Um dos fatos mais decepcionantes das três primeiras rodadas do Brasileirão 2021 é o desempenho do São Paulo. Não só pelos resultados, duas derrotas e um empate, o que o Tricolor mostrou em campo nas últimas semanas é distante daquilo que apresentou em outros momentos desta temporada. Numa avaliação mais profunda, é possível entender a oscilação. O que não quer dizer que uma solução não precisa ser encontrada rapidamente.
O São Paulo desempenhou um futebol bem agradável até aqui no ano. Certamente foi o time que chegou mais próximo do rendimento necessário para afetar a hegemonia de títulos de Flamengo e Palmeiras no Brasil. Intensidade altíssima em todas as fases do jogo, organização para se estabelecer no campo de ataque, e a estratégia de empurrar os adversários para trás. Isso não apareceu recentemente. Vamos aos motivos.
Desfalques importantes. Substitutos abaixo
Mesmo tendo um elenco com boas opções no banco, o Tricolor, como qualquer equipe, possui jogadores determinantes para o funcionamento de uma proposta de jogo. Três deles estão há algum tempo fora. Benitez e Daniel Alves, por lesões, e Arboleda, primeiro por indisciplina e depois por convocação para a Copa América. O argentino vinha sendo peça-chave como um dos meias que atuam por trás do centroavante. Com característica única no plantel, possui uma leitura de posicionamento nas costas dos volantes adversários acima da média e importante para que os demais jogadores o acionem ali.
Gabriel Sara e Igor Gomes, que o substituem, não têm demonstrado esse mesmo entendimento, e não possuem a mesma eficiência no último passe, a mesma inventividade em espaços curtos, por mais que se movimentem muito mais que Benitez e auxiliem defensivamente. Daniel Alves é um líder técnico e hierárquico. Mesmo quando não está tão bem, acrescenta. Vinha jogando na ala-direita e qualificando demais os passes na zona de articulação das jogadas. Se não dá o mesmo ímpeto de Reinaldo pela esquerda, é muito acima da média na organização do time a partir de passes que rompem a linha de meio-campo rival e encontram companheiros mais perto da área.
Igor Vinícius e Orejuela são as opções, mas ambos não deram a resposta neste momento e Crespo vem preferindo improvisar o atacante Rigoni no setor. O argentino elevou o nível e não teve momentos ruins na ala-direita, mas não é um especialista da função, muito menos um Daniel Alves, o que faz a qualidade e a imposição do time diminuírem.
Já Arboleda, mesmo não contribuindo tanto para a construção ofensiva, representa uma proteção à área bem eficiente. O equatoriano é o zagueiro do Tricolor que melhor se encaixa no sistema de marcação de Crespo, que prega os encaixes e perseguições como modelo. Tem velocidade, força, potencial de antecipação. Bruno Alves é um jogador confiável, mas não entrega o mesmo que Arboleda pela direita da zaga. Léo, que produz mais com a bola, oscila defensivamente. Miranda, que também se lesionou recentemente, faz um papel mais central no trio defensivo.
Apatia e queda física depois da mobilização
O São Paulo não vencia um Campeonato Estadual desde 2005. 16 anos depois, voltou a levantar o caneco sob o comando de Hernán Crespo. Não que este fosse o principal objetivo da temporada, mas era algo que incomodava a diretoria e a torcida, o que acabou gerando poder de mobilização em torno da conquista. O treinador chegou a poupar os titulares em jogos da Libertadores para priorizar o Paulistão. Com o objetivo alcançado, é natural uma queda de concentração.
Os próprios efeitos físicos de uma sequência forte e em alta intensidade começam a aparecer. A imposição do time nesse aspecto foi bem visível em diversos jogos. Circulação rápida de bola, movimentos agressivos no ataque, chegada em massa à área, reação rápida e em bloco ao perder a posse e, muita pressão em cima do adversário com a bola, foram fatores frequentes. Algo que não vem se repetindo. Oscilações são normais ao longo de um ano, mas já começou a passar do ”ponto aceitável”.
É tempo de reagir
São apenas três rodadas do Brasileirão e há muito tempo para se recuperar, mas certamente a projeção de pontos inicial estava bem acima dos 11% de aproveitamento até aqui. A derrota para o frágil 4 de Julho pelo jogo de ida da Copa do Brasil também serve de sinal de alerta para uma sequência pesada que vem pela frente com Libertadores da América. Vencer o Estadual foi importante, mas fracassar de forma retumbante em outros objetivos da temporada apagará o feito e prejudicará o trabalho.
UOL
Pablo não pode perder gols feitos.. e Volpi…eu juro não entende-lo. Uma baita defesa no 1T…e depois ele sai caçando borboletas…
Difícil
Confio no Crespo…mas não dá para ele insistir em Pablo ou VB
Concordo com tudo, mas acrescento que na minha opinião, o Luan faz muita falta nesse time. Com ele em campo, todos os demais que jogam no meio campo ficam mais livres para executar o seu futebol, e os zagueiros ficam mais seguros para sair com a bola.
Vejo que temos desfalques tão importantes que são praticamente meio time, pois estamos jogando sem Miranda, Arboleda, Luan, Daniel Alves e Benitez. São cinco jogadores, sendo três do sistema defensivo, e dois de criação, ou seja, peças que nesse esquema de jogo são responsáveis por iniciar e concluir as jogadas. Podemos dizer que o time do Paulista ainda não jogou o brasileiro.
Mas acredito que com todos os jogadores em condições, poderíamos jogar em um 343, com meio campo em losango, mantendo a linha de zaga com Arboleda, Miranda e Léo, formatando o meio campo com com Luan a frente da zaga, Daniel Alves no meio pela direita, Liziero no meio pela esquerda, ambos na construção, com Benitez de engenheiro com liberdade de movimentação, Luciano como centro avante, Éder na esquerda e Rigoni na direita. Nesse formato pode ter a variação do Éder entrando na área com o Liziero abrindo na ala esquerda e o Daniel Alves centralizando e se aproximando do Benitez, com o Rigoni espetado na direita, desse modo teríamos bons cruzadores de bola em ambos os lados, dois definidores dentro da área, e dois criadores na entrelinha adversária, sustentados pela linha de três zagueiros mais o Luan.
Boa matéria, mas o jornalista esqueceu de citar Luan. Único 1 volante de qualidade desse time no estilo cão de guarda.
o jornalista nao ve nossos jogos, deve ver resumos, por isso nao falou do nosso principal desfalque: Luan!