O que aconteceu com aquele jogador que vestiu a camisa do seu time de coração, talvez até tenha conquistado algum título por lá, aceitou uma proposta para jogar no exterior e simplesmente desapareceu do radar da imprensa brasileira?

É bem provável que ele esteja “escondido” em algum cantinho do mundo que não seja os principais campeonatos nacionais da Europa (Inglês, Espanhol, Italiano, Alemão ou Francês) e nem tenha o prazer de disputar a Liga dos Campeões.

Desde o mês passado e durante 13 semanas, o “Blog do Rafael Reis” está mergulhando na caça desses atletas para apresentar a vocês, leitores, os paradeiros de alguns deles. Nesse terceiro episódio, mostramos hoje o que andam fazendo da vidas sete jogadores que passaram recentemente pelo São Paulo e hoje estão “perdidos no mundo”… Ou melhor, estavam, já que encontramos todos eles.

RICARDO CENTURIÓN Meia-atacante 27 anos Vélez Sarsfield (ARG)

Tratado como grande promessa no futebol argentino quando foi contratado pelo São Paulo, em 2015, o meia-atacante acumulou uma série incrível de problemas disciplinares nesses últimos cinco anos. Só nesse período, Centurión foi acusado de agressão pela namorada, arranjou brigas em boates, envolveu-se em acidentes de trânsito e apareceu bêbado para treinar. Até por isso, não parou em lugar nenhum. Depois do São Paulo, defendeu Boca Juniors, Genoa, San Luis (MEX) e Racing. Atualmente, está na segunda passagem pelo Vélez Sarsfield.

DENIS Goleiro 33 anos Gil Vicente (POR)

O último dos “eternos reservas” de Rogério Ceni no São Paulo frequentou o Morumbi durante nove temporadas, de 2009 a 2017, e costumava entregar um bom desempenho quando o titular não podia ir a campo. Mas, depois que o ídolo tricolor se aposentou e Denis assumiu o posto, as coisas mudaram. O goleiro não segurou a bucha, falhou demais e acabou não tendo seu contrato renovado. Após um ano e meio no Figueirense, mudou-se para Europa em 2019 e passou a se destacar com a camisa do pequeno Gil Vicente. De acordo com o jornal “Record”, o ex-São Paulo foi o melhor arqueiro do Campeonato Português na temporada passada.

MAICON Zagueiro 32 anos Al-Nassr (ARA)

Inicialmente emprestado pelo Porto, em 2016, acabou tendo os direitos econômicos adquiridos pelo São Paulo e alternou ótimos momentos (com direito ao uso da faixa de capitão) e dias esquecíveis pela equipe paulista. Um ano e meio depois de desembarcar no Brasil, foi vendido para o Galatasaray, clube pelo qual seria campeão turco na temporada 2017/18. Na sequência, foi cedido ao Al-Nassr, onde conquistou mais um título nacional, o de campeão saudita. Hoje, é um nome importante da equipe mais poderosa do futebol mais rico do Oriente Médio

SÉRGIO MOTA Meia 30 anos Guizhou Hengfeng (CHN)

Tratado como craque na época em que atuava nas categorias de base do São Paulo, chegou badaladíssimo à equipe adulta, mas logo passou a ser criticado por não cumprir tudo aquilo que se esperava dele. Depois de empréstimos para Toledo, Ceará, Icasa e Santo André, deixou o clube em 2012. Desde então, rodou bastante por equipes de divisões de baixo do futebol brasileiro. Dois anos atrás, deu uma reviravolta na carreira ao se transferir para a China. Atualmente, está na segunda temporada pela Ghizhou Hengfeng, que ficou a dois pontos de subir para a primeira divisão no ano passado.

CHRISTIAN CUEVA Meia 28 anos Yeni Malatyaspor (TUR)

O peruano teve uma passagem polêmica pelo Morumbi. Contratado em 2016 do Toluca, do México, Cueva foi o grande nome do time no Campeonato Brasileiro daquele ano, mas perdeu espaço, foi parar no banco de reservas, entrou em conflito com torcedores e começou a mostrar problemas de comportamento. Dois anos depois de ser negociado com o futebol russo, onde deu muito errado, Cueva tem contrato com outra equipe brasileira (o Santos), mas está em seu segundo empréstimo para times estrangeiros. O primeiro foi para o mexicano Pachuca. Desde o mês passado, faz parte do elenco do pouco expressivo Yeni Malatyaspor, da Turquia.

JOÃO SCHMIDT Volante 27 anos Nagoya Grampus (JAP)

Assim como aconteceu com Sérgio Mota, fez mais sucesso na base do que no time principal são-paulino. Campeão da Copa SP de juniores de 2010, era chamado de “Colosso” pelo ex-presidente Juvenal Juvêncio, mas só conseguiu realmente se firmar na equipe adulta seis anos depois da conquista, quando já tinha passado uma temporada emprestado ao futebol português (Vitória de Setúbal). Em 2017, foi embora para a Atalanta, clube que defendeu por míseros 24 minutos. No ano passado, mudou-se para a Ásia e passou a defender o Nagoya Grampus, equipe japonesa onde vem se alternando bastante entre os titulares e o banco de reservas.

DENÍLSON Volante 32 anos Sliema Wanderers (MAL)

Integrante do elenco do São Paulo que foi campeão mundial em 2005, foi negociado com o Arsenal assim que atingiu a maioridade e atuou durante sete temporadas na equipe londrina. Já consagrado e bastante experimentado na Premier League inglesa, retornou ao Morumbi em 2011 e passou mais quatro anos no clube onde iniciou a carreira. Depois disso, nada mais deu certo para Denílson. O volante tentou a sorte no Oriente Médio, teve uma passagem trágica pelo Cruzeiro e mal jogou pelo Botafogo de Ribeirão Preto. No mês passado, fez um movimento bastante incomum e se transferiu para Malta, um arquipélago no Mar Mediterrâneo, para defender o desconhecido Sliema Wanderers.

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