Amigos tricolores,

Foram 8 vitórias nos 8 últimos jogos. A “Crespomania”, como eu chamo esse momento, tem nos deixado iludidos, o que, é perigoso, depois dos recentes acontecimentos. Entretanto a situação é outra, não temos mais Leco e seus amigos, a diretoria é outra, o time está mais leve, feliz e muito confiante, então, vou me permitir me iludir. E temos Muricy de volta!

O começo do Crespo está acima do esperado. Vamos ser sinceros, quando ele foi anunciado, quem esperava essa sequencia? Quando o campeonato voltou, e começamos a ver jogos de 2 em 2 dias, quem imaginou 8 vitórias, entre jogos de Libertadores, Paulistão e um clássico contra o Palmeiras na casa do adversário?

Eu confesso, que não acreditava no Crespo, afinal, ele tinha apenas um título – mais que o Diniz – e nem sempre craques se tornam grandes técnicos, algo que já falei algumas vezes. Hoje, quem foi craque e é um técnico de ponta no Brasil? Renato Gaúcho e só.

Quando Crespo chegou, entendi a filosofia pensada pelo São Paulo, algo comum na Europa. Estamos acostumados a técnico ser demitido no domingo e na 2a ser anunciado outro, que começa a trabalhar na 3a, mas Muricy, em seu plano de coordenação trouxe outra visão, uma nova forma de contratar. Foi usado um modelo como se contrata um grande executivo de uma empresa, com entrevistas, conversas, falando com vários perfis, decisores da empresa envolvidos, não foi um “ah, chama o fulano por eu gosto dele…” como é comum no Brasil.

Alguns torcedores, aquele 1% chato, reclamou do absurdo do São Paulo anunciar um técnico que não assumiu no dia seguinte, bem, não sei se viram, mas na 3a passada, o Bayern de Munique anunciou Julian Nagelsmann como novo técnico. E olha que engraçado, ele só assume o time em 01 de Julho… ah, é que na Europa pode, lá eles são modernos, aqui a gente inventa, né?

Começo avassalador

Depois do jogo contra o Rentistas, Crespo chegou a uma importante marca. Foram 12 jogos sob seu comando, com 10 vitórias, 1 empate e 1 derrota, com 31 gols marcados e 5 sofridos. Nem o mais fanático dos São Paulinos poderia esperar isso. E outro ponto, estamos a 5 jogos sem levar gol, o que é mais importante, os jogos mais difíceis, da Libertadores e contra o Palmeiras estão nesse período. Na Libertadores, são 5 gols marcados, sem tomar nenhum, 2 jogos, 2 vitórias e com um futebol consistente. Libertadores é guerra, não espere show, espere raça, dedicação e jogos muito complicados. “Se quer ver show, vá ao teatro” – Ramalho, Muricy

O esquema 3-5-2, o qual sempre defendi, tem se mostrado eficiente. Não existe isso de esquema ultrapassado, até porque, como já disse aqui, o 4-3-3 tão usado ano passado por diversos técnicos, inclusive Diniz, é o esquema que Cilinho usou com a máquina tricolor de 1986, onde o ataque era Muller, Careca e Sidney.

Nunca foi uma grande novidade, mas esquema bom é o que funciona. E o 3-5-2 de Crespo está funcionando até o momento, e espero, obviamente, que isso continue ao longo do ano. Cansamos de esperança e decepção, estamos buscando títulos, conquistas e a volta ao topo, lugar que nunca deveríamos ter saído!

Máquina Mortífera 2?

Na época do São Paulo de Telê, o tricolor tinha o apelido de Máquina Mortífera, uma alusão ao filme de grande sucesso na época, estrelado por Mel Gibson e Danny Gloover. O São Paulo ganhou pouco mais de 30 títulos em 4 anos sob o comando de Telê (foram 6 anos, mas no 1o Telê nada ganhou e no último fez apenas um jogo), por isso, Telê era o comandante da Máquina Mortífera, como, com muita dor no coração e raiva, a imprensa chamava, ainda mais depois que o São Paulo humilhava seu Corinthians ou ganhava os importantes títulos.

O começo de Crespo está nos dando a esperança de uma sequencia desse filme. Temos, novamente, uma diretoria que age nos bastidores e vem com a novidade, sem alarde, sem vazamentos, trabalha de forma profissional, temos um presidente ativo, transparente e que veste a camisa do time e não a camisa rosa comum do outro. Diferente ter um presidente apaixonado pelo time, né?

Temos jogadores identificados com a torcida, jogadores que estão querendo ganhar, mesmo em baixa, como são os casos de Pablo e Luciano, por exemplo, esses podem estar em má fase, mas nunca deixam de lutar em campo, dão o sangue e se sentem mal quando não correspondem, isso impacta positivamente o grupo, assim como Daniel Alves e Hernanes, consagrados na carreira, multi campeões que não exigem titularidade ou ficam na imprensa reclamando.

Focados, são outros jogadores

Daniel Alves, nunca foi a público reclamar da fortuna que o São Paulo lhe deve. Teve sua fase de coach, onde jogava mal e vivia no Instagram com frases motivacionais, mudou, focou, veio Crespo o colocou na lateral, ali é sacanagem, o cara foi o melhor do mundo por anos, não é mais, mas é diferenciado. O São Paulo é outro com ele ali. 

Hernanes está voltando. Nosso profeta está apagado, mas é importante para o grupo, importante para o tricolor. Ele tem muita lenha para queimar, tem liderança, é um cara que o grupo respeita e o adversário teme, pois sabe que ele precisa de uma bola para um chute potente, uma falta bem cobrada ou um lançamento para deixar o atacante na cara do gol. Não se brinca com craque.

Luciano está mal, mas vamos entender. Ele está com o psicológico abalado. Poderia estar fazendo corpo mole, como vimos tantos caras fazerem, mas não, está tentando, dando o sangue concentrado. Aquele 1% que reclama dele, dá vontade de rir, esses não representam o nosso São Paulo. O cara não está fazendo gols, é verdade, mas tem sido importante no esquema. Já já ele desencanta e volta a sua sequencia de um gol atrás do outro, quem sabe no domingo isso aconteça? #EstamoscomLuciano

Agora, é esperar a 9a vitória seguida, quebra de mais um Tabu e afundar ainda mais o Corinthians!