voltar a jogar no ritmo que o São Paulo tem se acostumado a jogar”, disse Crespo após a derrota para o Santos no clássico do último domingo.

Pois bem, a conta chegou. O São Paulo corre contra o tempo para recuperar nomes importantes, como Daniel Alves, Luan, Miranda e Luciano. Além deles, Arboleda, que disputa a Copa América com a seleção equatoriana, é outro desfalque. Resta saber se o Tricolor conseguirá mostrar um forte poder de reação em meio a tantas pancadas neste início de Campeonato Brasileiro.

Gazeta Esportiva