Depois de o São Paulo perder uma vantagem de sete pontos que tinha na liderança do Campeonato Brasileiro, o trabalho de Fernando Diniz voltou a sofrer críticas por parte dos torcedores, que não trazem de volta à tona as quedas no Paulistão, na Libertadores, na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil, o que dá à reta final uma carga ainda maior de pressão pelo título que o clube busca há oito anos.

Arnaldo Ribeiro afirma que a situação atual do São Paulo faz com que seja céu ou inferno não apenas para Diniz, como disse Juca Kfouri, mas também para os jogadores. O jornalista considera que uma perda de título poderia causar a saída do técnico, assim como os jogadores também poderiam trocar a imagem de heróis no caso da conquista por uma relação conflituosa com a torcida.

“O Juca falou que o Diniz é céu ou inferno, esse grupo de jogadores do São Paulo é céu ou inferno. Ou os caras viram heróis tirando o time da fila, ou eles vão ser defenestrados, não vai sobrar um, sobretudo os mais experientes. Não vai sobrar um, porque os caras estão na iminência de fracassar na enésima frente que eles vão disputar”, afirma Arnaldo.

“Você acha que se o Fernando Diniz perder o Campeonato Brasileiro depois de perder todos os outros, a vida dele vai ficar tranquila? Não vai, porque ele teve desta vez, neste campeonato especificamente, mamão com açúcar, vantagem de sete pontos, maioria dos jogos em casa, administra esse negócio, você é capaz ou não? É essa questão, ninguém está pegando no pé, o céu ou inferno nesse caso, em um clube na fila, ele se impõe, para o treinador e para os jogadores, é céu ou inferno mesmo, ou ganha, ou tchau”, completa.

O jornalista afirma que a presença de Muricy Ramalho, embora não tenha nenhuma intenção de interferir na tática do time, deve ter importância na cobrança ao técnico e ao elenco e no compartilhamento de informações e experiências vivenciadas pelo coordenador de futebol, que foi tricampeão brasileiro como técnico em 2006, 2007 e 2008 pelo São Paulo.

“O Muricy não veio para o São Paulo para ficar de peça decorativa, porque alguns outros ídolos do São Paulo, o Lugano ficou um pouco nessa, ficou um pouco em uma ‘não vou meter o meu bedelho aqui, eu não gosto do Diniz, mas’, não, o Muricy apoia o Diniz, mas vai cobrar do Diniz e dos jogadores, não é só o resultado, a questão do São Paulo, assim como aconteceu no Flamengo, vai além dos resultados ruins desse começo de janeiro”, diz Arnaldo.

“É atitude, desempenho, interesse, noção do que representa esse título, esse unzinho que o São Paulo não ganha há anos. Para o São Paulo e para esses jogadores”, conclui.

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