Quando Luciano se lesionou contra o Corinthians, a preocupação do torcedor era perder um atacante em fase iluminada, mas também ter como reposição o inconstante Pablo. Um problema grande para o confronto direto no pelotão de cima contra o Atlético Mineiro no Morumbi. Fernando Diniz fugiu do óbvio. Saiu do 4-4-2 e preencheu o meio-campo com Tche Tche. Volante como meia central num 4-2-3-1, mantendo a estrutura de Gabriel Sara e Igor Gomes pelos lados e Brenner na referência. Também confortável porque, ao contrário do Corinthians em Itaquera, o Galo, até por necessidade de diminuir a vantagem do adversário na tabela, seria ofensivo.

Nem foi tanto assim. Jorge Sampaoli também foi cuidadoso, com Igor Rabello, Gabriel e Junior Alonso na defesa, Calebe como a surpresa no meio-campo, para se juntar a Guilherme Arana e Keno pela esquerda. O mesmo com Guga, Savarino e Vargas. O plano claro era acelerar e envolver pelos lados, mas o São Paulo estava preparado. Muita concentração defensiva, cuidado com a bola para sair da pressão atleticana, organização dos setores e paciência para esperar a melhor chance. Até porque o empate nem era um resultado tão ruim, mantendo os quatro pontos de vantagem. O belo gol de Igor Gomes no primeiro tempo tornou o cenário ainda mais favorável.

Sampaoli trocou Rabello por Alan Franco, voltou ao 4-3-3 e tentou ocupar o campo de ataque e acelerar a circulação da bola. Mas o São Paulo deixou Brenner mais adiantado, recuou Sara e Igor pelos flancos, permitindo Juanfran e Reinaldo fechando mais por dentro e impedindo as infiltrações em diagonal dos ponteiros. Controle negando espaços, não pela posse de bola – o Galo terminou com 53% e 86% de acerto nos passes. A expulsão de Allan desmontou a ideia de Sampaoli e fez o São Paulo trocar passes e adiantar linhas. Até Vitor Bueno, substituto de Tche Tche, aparecer pela esquerda e servir Sara. Depois o autor do segundo gol deu lugar a Toró que, sob forte chuva, fechou os 3 a 0 com com a jogada característica: corte da esquerda para dentro e chute com efeito, sem chances para Everson. O São Paulo finalizou 17 vezes, sete no alvo. Três nas redes. O São Paulo abre sete pontos sobre o Atlético e toma dos mineiros o status de ataque mais positivo, com 45 gols. O líder nos pontos corridos sabia da importância do jogo, que ganhou ares de mata-mata. E não falhou, em uma prévia interessante para as semifinais da Copa do Brasil contra o Grêmio.

Diniz acertou em cheio na escalação e na proposta. Grande vitória em uma das “finais” da temporada.

(Estatísticas: SofaScore)

UOL – André Rocha