Amigos tricolores,

Foi só o time C do São Paulo perder para o 4 de Julho, em um campo péssimo, com um clima quente, para um trio de arbitragem tão ruim, que 3 dias antes tinha sido penalizado no campeonato da sua região, por ter dado um pênalti para uma falta que ocorreu 1m fora da área que o 1%, que não representa o São Paulo, que fique claro, vem em grupos de Facebook destilar toda a sua falta de conhecimento sobre o universo do futebol, achando que jogador é máquina, que entrosamento se consegue no avião, e claro, que ele no alto da sua total incapacidade de ganhar até no seu PlayStation resolveria os problemas de qualquer time do mundo.

Eu já fiz essa análise aqui, mas vale um resumo para colocar todos na mesma página. Eu nunca fui jogador profissional, mas amador sim. Desde os meus 6 anos de idade eu joguei pelas escolas que estudei, pelo meu clube, pela faculdade, pelas agências de propaganda que trabalhei, pelo time  do meu prédio – que disputava torneios de bairro – pelo time do escritório de advocacia do meu pai. Enfim, sempre joguei bola. Não era um craque, mas era um excelente meia direita. Arrisco dizer, que no futebol de hoje, seria titular em qualquer time, até pela baixa qualidade que estamos vendo no nosso futebol.

Jogador não é robô

Quando esse 1% fica tão antenado no PlayStation, eles fogem a realidade da vida. No video game, eles ligam e desligam o aparelho e os jogadores estão sempre lá, sem contusão, sem família, sem pressão psicológica, sem cansaço de viagem, sem problemas particulares, sem o relaxamento natural depois de uma grande tensão como foi ganhar o Paulista e se classificar para a Libertadores. Eles apenas são ativados com o play.

No video game esse 1% liga e está tudo ajustado do jeito que ele quer, aliás como ele quer a sua vida, que todos façam tudo por ele, que deixem tudo do jeito dele, que as coisas ocorram do jeito dele. A frustração é inadmissível e se as coisas não saem do jeito dele, é simples, tem as Redes Sociais para o mundo saber como eles sofrem, mas claro, que antes de começar o jogo, a avó trouxe as Trakinas e o milkshake sem lactose, o pai pagou a parcela do iPhone, a mãe pagou a conta da Vivo, pois aos 30 anos, o que é trabalhar, né?

Ele dá o gole na bebida e reclama que o sorvete do milkshake não é da marca importada que ele gosta, diz que avó para nada serve e vai para o Facebook expor ao mundo sua raiva por ser um derrotado!

Esse pessoal precisa estudar, mas mandar estudar ou trabalhar é uma agressão quase maior e mais preocupante do que ofender seus pais, isso é permitido, mas mandar ele estudar é cancelamento na hora.

Entrosamento

Futebol, tem uma palavra que une todos os conceitos. Chama-se entrosamento. Isso é fundamental para qualquer time. E isso não se ocorre no avião, ou não está pronto no PlayStation. A formação contra o 4 de Julho jogou junto quando?

Claro que a derrota foi doída, que o 4 de Julho é, com todo o respeito, um time de menor expressão e a torcida esperava que o São Paulo atropelasse, que depois que Eder tivesse feito o 2o gol, a goleada viria e seria uns 4 ou 5 gols, mas o São Paulo não jogou bem, o que é normal, vamos, como qualquer time do mundo, oscilar. É normal.

“Ainnnn o Felipe passa pano para o time…”

Não! Eu fiquei tão p da vida como muitos de vocês.  Por sorte, tinha um texto para entregar no dia seguinte, para um cliente, e me foquei nisso, para não ficar mais p da vida, mas isso é normal, temos o direito, vamos sim, reclamar do Vitor Rivotril Bueno, por exemplo, um cara que não dá mais para ver com a camisa do São Paulo, aliás, não só ele.

Eu não sei em que momento, a CBF proibiu o São Paulo de entrar com 11 titulares em campo, sendo que temos sempre que entrar com apenas 9. O Reinaldo, todos que aqui em acompanham, sabe da minha opinião sobre o “Nilton Santos do Morumbi”. Vitor e Pablo acho que é unanimidade. Perri, eu não vejo ele como um grande goleiro, mas também contra o 4 de Julho não teve culpa nos gols. Orejuella, poucos jogos para comentar.

Em alguns grupos, o 1% reclamava “Ainnn o Crespo só inventa, colocou um lateral – Orejuella – na zaga”, os mesmos que estão apoiando que Leo Pele, lateral, seja mantido na defesa no lugar de Bruno Alves, que é melhor tecnicamente, mas no esquema, Leo, na minha visão se encaixa melhor pela saída de jogo e por fazer o papel dele e do ídolo dessa geração, Reinaldo.

Sobre o jogo

Não é passar pano. É entender que o jogo é coletivo e precisa de alguns elementos. Não sói fisica, mas mentalmente o time precisa estar bem! Eder e Wellington, se destacaram, a defesa, sem entrosamento penou para conseguir se organizar, e nisso, vieram os gols. Méritos do time do 4 de Julho que soube aproveitar as chances que tiveram.

O meio de campo não rodou. Galeano pela lateral, a mim, não agrada, ele fez um bom jogo e outros péssimos. Mais a frente, ele é um jogador de enorme potencial, mas é preciso jogar na dele. Ok, ajudou o Crespo que está sem Daniel Alves e resolveu poupar Igor Vinícius para o Brasileirão, mas é preciso analisar ele, na posição dele.

No meio, sofremos. William ainda não mostrou a que veio, jogou até bem, mas discreto. Hernanes falta ritmo ao profeta, tem muito a agregar ainda. Sentimos falta do Luan, Lizieiro e Nestor, dariam outra cara ao time. Shaylon estava jogando muito recuado, quando foi a frente, deu uma dinâmica mais interessante ao time. Tem me agradado esse jogador, não tem futebol para ser titular, mas Sara e Igor Gomes que não brinquem, pois se mantiver essa evolução, vai passar os dois em opção para quando o titular, Benitez, não puder estar em campo.

Eder, em breve, vai ser o titular colocando Pablo no banco. Isso será excelente para o nosso tricolor, ganharemos um poder de gol muito maior para jogar ao lado de Luciano, esse titular incontestável, mesmo que o 1% critique um cara que acabou de perder o sogro e a sogra, mas isso, para o 1% pouco importa, afinal, jogadores são máquinas.