O torcedor do São Paulo está bastante chateado com o fim da temporada e tem razão nisso. Para piorar a situação, a equipe do Morumbi vive problemas financeiros e a atuação da diretoria no mercado da bola depende de condições extremamente favoráveis para negociar com jogadores em fim de contrato ou com uma enxugada no elenco, especialmente pensando nos que ganham mais e não rendem.

O jogador que simboliza essa questão do custo-benefício é Daniel Alves. Em aspectos técnicos, é bem claro que é um dos melhores do time, mas ele não consegue manter a regularidade necessária para justificar seu salário superior a R$ 1 milhão. Não é à toa que ele tem milhões atrasados. Há ainda outros jogadores que custaram caro, também não ganham pouco e estão encostados, como é o caso de Pablo.

Ao menos no discurso, Julio Casares, o novo presidente, já deixou claro que tem a intenção de não gastar mais do que pode. Até mesmo Hernán Crespo falou dessa situação em sua coletiva de apresentação. Se mantiver essa premissa, a atuação da diretoria nas contratações fica diretamente atrelada à diminuição dos custos atuais para poder assumir novos. Na previsão orçamentária, não há nem R$ 40 milhões disponíveis para contratações e a dívida apontada chega na casa dos R$ 600 milhões. Por conta disso, os mais de R$ 80 milhões obtidos com a venda de Brenner não poderão ser usados integralmente para a chegada de novos atletas.

Há a previsão de pagamento, a partir de março, de R$ 14 milhões que o time não pagou aos seus atletas por conta da crise de covid. Apesar de ser parcelado durante todo o ano, isso significa mais de R$ 1 milhão por mês. Foi no meio de todo esse contexto que Crespo precisou decidir que não daria folga aos atletas e que usaria o Paulistão para conhecer seu elenco. Como se não bastassem todas essas dificuldades, o São Paulo agora ainda corre o risco de ter de disputar uma pré-Libertadores no início da nova temporada e enfrentar uma pressão que pode comprometer todo o ano de 2021.

UOL