Osão-paulino se acostumou a ser batido, superado e o pior de tudo, ultimamente, se sentir humilhado. Se surpresas são cada vez mais escassas, decepções são cada vez mais frequentes.

Numa mistura de esperança com desconfiança, a cada ex jogador usado pelo presidente frequentador do Pinheiros, um ponto de interrogação paira na cabeça do combalido torcedor tricolor.

Passados 3 anos da “chegada” de Raí, a pergunta, dentre mil, que mais martela a cabeça é: como pôde fazer tudo isso com o SPFC, Raí?.

O que te levou a fazer isso:

  • Contratar sem dinheiro
  • Contar com classificações (e cair) para ter verba
  • Demitir técnico que fez bom trabalho com material humano ruim.
  • Contratar para um time, que não ganhava nada há anos, um técnico sem um título na carreira.

A interrogação não para aí…

As perguntas abundam. Por que não elencá-las? :

Por que aceitou um cargo sem experiência alguma prévia?

Seria a necessidade do dinheiro? Precisava muito do salário e aceitou trabalhar sem ter conhecimento algum? (Seria possível aprender ao longo do caminho, em sua cabeça?)

O que então fez Raí colocar sua necessidade acima da do clube que o projetou para o mundo?

Raí teve como o técnico o melhor de todos, um mestre que baixava a bola dos jogadores e que mostrava ser o SPFC o que importava.

Então, por que a empáfia? (Sim, só pode ser definida como empáfia a atitude do diretor para com o SPFC)

Empáfia ao trazer um técnico que nunca ganhou nada pra dirigir um time que não ganhava nada há 8 anos (pra quem conta a sula como algo importante).

Raí é vítima da soberba, talvez? 

Bem possível, humildade o traria de volta pra realidade ao ver um “técnico” colocar o melhor zagueiro no banco e acabar de vez como uma zaga que virou uma peneira. E o faria cobrar o “técnico”. Não o faz.

Raí é vítima da frouxidão?

Possível também. Outro diretor jamais deixaria a pardalzice prevalecer. JJ chamaria Diniz em sua sala e após isso essa zaga inventada nunca mais entraria junta de novo.

E do arrependimento, Raí sofre?

Pode ser. Explica-se: Raí mandou embora Aguirre. Todos ou muitos, com razão, o acusaram de injustiça. Raí resolveu, então, se redimir. Pra que? Pra se sentir bem consigo mesmo. Tirar o peso da injustiça prévia. Claro com a pessoa errada, ele se redime. E Aguirre que foi o injustiçado? Apenas um detalhe.

De certo temos uma coisa: Raí acabou sendo esperto e cruel (discute-se se propositalmente ou não) pois Diniz ainda é o para-raios mais visado dos torcedores. Era uma aposta antes de chegar. Se tornou um experimento. Hoje é uma realidade inconveniente.

Raí, que jogou futebol de maneira magistral, não entende absolutamente nada de tática, de grupo, de oratória, de comando ou gerenciamento. Jamais em sã consciência alguém daria essa longevidade pra “um Diniz”. Raí acaba segurando um aprendiz em causa própria, pra retificar seus erros do passado. Faz isso pra se sentir perdoado ou, quem sabe, pra se sentir “profissional”, procurando aprender a ser diretor às custas de um clube gigante.

De quebra, acabou com a carreira do Diniz de uma vez por todas, já que este passou de “talvez” promissor, que não tinha dado certo, a fracasso completo.

E como ficou o SPFC com tudo isso que Raí fez? Virou um refém. Literalmente um refém. Raí depois de erros grotescos fechou o caixão ao não demitir Diniz após o desastre contra o catado do Mirassol. Foi segurando, segurando até a água passar a cabeça. O problema é que agora está tarde. Qualquer técnico sabe que a chance de ficar depois da troca de presidente é quase nula.

Raí, sentado em princípios tão confusos quanto inseguros, ajudou e muito a levar o clube, que o projetou, para um buraco que parece não ter fundo.

Uma última pergunta, depois de tantas: Valeu a pena, Raí?

Cadu Roncatti Bomfim