Numa semana de fortíssimas emoções, o são-paulino tem algo mais a comemorar do que a improvável vitória sobre o Flamengo, no Maracanã, que mantém o time vivo na Copa do Brasil. Depois de 15 meses, ele pode enfim ter encontrado o que chamamos de “referência”. Provavelmente, o carinho recaia mais sobre os meninos de Cotia – Gabriel Sara, Brenner e companhia. Mas o cara do São Paulo hoje tem nome e sobrenome: Daniel Alves.

Na semana em que viu Rogério Ceni preferir o Flamengo de hoje ao clube do coração de amanhã, o são-paulino viu Daniel Alves mais uma vez liderar o time num jogo de cachorro grande. Guerreou, comandou, vibrou, duelou com Gérson, fez um pouco de tudo.

Rogério Ceni hoje é adversário do São Paulo. É passado e não será o futuro próximo. O presente é Daniel Alves. É ele quem chega aos treinos primeiro, participa de todas as partidas, joga machucado, engole salário atrasado, motiva os companheiros, é a voz do vestiário, o capitão da equipe.

Lembra exatamente os tempos de Ceni jogador. Mais do que isso. Daniel Alves largou a Europa e várias boas propostas para jogar no time do coração. E vem jogando com o coração. Foi ele quem abriu mão de muitas coisas para jogar no São Paulo. Foi ele.

A torcida do São Paulo, que decidiu estrategicamente não exibir mais bandeiras alusivas a Ceni quando ele for adversário no Morumbi, já poderia providenciar uma outra celebrando seu camisa 10. Daniel Alves é gigantesco, como costuma dizer o técnico Fernando Diniz, seu fã. O São Paulo de hoje é mais até de Daniel Alves do que de Fernando Diniz.

O são-paulino que tanto cobrou de Daniel Alves nesses 15 meses deve saber que a possibilidade de sucesso nesta temporada depende do seu camisa 10, do seu capitão, do cara que optou pelo São Paulo mesmo na época da fila. (por Arnaldo Ribeiro).

UOL