Flamengo desfalcado explica a goleada são-paulina?

Não, mas ajuda.

São Paulo eficiente explica a derrota acachapante flamenguista?

Não, mas esclarece bastante.

Ao tentar arrumar justificativas racionais para o resultado do Maracanã esquecemos que o charme do futebol está nas entrelinhas. O óbvio ululante aponta para as falhas grotescas do sistema defensivo do time de Doménec – com oura escalação, mas de novo, né?. Desta vez, só Hugo Neneca não deu conta de consertar o problema.

Mas as saborosas entrelinhas vão contar a história de um surpreendente e empenhado São Paulo “pouco” à la Diniz (o que é um elogio ao técnico, que surpreendeu e abriu mão das suas convicções mais caricatas para bater o favorito a tudo na América Latina): nada de amor ao passe de lado; nada de apego a posse de bola. O São Paulo foi cruel, objetivo e mortal.

Um time que “mordeu” o Flamengo e não deu espaço para o futebol bailarino dos “donos” do Maracanã. Preso à armadilha do São Paulo, o Flamengo foi lento, quase desinteressado no jogo que não “lhe valorizava”. E ainda assim perdeu dois pênaltis. Se o “se” jogasse… Se o Dome (pode-se criticar os estrangeiros de vez em quando?) soubesse quem é seu batedor de pênalti… Se não fosse a tarde de glória da carreira de Tiago Volpi…

O óbvio ululante coloca o São Paulo na lista dos postulantes ao título do Brasileiro-20. Líder por pontos perdidos, por que “vocês da imprensa” ainda duvidam do time de Diniz?

Respondo por mim: eu confio no time do “não-Diniz” que goleou ontem. Esse time seguirá disputando o Brasileiro?

UOL – Marília Ruiz