Em duelo válido pelo Brasileirão, o São Paulo ganhou do Sport por 1 a 0 ontem (23), na Ilha do Retiro, com uma formação bem diferente da que terminou o Campeonato Paulista. Para promover Fernando Diniz decidir promover tais mudanças, é importante mostrar também que o treinador passou a ver o Tricolor com outros olhos após a queda precoce no estadual.

A derrota para o Mirassol por 3 a 2 em pleno Morumbi fez o treinador vivenciar a pressão do clube. Protestos da torcida passaram a ser praticamente diários, com faixas e gritos com palavras de ordem pedindo a demissão do técnico.

Por outro lado, Diniz contou com o respaldo de Raí. O executivo de futebol tricolor chamou a responsabilidade e garantiu Diniz no cargo em todas as oportunidades em que fora questionado — tanto pela imprensa quanto em conversas com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

É importante também citar que a diretoria de futebol deu liberdade para que Diniz implantasse as mudanças que achasse necessárias. Ontem, por exemplo, deixou Igor Gomes e Liziero, jogadores formados na base tricolor e dos mais valorizados do elenco, no banco de reservas.

Dentro do elenco, Diniz percebeu que nem todos estavam na mesma sintonia. Por isso mesmo, atletas que demonstraram insatisfação (Anderson Martins, Alexandre Pato e Everton) deixaram o clube. No caso de Pato, segundo apurou o UOL Esporte, o pai do jogador, Alexandre Rodrigues, chegou a conversar com dirigentes do Tricolor para falar do momento do filho antes de iniciar o processo de rescisão contratual. Na visão de Diniz, o atacante não reagiu da maneira esperada após a eliminação no estadual.

Nem mesmo o banco de reservas chegou a comover o badalado atleta, que não se colocou à disposição para atuar contra o Vasco e, desta forma, virou a última opção para entrar no confronto. Logicamente que essa situação não agradou o técnico. Agora, Diniz acredita que conta com o apoio do elenco. No jogo de ontem, ele foi o primeiro a receber o abraço de Tiago Volpi na comemoração do gol.

“É sempre muito bom receber esse carinho, mas o Volpi me abraça muitas vezes. Não é porque estou sob pressão, é porque estou mais perto dele na hora que saem os gols. Ele vem, me abraça e isso é quase que uma rotina. Eu tenho uma relação extremamente boa com os jogadores. É excelente. Eles sabem que a gente trabalha muito, eles sabem que a gente errou muito na volta da pandemia e que a gente precisa melhorar, continuar ganhando os jogos para poder favorecer o torcedor do São Paulo, que eu repito aqui: é o único que na pandemia está certo, porque na pandemia vieram nos cobrar para conquistarmos vitórias e trazermos alegria para o clube”, disse Diniz.

UOL