São Paulo tem demonstrado um padrão de bom desempenho apenas num dos tempos das partidas. O que percebo é que muitos jogadores oscilam a concentração e confiança. Quando esses fatores não são exercitados adequadamente, na hora dos jogos os atletas podem apresentar erros que custam resultados, pontos e posicionamento na tabela.

A ciência psicológica no esporte reconhece padrões de performance que obedece a modelos de necessidades de ativação interna. Se os atletas são exigidos para um desempenho de 90 minutos, devem estar preparados adequadamente – em todas as áreas da preparação esportiva – para essa demanda ao longo dos jogos. No entanto, não é o que acontece: jogadores dispersos, erros primários e uma perigosa desatenção.

Atualmente, clubes europeus utilizam de grande tecnologia em seus laboratórios de performance mental. São aparelhos que auxiliam na melhora da concentração, foco, velocidade de reação e decisão dentro dos jogos. Além disso, esses aparelhos oferecem exercícios em áreas cerebrais que os atletas utilizam o tempo todo nas partidas.

O problema central do São Paulo, há tempos, é a carência de um olhar mais próximo no campo do trabalho psicológico. Há protocolos bastante modernos de treinamento esportivo que o clube poderia investir.  O percentual de pontos perdidos pelo time nos últimos dez anos é altíssimo quando olhamos para as carências mentais, emocionais, motivacionais e de liderança dentro e fora de campo.

É preciso entender que o treinamento esportivo é composto pelas áreas física, tática, técnica e psicológica. Aliás, a parte mental me parece a base das demais. Não adianta desenvolver atletas fortes fisicamente, bem capacitados tecnicamente e a base (preparação psicológica) tão fragilizada.

O São Paulo sempre demonstrou interesse em atividades de vanguarda. A tecnologia na preparação mental, segundo laboratórios de alto rendimento mental na Europa, poderia ser uma bela iniciativa do tricolor. Quem sabe um dia . . .

João Ricardo Cozac