Nos últimos cinco anos, o São Paulo teve apenas a 5ª maior receita recorrente entre os grandes clubes brasileiros (isto é, desconsideradas vendas de jogadores). O clube tem contratos de TV do Brasileiro piores do que Corinthians e Palmeiras. Não foi capaz de alavancar parceiros para pagar nem parte do salário de Daniel Alves. É diante dessa realidade que se inicia o trabalho do diretor executivo de marketing, Eduardo Toni. Em entrevista ao blog, ele explica os planos para mudar essa quadro com atuação em acordos de TV, no sócio-torcedor e em patrocínios.
A principal receita dos clubes brasileiros vem dos contratos de televisão. Ao assumir, o presidente são-paulino, Julio Casares, disse que almejava uma renegociação do Brasileiro com a Globo, embora frisasse que respeitaria os acordos vigentes. Isso porque o São Paulo foi o único grande da capital que não teve mínimo garantido no pay-per-view da Série A. “Esse é um pleito muito justo, ter garantias mínimas”, diz Eduardo Toni, ressaltando que essa conversa com a Globo ainda vai ocorrer. Em 2019, último ano em que é possível fazer uma comparação, o São Paulo foi apenas o sétimo colocado em receitas de direitos de transmissão e de premiação, segundo levantamento da EY.
Blog: Em sua primeira coletiva, o presidente do São Paulo, Julio Casares, disse que gostaria de renegociar o contrato do Brasileiro com a Globo para que fosse adequado ao tamanho do São Paulo. Há margem para renegociação visto que há um acordo assinado até 2024 e a Globo tem tirado dinheiro do futebol?
Eduardo Toni: Entendo isso de uma forma muita clara. Independente de Globo e São Paulo, entendemos o que o São Paulo representa no mercado internacional. O São Paulo é o clube mais conhecido fora do Brasil. É o que tem mais conquistas internacionais. É natural que coloquemos o São Paulo no maior patamar possível.
Entendo que a Globo renegocia contratos, vimos movimentos em que perdeu o futebol, a Fórmula 1. Acho que é uma movimentação bem benéfica para o mercado. A Globo é o maior player. Sem se referir diretamente a ela, estamos buscando um patamar que o clube pode estar. Entendemos o posicionamento do São Paulo. Vamos mostrar com dados, com números. As forças das redes sociais, inclusive em negociações como a Globo. Para que a gente ganhe o que entendemos ser o justo para nós.
Blog: Os contratos de TV Aberta e Fechada do Brasileiro têm remunerações padrão para todos os clubes, distribuídos por fatias iguais, de posição na tabela e de exibição. Há diferença no pay-per-view onde os outros times da capital, Corinthians e Palmeiras, obtiveram valores mínimos garantidos e o São Paulo não. É por aí a negociação?
Eduardo Toni: Esse é um bom ponto. Com todo respeito ao Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Vasco, temos a importância do mercado do São Paulo. Esse é um pleito muito justo, ter garantias mínimas. Buscar receitas igualitárias aos outros clubes. É uma questão que vamos abordar. A gente ainda tem três meses de gestão.
Blog: Há uma grande mudança na forma de exploração de direitos de transmissão no mundo como um crescimento do streaming. Na sua visão, como é a melhor forma de exploração de direitos de transmissão?
Eduardo Toni: Você tem a mudança para o VOD (Vídeo por demanda), você assiste ao que você quer, na hora que você quer, foge desses horários. O vídeo revolucionou. O esporte tem uma característica diferente porque é ao vivo e o público quer assistir na hora que está passado. Streaming chegou para ser uma nova plataforma.
Pode atrair um novo público que não está ali, minha filha talvez não saiba mais mexer no controle remoto. Tenho clareza que o streaming tem importância no esporte e vai mudar a forma de arrecadação dos clubes. Clubes na Europa têm seus streaming em conteúdo e é uma fonte de receita em crescimento. É um caminho sem volta. Hoje a principal detentora tem todos os direitos. Será que não vai chegar o momento que o clube vai negociar seus jogos no streaming direto? Esse é um caminho sem volta. Pode mexer nesse negócio da arrecadação. Apostaria que, no médio prazo, vai acontecer.
Blog: São Paulo é favorável a uma negociação coletiva ou individual dos direitos de transmissão?
Eduardo Toni: Um grupo negociando você ganha força. Algumas negociações individuais podem acontecer. Na TV Aberta, um grupo pode negociar. E, no streaming, cada um cuida do seu. Pode haver um mix das coisas. Alguns canais de distribuição.
Blog: No período em que o São Paulo ganhou títulos sem sequência, de 2005 a 2008, o clube ficou com a imagem marcada por ser o soberano. Há alguma intenção da nova diretoria de criar uma nova marca?
Eduardo Toni: A gente nunca quis passar isso (soberano). Essa não era a pegada do São Paulo. O São Paulo fez um DVD sobre as conquistas do São Paulo nesse período porque vivíamos uma época de soberania. Intercalava conquistas. O São Paulo lançou um DVD que tinha esse título soberano. A gente conversa aqui dentro que esse termo tem um pouco de empáfia, cria uma antipatia. O São Paulo é o clube da fé, que a moeda que para em pé.
A gente não tem uma pretensão de continuar essa marca de soberano. Quer se afastar de prepotência.
UOL
Aí, sim, heim.
Como dizia o FD: vamos São Paulo, rs
O “mínimo garantido” é o título de campeão, faixa e taça na mão.
Enquanto os outros levantam taças e contam a grana, nós aqui lambendo feridas.
Quanto ao Soberano, não vejo nada de mais. Marcou uma época e deveria ser mantido, até em homenagem àquelas conquistas.
Abandonar é desprezar o que foi feito.
Duvido que algum rival faria, ao contrário, eles buscam conquistas que nem foram reais e adotam, sem qualquer vergonha, como verdadeiro.
Imortal, todo poderoso, campeão do século e outros, são rótulos que outros times cultuam, pq só para nós é soberbo? Grande besteira.
Eu entendi em parte o ponto de vista do Toni, mas concordo com você. É uma bobagem se desfazer dessa alcunha de soberano, porque retrata um momento especial que o clube viveu.
Porque não podemos nos orgulhar daquela fase?
Como o “rolo compressor” da década de 40, “máquina mortífera” no início dos anos 80, “menudos” do período com Cilinho, etc…
Mas enfim…
Pois é… Preocupação boba. Nada a ver…
Soberanos sim, com muito orgulho. Foi merecido.
“Torcer para o SP é uma grande moleza” Vamos abandonar tbm?
E que tal trocar por: “São Paulo, nossa alegria triste”?
Ooooopaaaaa!
Essa eu conheço, faz tempo.
Kkkkkkkkkkkkkkk.
AhahhHHaahah essa é do PS… direitos autorais…
De fato…
Por isso que tem que usar sempre uma referência a ele…
Rsss…
Leco deixou terra arrasada. Não tem absolutamente nada que o Casares não tenha que consertar ou refazer.
Me perdoem, mas não concordo com o termo “soberano” para definir o SP… O auge do termo foi o episódio das bananas sobre o balcão de entrevistas coletivas, creio que em 2014, com o Aidar protagonizando uma cena dantesca, ao se referir ao Palmeiras, menosprezando o clube e sua história, afirmando, inclusive, que este estava se “apequenando”… Triste vaticínio… Para o próprio SPFC… Esse termo representa, sim, queiramos ou não, uma empáfia sem limites, por parte de quem não só o criou, como o difundiu, através do famigerado DVD… Há uma inversão de valores, em tudo, e em especial, no futebol brasileiro… Os “atletas”, miliardários, com celulares “de ouro”, enquanto os clubes, a “galinha de ouro” dos mesmos (e estes parece que não têm essa noção), definham, tentando manter um “status quo” incompatível com a mudança dos temopos… 100.000 expectadores em um jogo era rotina, tempos atrás… 50.000, atualmente, sem a pandemia, frise-se, seria só em uma final de campeonato – se coubesse essa quantidade, óbvio, na “arena” na qual se realizasse a mesma… Sem clubes (a “galinha dos ovos de ouro”…), não haveriam os “atletas” miliardários… Por outro lado, estes, sem os seus rivais, locais ou nacionais, também não… De nada adiantaria “torcida”, sem rivais… Seria como “dançar com a irmã”… Concluindo, fala-se tanto em “profissionalização do futebol”, mas o básico do básico não se analisa ou questiona… Se os clubes não enxergarem essa realidade, e se unirem, criando uma liga, como na Europa é comum, tirando a CBF de seu pedestal, e invertendo essa lógica “banana comendo macaco” em relação aos “atletas”, não vai muito tempo e viveremos só de lembranças do tal de “soberano”, como, um dia, vimos a “saudosa” Lusa, a qual chegou a nos fazer sair de casa, em Cajamar/SP, para assistir um jogo desta com a Ponte Preta (a “Macaca”), eu e meu pai, só pelo prazer de ver um bom futebol… Afinal, Enéas, Capitão, Polozzi, Dicá e etc. “valiam o ingresso”… Que não incorramos no mesmo erro… Quero o meu SP de volta!… Mas não o “soberano”… E, sim, o da “moeda que caiu em pé”… E olha que eu nem havia nascido, por ocasião desse maravilhoso episódio da história do SPFC!…
Bom domingo!
SMILE TADEU
Ops!… “…incompatível com a mudança dos tempos…”…
SMILE TADEU
Somos de Cajamar kkkk
Moro em Jundiaí desde 1985, mas fui criado em Cajamar… E tenho familiares e amigos lá…
SMILE TADEU
Opaaaa sou de Jundiaí city TB..forte abraço
Para que toda essa prosa? Somos soberano mesmo! Já pensou se não tivéssemos parado de ganhar títulos?
Para mim o SPFC sempre será o Soberano. Não arredo pé disso. E vi ao vivo o trimundial , coisa que nenhum outro clube brasileiro conseguirá algum dia. Não sou pautado pelos adversários, Soberanos continuamos
Amigo Paulino, “quem vive de passado é museu”… Ainda que eu adore um museu (nada como a história, para definir uma cultura…), não quero ver o nosso SP se tornar uma (saudosa…) Lusa, ou (deprimentes…) Vaixxxxco, “Bot’água”, ou, quiçá, um “Cruzeiro”, este se não conseguir se recuperar – os dois primeiros, a meu ver, já não tem mais volta… E o tal de “soberano” é o “retrato em branco e preto de uma noite mais que cinzenta”… Mais do que nunca, o SP precisa se resgatar… Como aquele SPFC que nos fez encantar, quando crianças, em busca das glórias que viriam… Só fui ver o meu SP campeão já aos 10 anos de idade… E este, ainda que gigante, nada tinha de “soberano”…
Abraço!
SMILE TADEU
termos que menosprezam outros times dificultam busca de parceiros pelo mkt! soberano virou problema, alem de dar azar!